Resenhas - Dom Casmurro

Mandark 26/01/2021

Terceira releitura.
Terceira vez que me aventuro nessa obra prima Machadiana, e pra cada incursão que faço nessa obra, uma nova percepção se faz presente. Essa foi minha releitura da maturidade, e me trouxe pontos realmente relevantes para minha reflexão. O papel da mulher na sociedade historicamente localizado sempre me atraiu e instigou, e dessa vez procurei, mesmo sob a lente narrativa do Bentinho, perceber Capitu e suas batalhas.
Pra completar, não posso deixar de destacar essa belíssima edição da Antofágica.

Maricota 19/04/2022

Então o que podemos falar.
Primeiro o livro descreve muito e ao mesmo tempo descreve coisas que não são relevantes, porém gosto do jeito como o Machado de Assis conta a história conversando com o leitor.
Eu preciso falar que o Bentinho desde o começo de mostrou imaturo, mimado e principalmente inseguro, já a Capito é o oposto, o que para a época não é nada comum para as mulheres, mostrando que ela era uma mulher determinada, segura, mirabolante, geniosa, dona de si mesma.
O José Dias é um chato que só atrapalhou a vida de todos.
Por mais que não seja o principal assunto tratado, a traição é um ponto muuuito polêmico, então não posso deixar de dar minha opinião, ela não traiu e ponto final kskskks ele não tem provas concretas, só aceito que ela traiu com teste de DNA ksksksk.
Apesar de tudo a história é muito bem feita, eu sinceramente gostei!!! Bjs !!!

Edson Camara 30/05/2018

Para mim um livro é apaixonante quando deixa saudade dos personagens já na última página, Dom Casmurro é um desses livros.
Os dois maiores e melhores escritores brasileiros do século XIX são José de Alencar e Machado de Assis em minha modesta opinião.
Um é melhor que outro a cada livro que leio.
Desta vez li, Dom Casmurro, uma obra prima, muito bem escrita, com uma trama relativamente simples, mas desenvolvida para prender a atenção.
O livro foi publicado em 1899, e muito do comportamento dos personagens é explicado por este fato.
Era o retrato do comportamento social da época.

Dom Casmurro é um livro bem conhecido pelos brasileiros, principalmente aqueles que um dia já prestaram vestibular.
O enredo conta a historia de Bentinho e Capitu, desde o inicio da adolescência até a idade adulta.

Capitu era uma menina esperta, inteligente, envolvente que sabia o queria da vida.
Há varias passagens que mostram Capitu por inteiro, mas a que mais gosto é esta:
"... Capitu ia crescendo às carreiras, as formas arredondavam-se e avigoravam-se com grande intensidade; moralmente, a mesma cousa. Era mulher por dentro e por fora, mulher à direita e à esquerda, mulher por todos os lados, e desde os pés até à cabeça".
Machado mostra aqui que três homens estavam apaixonados por ela, o próprio Machado, Dom Casmurro e finalmente, Bentinho.

Já Bentinho, era um menino e por final homem fraco. Dominado pela mãe que queria vê-lo Padre.
Bentinho vai ao seminário e fica alguns anos, até que uma solução brilhante o tira de lá sem comprometer a promessa de Dona Glória a Deus.

A primeira metade do livro se passa morna, apresentando os personagens e os eventos em si.
Aparece Escobar, que tem um papel importante, vital na verdade, na trama.

Machado então dá um bom pulo no tempo e descreve o casamento de Bentinho e Capitu

Depois de casados, Bentinho e Capitu se tornam amigos do casal Escobar e Sanchinha.
Bentinho que formara-se advogado, está bem sucedido e feliz, exceto pela falta de um filho
O filho do casal, entretanto, nasce logo depois.
A semelhança do garoto com o amigo Escobar começa a armar um gatilho emocional na cabeça de Bentinho
Um evento importante acontece, a morte de Escobar, no dia do enterro, um gesto de Capitu confirma a bomba nuclear na cabeça de Bentinho.

O casal se separa, Capitu e o filho vão morar na Suíça
Bentinho fica para manter as aparências.
Mas não consegue esquecer ou perdoar Capitu.

Capitu morre na Europa
Ezequiel o filho vem visitar o pai, que vê nele, uma cópia do amigo Escobar
O filho morre
Bentinho fica sozinho.

Minha conclusão é que Capitu realmente se envolveu com Escobar.
Por amor a Bentinho que não conseguia dar-lhe um filho, Capitu seria capaz de tramar esse envolvimento para suprir esta falta.
Não fosse a genética e o evento do dia do enterro de Escobar, talvez Bentinho nunca desconfiasse. Ele era feliz com o filho.

Não vou julgar o caráter de Escobar, que pode sim ter se motivado e justificado pelas razões de Capitu, que a felicidade de Bentinho se completaria com um filho.
O fato é que o plano não deu certo e só causou infelicidade.

Muita gente tem opinião contraria e acha que Capitu era inocente e que a aparência de Ezequiel era uma coincidência do destino.

Machado deixa esta duvida, que vem se arrastando e fornecendo argumento para discussões há mais de 100 anos.
Para mim, Capitu foi vitima do seu tempo, da própria ingenuidade e do amor por Bentinho

Bentinho por sua vez, não sofreu muito, sua cabeça estava bem tranquila ao ponto de levar a vida adiante, só a duvida o atormentava vez por outra.
Mas a duvida de perdoar ou não Capitu, não do evento em si.
O livro termina com esta reflexão de Bentinho, Casmurro e Machado:
“O resto é saber se a Capitu da praia da Glória já estava dentro da de Matacavalos, ou se esta foi mudada naquele por efeito de algum caso incidente.

Para mim um livro é apaixonante quando deixa saudade dos personagens já na última página, Dom Casmurro é um desses livros.

Layla.Ribeiro 08/09/2017

O mistério do qual nunca saberemos a resolução!
De tantos as pessoas falarem deste livro, uma curiosidade em mim foi crescendo, queria conhecer a famosa personagem Capitu. O livro inicia contando a história de Bentinho que teve que ir para o seminário por causa de uma promessa de sua mãe, fazendo com que ele se separasse da sua amiga/amor Capitu, nesse momento o livro tem uma narrativa arrastada e entediante, salvo pelas dissimulaçoes de Capitu para que a família de Bentinho não desconfie desse amor então proibido, o livro tem o seu ápice na metade da história onde narra brevemente a vida de casado de ambos e as dúvidas sobre o maior mistério do livro, se ela traiu ou não ele, a partir dai que começo achar a leitura gostosa e que prende a atenção. Não tenho opinião sobre o que de fato ocorreu visto que tinha evidências, mas sem esquecer que Bentinho era um ciumento obsessivo desde a época do seminário e que ele narra o livro, logo é escrito sob sua visão , fico então sem uma resposta definitiva para o famoso mistério

Rogerio 01/05/2013

Dom Casmurro – Machado de Assis
Bento de Albuquerque Santiago, o Dom Casmurro, ou Bentinho, é um homem atormentado e sozinho que resolve remoer o passado e escrever um livro contando o que lhe aconteceu.

No início do livro é contado a aflição e o medo do pobre menino Bentinho de ser mandado para o seminário, de se tornar padre e não poder, assim sendo, casar-se com Capitolina, a menina que tinha os olhos de ressaca.

É bonito ler a paixão adolescente que acontece entre os amigos de infância, desde os primeiros sinais: a revelação de José Dias, a inscrição na parede feita por Capitu, o beijo, a promessa do poço.

Santiago vai para o seminário onde se torna grande amigo de Escobar, um seminarista que também não viria a ser padre e sim comerciante. Bento consegue driblar a promessa de sua mãe, estuda direito em São Paulo, volta para o Rio de Janeiro e casa-se com Capitu.

Depois de casados o casal não conseguia gerar um filho, o que tempo depois se solucionou com o nascimento do FILHO ÚNICO, Ezequiel, em homenagem a Escobar que também se chamava Ezequiel - Ezequiel de Sousa Escobar. Escobar também casara com Sancha amiga de Capitu e tiveram uma filha antes mesmo do filho único de Capitu nascer.

Uma triste notícia: Escobar morre afogado.

E é no enterro de seu melhor amigo que Dom Casmurro – que ainda não possuía este título – percebeu que Capitolina, que outrora fora denominada por José Dias como a menina dos olhos de cigana oblíqua e dissimulada, olhava para o defunto como a esposa, Sancha, olhava.
Tempos depois Capitu nota que o filho tem os olhos iguais a do falecido, Ezequiel já havia sido comparado à filha de Escobar, contudo, seus pais acharam que o fato de estarem sempre juntos é que causava tal semelhança e também o garoto vivia a imitar as pessoas, gesto que os pais reprovavam. Depois da comparação revelada por Capitu, para Bento a cada dia que passa o menino torna-se mais parecido com Escobar, o que faz crescer a vontade de ter a criança longe de si, e o que lhe dá total segurança da traição de Capitu.

... ... ... ...

Capitu traiu ou não traiu Bentinho?

Essa é uma pergunta que nunca poderá ser respondida, até mesmo porque quem a poderia responder não mais estar entre nós, entretanto, já que temos liberdade de expor os nossos pensamentos, podemos opinar sobre o que achamos que realmente aconteceu claro que não podemos transformar esta opinião em uma verdade absoluta.

Minha Humilde OPINIÃO:

Sim, acho que Capitu traiu Bentinho.

Vamos aos fatos que me levam a crer nisso:

1. Eles demoram muito tempo para terem um filho;

2. Este filho é único. “Ou seja, talvez Bentinho não pudesse ter filhos e Capitu, ao traí-lo, engravida de Escobar o que explica a semelhança de Ezequiel com Escobar.”;

3. A semelhança entre os filhos do casal;

4. A semelhança entre Ezequiel e Escobar;

5. Certa noite, em que Bentinho foi ao teatro sozinho, porque Capitu tinha adoecido, ”a velha dor de cabeça”, e resolveu voltar para casa ao fim do 1º ato, encontrou com Escobar à porta do corredor que explicou que vinha lhe falar sobre os EMBARGOS DE TERCEIROS. “Mas bentinho não deveria voltar tão cedo. E será que Escobar ainda ia entrar, ou será que já estava de saída?” Ao entrar em casa Santiago descobre que Capitu já está boa e até melhor. “HUM...”

Não sou muito de ler os clássicos, tenho de admitir, entretanto Machado de Assis me prendeu de tal maneira que posso dizer que este é um dos melhores livros que já li e vou ter orgulho de dizer que li DOM CASMURRO, o romance mais misterioso da literatura brasileira.
Pretendo reler o livro pra tentar mudar a minha opinião ou para reforçar ainda mais o que penso.

http://uma-dose-de-palavras.blogspot.com.br/2012/03/dom-casmurro-machado-de-assis.html

Felipe.Doneda 25/11/2016

Ótimo livro
Dom Casmurro, obra de um monstro da literatura brasileira. Muito bem escrita, com um português que assombra um pouco o leitor no século XXI. Os personagens foram descritos de maneira que a imagem deles fica clara na mente. O livro se passa no século XIX, tendo como personagens principais Bento e Capitulina. O temor da separação devido ao seminário, a paixão entre Bentinho e Capitu e triste desfecho deste romance faz com que as emoções fiquem a flor da pele. Recomendo a obra a todos interessados em uma boa história. E para instigar deixo a questão: Afinal quem é pai de Ezequiel?

Deza 23/06/2022

O cara simplesmente tira do uc que a mulher traiu ele, provavelmente reflexo da culpa dele mesmo ter pensado em fazer isso, e começa a dispirocar... Se ufder, rapaz

Maria 30/04/2022

Eu li dom casmurro a pedido do meu professor, quando comecei a leitura achei que iria ler apenas por obrigação e não por realmente gostar do livro. Mas diferente do que eu imaginava esse livro me prendeu de uma forma tão grande que eu terminei em 1 hora. Com certeza Machado de Assis conseguiu criar o maior enigma já visto.

Marilia 25/10/2022

Um delicioso reencontro com Machado.
Um clássico que escolhi reler tantos anos depois da primeira vez. Um dos livros que me despertou o gosto pela leitura e agora eu volto no tempo, sabendo exatamente o porquê.

Machado dialoga com o leitor em um tom que vagueia entre o deboche e o mau humor, o que dá ainda mais sentido ao Casmurro que apresenta.

Se Capitu traiu Bentinho, sigo sem essa resposta, embora hoje tenham me soado muito mais excessivas as suposições do narrador.

Foi maravilhoso reler Dom Casmurro. É pena que nossa língua tenha mudado tanto, pois isso certamente afasta os mais jovens dessa obra tão impactante.

Um viva para essa edição que está belíssima (me senti o José dias agora).

5 estrelas e um coração para Capitu e Bentinho.

cardangreenbriar 11/09/2022

horrivek
o pior livro da literatura nacional que eu já li horrível demais senhor machado de assis vc podia reviver pra eu mandar vcs smt

Jô Simon 18/09/2020

Esse livro é bem interessante se formos pensar na história, mas sejamos sinceros, ela traiu ou não traiu?

Polly 11/05/2018

Dom Casmurro: paranoia ou traição? (#037)
Já perdi as contas de quantas vezes reli esse livro, que, aliás, é um dos meus “preferidos da vida”. A primeira vez que o li foi por influência total de um professor do ensino médio, eu devia ter 14 ou 15 anos. Professor Antônio falava de uma forma tão apaixonada sobre literatura, que era quase impossível não ser contaminada pelo “bichinho” da curiosidade. Lembro que ele era especialmente encantado por Machado de Assis e, por causa disso, acabei lendo todos os livros que eu tinha dele aqui em casa e também os que tinham lá na escola. E não foi diferente com Dom Casmurro.

Dom Casmurro é aquele tipo de livro que a cada vez que você o reler, você consegue alcançar uma nova perspectiva sobre ele. É um livro “vivo” que mesmo que se passem séculos e séculos, ele ainda assim vai continuar fazendo sentido. Isso acontece porque ele fala de algo intrínseco à alma humana, fala de sentimentos que todos nós sentimos ou sentiremos algum dia, mesmo que, às vezes, nós não nos orgulhemos tanto assim deles. E o mais fantástico de Dom Casmurro é que Machado de Assis não nos deixa nenhuma brecha para certezas. Com as mesmas palavras, Capitu pode ser culpada ou inocente. E tal sentença só depende do leitor, da “bagagem” que ele carrega na vida.

É certo que desde a sua primeira publicação, no ano de 1900, até a década de 1960, quando uma nova interpretação foi dada pela americana Helen Cardwell, Capitu era definitivamente culpada. Bentinho era, sem sombra de dúvidas, a vítima da história, mesmo ele sendo o único a ter voz na narrativa. O machismo que vigorava na sociedade, por décadas a fio, impediu que a maioria das pessoas conseguisse identificar a genialidade machadiana. O tempo inteiro o próprio Bentinho, enquanto nos conta a história, desdiz o que, ao que parece, ele tem certeza: a traição de Capitu e Escobar.

Eu, particularmente, sou da opinião de que Capitu era inocente. E logo deixo avisado que esse texto é praticamente uma defesa dela. Desde a primeira vez que o li, Bentinho não conseguiu me convencer de que ele era a vítima. Confesso que pareço com Bentinho muito mais do que gostaria. Tenho, infelizmente, um quê de Casmurro e consigo identificar um ciumento de longe (olha a minha pretensão!...). Desconfiado por natureza, o ciúme é presença constante no coração e na mente do Casmurro. E todo mundo sabe que quando o ciúme entra numa relação, o amor sai pela outra porta.

Os motivos pelos quais Bentinho condena Capitu são, no mínimo, duvidosos. O momento no qual ele tem certeza da culpa da sua esposa é durante o enterro do Escobar. Capitu chora e não podia ser diferente. Afinal, Escobar é também um amigo para ela, além de ser marido de Sancha, sua melhor amiga. Sem contar na habilidade humana, sobretudo nas horas de dor, de se colocar no lugar do outro. Quem sabe Capitu, naquele momento, não se enxergasse em Sancha ao se imaginar perdendo Bentinho?

Outro fato em que se fundamenta a certeza de Bentinho são os olhos de Ezequiel, que a princípio, era tido apenas como um bom imitador. O menino era bom em imitar José Dias e a prima Justina, mas era incomparável na imitação a Escobar. O pai até então nada de estranho achava, mas depois do episódio do enterro, o Casmurro começa enxergar Escobar no olhar e nos trejeitos do pequeno. Betinho simplesmente não suporta a visão do filho, ao ponto de até tentar oferecer-lhe veneno.

Mas, como já disse, nosso narrador duvida toda hora da sua certeza. Por exemplo, ele põe em dúvida se aquela semelhança entre Ezequiel e Escobar é mesmo fruto da traição de Capitu ou apenas coincidências estranhas da vida. Quando ainda está no seminário, Bentinho vai visitar Capitu na casa de Sancha, que na ocasião estava doente. Num quadro na parede, está uma pintura da falecida mãe da enferma. Bentinho repara como é surpreendente a semelhança entre a defunta e Capitu, mesmo elas não tendo parentesco algum. Mais tarde, alguns capítulos depois, Bentinho evoca essa mesma constatação para por a prova a sua certeza.

Vale ainda ressaltar que é a própria Capitu que constata a semelhança entre Ezequiel e Escobar. E ela mesma comenta isso com o marido. Assim, fiquei imaginando: a troco de que ela incutiria uma dúvida na cabeça do marido, caso fosse realmente culpada? Sobretudo, sendo Bentinho ciumento do jeito que era... Quem não lembra do episódio dos braços de fora? Se não o lembra, vide o capítulo 105. Bentinho é paranóico!

Bem, eu até poderia escrever um outro livro, explicando os motivos por que a Capitu é inocente. E um outro alguém poderia escrever outro, explicando por que ela é culpada. E usando os mesmos fatos para isto! É isso que a genialidade de Machado de Assis faz... Mas acho que vou parar por aqui. Acho que meu papel está feito. Espero ter lhe despertado a vontade de ler a obra, se é que ainda não a leu. E também espero ter lhe convencido que Capitu era inocente, mesmo que ela tivesse olhos oblíquos de cigana, e culpado mesmo nessa história era o ciúme de Bentinho.


site: https://madrugadaliterarialerevida.blogspot.com.br/2018/05/dom-casmurro-paranoia-ou-traicao.html

potranca 28/01/2021

Bentinho surtado!!!!!
Na minha humilde opinião, Capitu não traiu Bentinho. O cara era absolutamente maluco de ciúmes, possessivo, obcecado e um chato!

A mulher só chorou porquê um amigo da família morreu e o Bentinho "meu deus, certeza que deu pra ele" ???

Por isso eu não curto livros narrados em primeira pessoa, porque como eu vou saber se era coisa da cabeça dele ou não??? Obrigada Machado de Assis por deixar tudo mundo nessa dúvida mortal!!

Rodrigo1001 05/06/2018

5 Confissões e 1 Superlativo (Sem Spoilers)
Confesso, também fui obrigado a ler este livro no colégio.
Confesso, nada é mais aborrecido do que ser obrigado a ler alguma coisa, ainda mais em tenra idade.
Confesso, da obra pouco ou quase nada me lembrava.
Confesso, o repeli em vida adulta por conta dessa obrigação do passado.
Confesso, a espera foi muito longa...

A reconciliação, breve.

Para quem já leu ou lerá essa obra-prima, faço minhas as palavras de José Dias:

L I N D Í S S I M O !

Em tempo: Bentinho pode não ter conseguido atar as duas pontas da vida e restaurar na velhice a adolescência. Já eu, consegui. Ah.. se eu tivesse maturidade o bastante naquela época para entender o esplendor desse livro!

Leva 5 estrelas cadentes. Leva uma supernova inteira!

Passagens interessantes:

“Há pessoas a quem as lágrimas não acodem logo nem nunca; diz-se que padecem mais que as outras” (pg. 72)

“As pessoas valem o que vale a afeição da gente” (pg. 158)

Ricardo.Silvestre 07/01/2023

Jantou e foi ao teatro?
Foi a primeira vez que li Machado de Assis, muito por conta de amigos que mo sugeriram. Uma bela descoberta, devo dizer.

Machado de Assis, descendente de negros, gago e epiléptico, nasceu numa família carente mas letrada, razão pela qual sabia ler e escrever, mesmo não tendo frequentado a escola. Autodidata e ambicioso, tornou-se um clássico da língua portuguesa.
A sua jornada pelo realismo, estilo que tão bem o caracteriza, advém de um desencanto com a estética romântica, até então utilizada, e o conservadorismo que a mesma representava.

Apesar de ter encontrado algumas, mas poucas, dificuldades com o tipo de escrita, achei todo o realismo psicológico encontrado no desenvolvimento das personagens muito interessante. Sentido de humor, ironia e crítica social estão bem presentes também.

A escrita é rica, as personagens são bem desenvolvidas e a narrativa é levada de maneira a deixar sempre a dúvida no ar: será Bentinho uma pessoa digna de confiança? Terá Capitu traído o marido? Tudo factores que elevam a leitura para um outro patamar.
Gostei bastante.