maria :) 12/01/2024
Divergente
Sempre fui apaixonada pelos filmes de Divergente, e como uma criança criada por distopias aquilo me parecia o ápice da qualidade durante a minha infância/ pré adolescência; quando eu descobri os livros fiquei obcecada e comprei logo os quatro, mas por algum motivo, acabei lendo só o primeiro na época e os livros foram ficando parados na minha estante, e como eu odeio ver meus livros parados eu resolvi dar uma chance pra uma saga que eu sempre tive tanto carinho fazendo leitura deles esse ano!
Como sempre, vou separar a minha opinião em pontos positivos e negativos, assim fica mais fácil!
Pontos Positivos:
O livro é super rápido de ler, os capítulos são até que relativamente pequenos (principalmente no início do livro) e por ser rápido e com uma escrita fácil, aquilo vai te motivando a ler mais!
Eu acho a ideia da distopia em si interessante; a divisão em facções e a premissa do que cada uma representaria nesse novo mundo que é apresentado; também sempre fui viciada em histórias onde a protagonista é ?diferente? dos demais e esse é o grande plot pra história se desenvolver, então pra mim o clichê é bom.
No mais, é uma distopia, isso já me colocaria disposta a ler o livro e conhecer o universo que a autora se propõe a criar!
Pontos negativos:
Infelizmente durante a leitura eu me peguei notando mais pontos negativos do que positivos; já que eu não lembrava quase nada da primeira vez que li Divergente, isso foi um balde de água fria na minha empolgação.
É sempre válido lembrar (eu tive que lembrar constantemente hahaha) que esse livro foi lançado em 2011 e portanto, tem que relevar algumas coisas que não são senso comum hoje em dia, como eram na época; acredito que essa seja a parte mais difícil pra mim com esse livro.
Meu primeiro e mais importante ponto negativo é a necessidade que a autora tem em falar, mostrar e reforçar o quanto a Tris é frágil, insegura e pequena; o livro conta com mais de 10 repetições da palavra ?pequena? apenas se referindo a Tris! (Chegou um momento que tava tão insuportável ouvir a mesma coisa que eu comecei a contar!) Além de outras várias palavras, expressões e frases feitas pra definir o quanto a Tris é desprovida de altura, beleza ou personalidade.
E isso nos leva a dois pontos complementares: primeiro que é chato pra caramba! Eu queria que alguém oferecesse um moletom pra essa chata pra ver se ela parava de implorar por atenção; segundo que é extremamente desconfortável ler uma protagonista tão insegura de si mesma, eu entendo o apelo que autora talvez sentiu em usar a repetição pra mostrar o quanto a Tris era humana, com defeitos, inseguranças e confusões adolescentes, mas uma vez ou outra já era suficiente poxa! Além disso, eu esperava que ao longo do livro ela fosse se dando conta das qualidades que ela possuía, o que não rolou (até o último momento ela tá citando o quanto ela é pequena como se esse fosse o problema do século).
Não acho que hoje em dia esse seja o tipo de protagonista que nos cativa e inspira como mulheres, acho que tinham formas melhores de escrever uma protagonista que a premissa era ser forte e corajosa! Mas ok, 2011.
A Tris é chata. Eu ficava grata quando o Quatro aparecia porque pelo menos eu podia ler alguma coisa que não fosse autodepreciação, e sim vergonha alheia (o que é levemente melhor, nesse caso).
Achei o começo do livro muito arrastado, demora demais a engrenar a fatos realmente mais interessante que a iniciação da Tris; todo o colapso do universo só começa lá pelo capítulo 30 e isso torna a história lenta, além disso, a maioria das informações sobre o problema eminente entre as facções não são descobertos pela protagonista hahaha, eu consegui mais informações no livro ?Quatro? do que nesse aqui! Ela basicamente tá vivendo a vidinha dela, lidando com os probleminhas dela, até que um dia o Quatro revela as informações que ele tem (que também são inúteis, já que não são usadas pra praticamente nada) e ela entra na onda de salvar o mundo tendo apenas seu meio metro de altura!
O relacionamento Tris e Quatro me causou níveis altíssimos de vergonha alheia! Adoro eles no filme, mas aqui? embora sejam fofos e tal, nossa? tenho um sentimento de amor e ódio! Os diálogos não tem química, a Tris tá sempre falando o quanto ela é feia e não acredita que um gostoso queira ela como namorada, o Quatro é tão bom com sentimentos quanto uma geladeira Electrolux, o que torna ele um péssimo interesse amoroso; um caos.
E no final eu tava me compadecendo de ambos: eu já tava estressada como o Quatro ficava quando essa chata falava o quão horrível ela era e depois ficava perdidinha igual a Tris porque esse gostoso dava sinais confusos e falava coisas vagas demais!
Queria que a explicação sobre as facções fosse mais ampla e a construção do mundo contasse com mais detalhes.
No mais, minhas considerações finais são:
Vou ler os outros porque se eu comecei me obrigo a terminar.
Teria sido mais empolgante e fantástico se eu tivesse lido quando tinha uns 13 anos.
Não me arrependo de ler porque por mais irritante que tenha sido alguns pontos eu me diverti bastante.
É uma série que eu tenho carinho e embora tenham mais pontos negativos aqui do que positivos a história me prendeu o suficiente pra seguir em frente e descobrir como termina (já que nunca tivemos um filme do final).
E o que mais dói dizer: o filme nesse caso é sim melhor que o livro.
Vale 3.5 estrelas com carinho