Grande Sertão: Veredas

Grande Sertão: Veredas João Guimarães Rosa
Eloar Guazzelli




Resenhas - Grande Sertão: Veredas


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Paulo 23/03/2023

Toleima!
MEU! Estou de queixo caído até agora.
Guimarães Rosa é o nosso Tolstói brasileiro? Que primazia em escavar os escombros da psique humana.
Creio que nem tenho muito o que falar, pois tudo vai ser insignificante.
O começo do livro é quase como se fosse uma prova de fogo. No exato dia em que pensei que talvez fosse desistir, que não teria importância ler esse livro, começou a fluir e desde então não consegui largar mais.
Riobaldo traz em si toda a vastidão do sertão. Cru por fora, mas muito vivo e cheio de detalhes por dentro, permeando suas veredas com belezuras.
Conforme o título, "Grande Sertão" é o exterior, todo esse caminho percorrido e "Veredas" é o próprio Tatanara, cortando e rasgando e marcando a sua existência por essa terra.
"Então, eu era diferente de todos ali? Era. / E eu era igual àqueles homens? Era.". Essa dualidade é presente no texto todo e mostra que mesmo um simples jagunço, pode sim ser sensitivo e não omisso para com o mundo que o permeia.
Gostei muito de acompanhar toda a sua trajetória. Os momentos de paz e descanso naquela fazenda bonita. As andanças por esse sertão afora. As pessoas conhecidas pelo caminho e as que o acompanharam. Vibrei no momento em que ele se tornou chefe dos jagunços. Que cena aquela dos tiros! Eufórico demais!
Trazendo de volta Tolstói, em Ana Karénina, a personagem já tem seu destino traçado desde o início do livro, e é atormentada por esse presságio durante todo o processo. E o mesmo ocorre aqui, Riobaldo tem seu destino traçado no momento que conhece o Menino. E ele mesmo sente e sabe disso, "... eu não sentia nada. Só uma transformação, pesável. Muita coisa importante falta nome.".
De encher os olhos as passagens com Diadorim, literalmente, "O calor do dia abrandava. Naqueles olhos e tanto de Diadorim, o verde mudava sempre, como a água de todos os rios em seus lugares ensombrados. Aquele verde, arenoso, mas tão moço, tinha muita velhice, muita velhice, querendo me contar coisas que a ideia da gente não dá para se entender...".
O plot twist do final é coisa de outro mundo! O amor é realmente um cão dos diabos. Justo quando ele tinha se acostumado com a ideia.
Um livro desse porte sensitivo, abre veredas pelo coração de quem o lê. Está marcado para todo o sempre no meu.
Toleima!
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felipe.gugel 22/03/2023

QUE OBRA!
A melhor obra de literatura que já li. Que surpreendente. Meu deus. A imersão que é possível nesse livro é surreal, tu vive ele. Não desanimem com a linguagem, ela acostuma e vale a pena. Sério, vale a pena. Vale a pena
VALE A PENA.
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Marcos606 21/03/2023

Um faroeste nacional
Obra-prima épica sobre honra, coragem, amor e traição que assume a forma de um monólogo em primeira pessoa de um fora da lei do sertão.

Riobaldo, nosso protagonista, apresenta um relato sobre sua vida, uma autorreflexão. Guimarães Rosa, por meio de uma escrita maravilhosamente bem composta e realizada, trás à luz, a vida de todo um povo simples que vive nesse cenário desolado.
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Caio 16/03/2023

Sem dúvidas o livro mais difícil que já li, com certeza terei de reler algum dia para que possa extrair mais desse monumento.
Mas o livro é fantástico, linguagem literalmente única!
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Camila 11/03/2023

Diadorim era um sentimento meu
Grande sertão: veredas é um romance de amor e guerra que toma como meio, símbolo, metáfora e espaço o mágico sertão mineiro.
Essa obra, de estrutura não linear e linguagem preciosíssima, retrata um enredo que se desenrola a partir da fala de um ex-jagunço, Riobaldo, que divide com um culto interlocutor do meio urbano momentos pontuais de sua trajetória, aventuras da vida jagunça e reflexões a cerca da existência.

Com uma prosa majestosa e peculiar, Guimarães Rosa supera expectativas de um registro regionalista e inventa maneiras diversas de narrar a experiência sensível da vida de Riobaldo e sua relação ambígua e afetuosa com um outro jagunço, Diadorim. A partir desse encontro transformador, o relato coloca à reflexão questões caras não apenas para nosso narrador, um homem d?armas e do sertão, mas também questões que aproximam toda a humanidade dela mesma: a existência de Deus e do Diabo e suas possíveis influências no ser, a vida, a memória e as veredas invisíveis que o destino apresenta aos olhos de cada um.

Grande sertão toca profundamente os nossos sentimentos mais íntimos, mais intrincados, quase dizendo sem dizer, mas ao mesmo tempo dizendo tudo o que o sentir não consegue colocar em palavras. Dizendo na certeza o incerto, e na incerteza toda a poesia sensível da vida.

Em uma de suas cartas, Clarice Lispector menciona Grande sertão e registra que esse livro lhe deu uma certa reconciliação com a vida, e após chegar ao fim dessa travessia incrível, posso dizer que tenho a mesma sensação.

Para mim, esse é um dos livros mais belos e únicos da nossa literatura. Já estou até sentindo saudades!
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itamaracunha 08/03/2023

A obra da minha vida ??
Eu li "Grande sertão: veredas", pela primeira vez, no colégio. Era 2011. Meu professor, a quem eu admirava imensamente, estava falando sobre esse livro e eu coloquei na cabeça que precisava conhecer aquela obra. Não entendi nada na minha primeira leitura, me achei burra e totalmente inapta a estudar letras, afinal todo letrista, segundo Bruno, aquele prof., deveria ler a maior obra-prima da literatura brasileira. Passou-se o tempo e, um dia, peguei o livro na minha estante e comecei a lê-lo, já no meio do terceiro semestre da faculdade de Letras. Foi devastador! Chorei ao final da leitura e fiquei doente o resto do mês, pensando nas personagens e no enredo, dialético, universal e individual ao mesmo tempo. Depois dessa vez, Grande Sertão nunca mais saiu de perto de mim. Li, reli, vivi e experienciei cada pequeno detalhe da obra, do contexto histórico, do período artístico, da vida de Guimarães Rosa... tatuei a primeira e a última palavras: "nonada" e "travessia". Ah, essa última!

Quando penso na travessia das personagens, contextualizo com o desenvolvimento psicológico impecável que elas têm na trama. Mas, para além disso, há a minha travessia, enquanto leitora - essa que se segue pelo símbolo do infinito, na última página do livro. Ler Grande Sertão é conhecer o mundo, o outro, a si próprio e revitalizar esse ciclo de conhecimento e autoconhecimento. É uma leitura catártica, dolorosa, quase doentia. Ela é minuciosa, cheia de símbolos e histórias paralelas, gravadas pelos neologismos criados e emancipados pelo Guimarães Rosa, esse autor peregrino, poliglota e intelectual ao extremo. Emotiva, sensível, laboral, escandalosa, quieta, às avessas... a leitura mais delicada, saborosa e emancipadora, enquanto letrista, que eu já fiz em toda a minha vida.

Eu já li milhares de livros excelentes aos quais eu dou 5 estrelas fervorosamente, e mesmo que tal excelência não seja questionável, para mim, o meu coração ainda carece, diariamente, da história de Riobaldo e Diadorim. Já faz parte de mim.
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Aldenir.Ferreira 03/03/2023

O correr da vida embrulha tudo
Sem dúvida o maior e melhor romance da literatura brasileira. Sou completamente fascinada pela história, a escrita, a descrição dos personagens, e cada pequeno detalhe que compõem a ambientação da história. De o longe o melhor livro que eu já li.
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Adriana Scarpin 28/02/2023

Nonada - Travessia.
Passei o último mês tentando destrinchar a leitura de Grande Sertão: Veredas com o auxílio de uma leitura orientada de um curso de verão da USP, é tão mais interessante quando pesquisamos e discutimos um livro difícil e múltiplo desses em conjunto, foram minhas reuniões nas leituras do Fórum do Campo Lacaniano que me fizeram constatar isso e aqui cabe lindamente também.
Minha contribuição para essa discussão foi enxergar uma metafísica spinoziana nessa leitura, poderíamos encontrar alinhamento com quaisquer metafísicas, mas a de Spinoza se sobressai pelo seu panconceito, o Sertão como subjetivação, o homem-Sertão, um pannaturalismo místico.
Também encerrei o mês dedicado à Guimarães Rosa assistindo a versão para cinema de 1965, como diria Guimarães Rosa, tem cavalo à beça. Rá!
Eu sou a última pessoa que reclamaria de um filme ser muito curto, mas como passei o último mês lendo o livro, então tudo me soou muito corrido, muito afoito, sem a precisão de ser.
No YouTube ( https://youtu.be/ysqtc8VUtIc )
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isaazm_ 25/02/2023

[...] O amor, já de si, é algum arrependimento [...]
No ensino médio tive uma professora que se gabava por ter lido "Grande Sertão Veredas" aos 12 anos, daí surgiu o meu desejo de saber os motivos dela para se vangloriar. E agora, aos 20 anos, após finalizar a leitura desse livro, eu compreendo. Foi um desafio enorme, confesso, foram quase dois meses entre lendo super empolgada, me forçando a ler e ressaca literária de semanas, porém, valeu muito a pena.
A linguagem é bem diferente de qualquer coisa que eu já tenha lido, só consegui me adaptar a ela lendo em voz alta. O livro é muito extenso, por vezes, maçante. Mas ao escolher não desistir dele, descobri a genialidade de Guimarães Rosa.
É simplesmente incrível como tudo se encaixa, tudo se explica. Como goiana e neta de um fazendeiro, achei maravilhoso reviver o sertão. É poética a forma como é retratada a natureza, os rios, as plantas, os pássaros, os animais...
É uma experiência ler esse livro, o personagem principal Riobaldo, conta a sua vida, mas se questiona sobre tudo, sobre o que é viver, sobre Deus e o diabo, sobre o amor... Aliás, achei incrível o a reviravolta no fim do livro, como retratou um amor tão puro e singelo. Recomendo muitíssimo a leitura.
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Romeu Felix 23/02/2023

Fiz o fichamento sobre esta obra, a quem interessar:
Grande sertão: veredas é um romance do escritor brasileiro João Guimarães Rosa, publicado em 1956. A história é narrada por Riobaldo, um jagunço que atua no sertão de Minas Gerais e que conta suas aventuras, amores e conflitos, além de refletir sobre temas como a vida, a morte, a religiosidade, a violência e a identidade.

O livro é composto por uma linguagem complexa, que inclui neologismos, arcaísmos, regionalismos e expressões populares, e pela estrutura fragmentada e não linear, que reflete a forma como a mente de Riobaldo funciona.

A narrativa é construída a partir de uma conversa entre Riobaldo e um interlocutor desconhecido, em que ele conta suas histórias e reflexões, alternando entre lembranças do passado e comentários sobre o presente.

O personagem principal passa por diversas situações e encontros, como o amor por Diadorim, também jagunço, o encontro com o diabo, o conflito entre as facções dos Hermógenes e dos Joca Ramiro, a participação na Guerra de Canudos e a busca pelo sentido da vida.

Análise:

Grande sertão: veredas é considerado uma obra-prima da literatura brasileira, e é frequentemente mencionado como um dos livros mais importantes do século XX. Sua linguagem complexa e estrutura fragmentada são exemplos da inovação e experimentação literária característica do modernismo.

A obra retrata o sertão de forma única, com suas paisagens, costumes e personagens marcantes, e revela as contradições e conflitos dessa região, como a violência, a religiosidade e a luta pelo poder.

A temática da identidade é um dos pontos centrais da narrativa, e é representada pela dualidade entre Riobaldo e Diadorim, que revela a complexidade e fluidez da identidade humana.

Além disso, o livro aborda questões existenciais, como a busca pelo sentido da vida, a mortalidade e a relação entre o homem e o divino.

Conclusão:

Grande sertão: veredas é um livro de grande importância para a literatura brasileira e para a cultura do país como um todo. Sua linguagem complexa e estrutura inovadora, aliadas à riqueza de temas e personagens, tornam a obra um desafio para o leitor, mas também uma experiência única e enriquecedora.

A obra de Guimarães Rosa é uma ode ao sertão, mas também uma reflexão sobre a condição humana e os dilemas que a cercam. Sua mensagem é atemporal e sua influência perdura até hoje, sendo um exemplo de como a literatura pode ser transformadora e inspiradora.

Fiz uma segunda conclusão com base na segunda leitura:

"Grande Sertão: Veredas" é uma obra que desafia definições e rotulações, uma vez que apresenta uma linguagem poética e uma narrativa fragmentada que, a princípio, pode confundir o leitor. No entanto, trata-se de uma obra-prima da literatura brasileira, que retrata a cultura e a vida no sertão mineiro de forma singular e profunda.

O livro é uma grande reflexão sobre a condição humana, a complexidade das relações interpessoais e a busca por sentido e significado na vida. A história é narrada por Riobaldo, um ex-jagunço que conta suas experiências no sertão, suas aventuras, seus conflitos e seus amores, em uma linguagem que mistura a oralidade, a poesia e o regionalismo.

A leitura de "Grande Sertão: Veredas" é uma experiência única e enriquecedora, que permite ao leitor se imergir em um universo cultural e literário fascinante. A obra de Guimarães Rosa é uma prova da riqueza e diversidade da literatura brasileira, capaz de despertar emoções e reflexões profundas no leitor.
Por: Romeu Felix Menin Junior.
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Paloma Ribeiro 23/02/2023

Indescritível e enigmático, esse livro vale muito a pena ser lido. As primeiras páginas são mais difíceis, até para um leitor assíduo, mas aos poucos a narrativa te enlaça, te conquista. Me vi presa a essa história, que trata do encontro de duas pessoas: o narrador,jagunço, Riobaldo, e do Menino, Reinaldo ou Diadorim. É uma história de guerra, de amor, de vida e... de coragem.
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soaresrai 23/02/2023

O que comentar? Passei 80% do livro com muita dificuldade de entender mas os 20% foram o que para mim valeram totalmente a pena.
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Elza 22/02/2023

Como já disse nos outros comentários sobre a leitura, o livro fala muito sobre fé e de uma forma bem interessante.
Recomendo.
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Allan.Franck 21/02/2023

Antes tarde do que nunca!
Comprei este livro em 2005, no início da minha graduação em Letras. Pensei na época em desenvolver um trabalho de curso com sua leitura, o que me foi desanimado por muitos devido aos muitos trabalhos já desenvolvidos. Despretensiosamente, anos passados, resolvi lê-lo e tive uma ótima experiência enquanto leitor. A leitura fluiu muito bem, inclusive em relação aos neologismos e regionalismos presentes no texto. A história se passa pelo relato do narrador (Riobaldo Tatarana), agora mais velho, que conta ao ouvinte sua saga nos tempos em que era um jagunço no Sertão mineiro. Um dos maiores livros de nossa literatura brasileira, que traz elementos de dor, paixão, aventura, traição, cumplicidade, amor, conflitos e, sobretudo, superação. Recomendo aos que quiserem aumentar sua bagagem de leitura. Um clássico!
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