O Evangelho segundo Jesus Cristo

O Evangelho segundo Jesus Cristo José Saramago




Resenhas - O Evangelho Segundo Jesus Cristo


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caiocorrea_art 05/01/2023

Meu preferido da vida
Como vocês, que me conhecem, devem imaginar, sim é um livro do José Saramago.
Mas não é ?apenas? um livro onde o mestre maior da literatura expõe uma visão ímpar sobre assuntos corriqueiros da vida. Também não é uma de suas histórias incríveis que nos fazem refletir sobre questões muito profundas da sociedade.
E também não é um livro onde a sua forma de escrever surpreende até o mais letrado literata.
Ele resolveu falar de Jesus Cristo.
E é Saramago, né. Ele abordou a história do personagem mais famoso da era moderna e repaginou com uma ótica mundana, realista, profana e genial.
Sem eliminar a beleza da história de Cristo, seus milagres, o contato com Deus e com o Diabo, J.S. nos faz sentir o cheiro de onde Jesus nasceu, nos faz sentir a poeira no rosto do chão que Jesus pisou.
Não foi só o meu livro preferido de 2019, como, até agora, é meu livro preferido da vida.
Recomendo muito!
Livre-se
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Intermitencias 02/01/2023

Escrito em 1991, Evangelho Segundo Jesus Cristo não foi bem aceito pela Igreja Católica, o que levou à censura da obra e a mudança de Saramago para Lanzarote....

Não se trata de uma versão bíblica, mas de uma ficção histórica..mas então o que tanto incomodou a igreja católica? Talvez a humanidade de Jesus, vulnerável e frágil em várias ocasiões, da infância até a morte...talvez a cobiça de Deus em relação ao catolicismo, a custo de guerras e mortes cruéis..talvez pela presença forte de uma prostituta, Maria de Magdala, em contraponto aos momentos de fraqueza de Maria, mãe de Jesus.

Jesus, concebido de Maria, segundo lhe anuncia um mendigo, nasce coberto de sangue e os pastores lhe trazem o que mata a fome e não itens exóticos..Já carrega, desde a mais tenra infância, a culpa de José, e depois a ambição de seu outro pai, Deus.

Como um adolescente comum, Jesus é cético às questões divinas, dentre as quais a culpa, legado de nossos pais, e desde cedo sai pelo mundo..vive anos no deserto com um pastor que não sabemos de onde e para o que veio..e se encontra com Deus, que lhe revela a paternidade, o poder e glória, mas a custo de sua vida, o que fica muito claro no segundo encontro, este com a participação especial do Diabo, em um diálogo do qual não saímos incólumes da dúvida quanto aos dogmas religiosos, do eterno pecado e da culpa humana..

Impossível não questionarmos se a bondade de Jesus não era decorrente de seus medos, anseios, dúvidas, do amor ao próximo e quem sabe carnal..seria Jesus impuro ao conhecer o amor carnal e espiritual, o companheirismo e a divisão da vida, como lindamente retratado no capítulo em que conhece Maria de Magdala, prostituta, que o zela e o acompanha até o final dos seus dias..seria necessário então, para redenção da humanidade, o sofrimento cruel de quem tão somente cumpriu seus desígnios na terra..

Evangelho é instigante, crítico e questionador, e somente poderia ser escrito por quem que tão bem pregou a humanidade..só recomendo a leitura e até sua releitura, para pensarmos que qualquer sofrimento ou morte, como a cruelmente imposta a Jesus, não se justifica em nome de uma religião ou de deuses, nominados ou não..
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Neilson.Medeiros 26/12/2022

Terceira leitura que faço de Saramago. Complicado ter de eleger sempre a mais recente como a melhor. De tantas coisas maravilhosas no texto de Saramago, posso destacar a narrativa sempre muito bem trançada, apresentada sem nós e pontas soltas, e ele, o narrador. Essa voz sem corpo e nome nos conduz sempre com seus comentários ácidos e bem humorados. As críticas, o modo de filosofar, as viagens no tempo para futuro e passado, colocando-o, inclusive, acima do Deus personagem. Aqui vamos encontrar um Jesus demasiado humano, uma Maria de Magdala decidida e um Diabo meio estoico, todos eles misturam-se a cenas que são montadas de uma forma bastante fluida, muitas vezes rompendo com a expectativa criada pelo conhecimento prévio das histórias da Bíblia. A cena do primeiro encontro entre Jesus e Deus me rendeu muitas risadas, enquanto o segundo momento, com participação do Diabo, nos dá um tapa com fatos históricos e pontos de vista de deixar qualquer um arrepiado.
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Fabiana 25/12/2022

Cegos que veem
O livro da minha vida!
Que me fez ser cristã de verdade....mais humana...e deixar de ser católica.
Não sei se é o melhor livro de Saramago, mas é o meu melhor livro lido dele.
Necessário num mundo cheio de "Cegos que veem. Cegos que, vendo, não vêem."
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Thalyta Vidal 25/12/2022

O evangelho segundo Jesus Cristo, José Saramago.
A obra O evangelho segundo Jesus Cristo, do português Nobel da literatura José Saramago, foi publicado pela primeira vez em 1991. Contendo 374 páginas na edição brasileira lançada pela editora Companhia das Letras em 2005, constata-se, nesses escritos, a trajetória de Cristo desde os momentos que antecedem o seu nascimento até a sua morte.
Despido dos ideais que regem o cristianismo, Saramago aponta um olhar crítico e cortante para a narrativa do principal personagem dos textos bíblicos por meio do qual evidencia questões que vão de encontro ao próprio caráter moralizante dessas escrituras. Diferentemente do texto sagrado, que pouco remete à infância de Jesus, o autor irá oscilar entre duas linhas narrativas ? cronológica e psicológica. A primeira, é iniciada com a revelação sobre a gravidez de Maria que é procedida pelo olhar atento e detalhado de vivências do seu filho, desde o seu nascimento, passando por sua infância junto aos irmãos, sua juventude aventureira permeada pela descoberta de sua sexualidade, até a retratação do Jesus adulto, um andante que realiza milagres. Já a segunda, aponta para os pesadelos que atordoam o protagonista, bem como as dubiedades que circundam seus pensamentos em diferentes instantes de seu percurso na Terra.
Nesse sentido, destoando de uma mera construção narrativa embasada num caráter mítico, o romancista concebe uma perspectiva humanizada do mito cristão por meio de um realismo crítico sobretudo no que concerne aos personagens que são subalternizados na contemporaneidade e encontram justificativa para tal marginalização no pensamento que se origina da grande religião ocidental: o cristianismo. Logo, convém ressaltar que a leitura de O evangelho segundo Jesus Cristo retira o leitor do lugar comum, levando-o a refletir sobre como as práticas sociais de diferentes sociedades estão ancoradas na presença da religião como norteadora.
Saramago estabelece uma relação dialógica ? usando aqui o termo baktiniano ? com a Bíblia, contudo, recupera o texto original para conduzir o leitor por um percurso não anteriormente construído que se revela, principalmente, na construção de um Jesus humano que, assim como qualquer outro, nascerá da relação sexual entre homem e mulher, José e Maria, bem como aquele que, ao despertar da puberdade, é iniciado sexualmente por uma mulher que tem do sexo o seu sustento, Maria Madalena. Diante disso, constata-se como pulsante na obra o caráter misógino e a crueldade do divino.
Ademais, o romancista - ao se debruçar sobre o universo onírico muito comumente retratado pelo cristianismo como revelador do futuro próximo ? o apresenta como castigo divino. Talvez seja essa a narrativa psicológica que primeiro conduz o espectador à criticidade, visto que José, ao saber que todas as crianças da região serão mortas, opta por manter silêncio e salvar apenas a Jesus, seu filho. O privilégio de um entre muitos é apresentado por meio de uma abordagem trágica, pois, para que fosse salvo, muitas crianças precisaram morrer. Diante disso, tal fato perseguirá José durante suas noites em toda a vida por meio de pesadelos que o impedem de viver em paz. Evidencia-se, portanto, o início da tragicidade que se apresenta conforme o próprio ensinamento bíblico que se constrói a partir da ideia da semeadura, a ironia saramaguiana revisita o texto canônico lhe atribuindo uma nova passagem que facilmente poderia o compor para despertar a reflexão sobre o individualismo cristão que se apresenta sempre como coletivo.
Jesus é, assim, a representação de todos os pecados numa inversão que o leva, mesmo após realização de milagres, à crucificação, ressaltando, dessa forma, um pai divino imparcial, cuja justiça se faz na morte e na condenação. Logo, o mito maior do cristianismo é também a representação daquilo que condena, a vaidade, no romance português. O olhar construído, portanto, apresenta em Jesus um herói que se aproxima, por exemplo, dos mitos gregos, visto que os deuses, dessa mitologia, representavam virtudes e defeitos do homem, estavam, ao mesmo tempo, no plano divino e no terrestre.
Observa-se, ainda, a ironia no que se refere à forma como o feminino é evidenciado. Maria - aquela que carregou em seu ventre o responsável pela salvação do homem na Terra ? é, constantemente, diminuída por ser mulher. São constantes as passagens em que ela é silenciada e menosprezada numa composição realista quando há agradecimentos a Deus por não fazer parte desse grupo: Louvado sejas tu, Senhor, nosso Deus, rei do universo, por não me teres feito mulher (SARAMAGO, 2005, p.19). A misoginia é constante nas falas dos personagens masculinos que, constantemente, a ressaltam como sexo frágil, embora evidenciem o trabalho exacerbado que realizam: não fez sequer dezesseis anos e, embora mulher casada, não passa duma rapariguinha frágil, por assim dizer dez-réis de gente, que também naquele tempo, sendo outros os dinheiros, não faltavam destas moedas. Apesar de fraca figura, Maria trabalha como as mais mulheres, carando, fiando e tecendo as roupas da casa, cozendo todos os santos dias o pão da família no forno doméstico, descendo à fonte para acarretar a água... (SARAMAGO, 2005, p.21).
Ao percorremos todo o enredo, passagens como as supramencionadas são sucessivas e pertencentes a diálogos que naturalizam o olhar misógino que reforça o patriarcalismo. Nesse sentido, ao duplicar esse estereótipo, Saramago pondera e traz para o seu romance a interligação entre as religiões e as práticas sociais que se reverberam em diferentes períodos históricos.
Convém, então, ressaltar que a leitura de O evangelho segundo Jesus Cristo nos leva a refletir que, apesar do Iluminismo ter promovido o olhar antropocêntrico da sociedade, embora a pesquisa científica contribua para um olhar positivista do homem, o forte e influente poder do cristianismo contribui e continuará a reverberar, mesmo no século XXI, práticas de subalternização que se ancoram em um discurso que difere das práticas, conforme constantemente encontramos no Antigo Testamento. Nesse sentido, a humanização da divindade cristã realizada no romance em questão é capaz de levar o leitor a refletir sobre Deus não como exemplo de bondade e compaixão, mas também como propulsor de uma religião que o proclama por meio de condutas que divergem das bonanças que estão em seu discurso.
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Sel 18/12/2022

Saramago
Um Cristo mais próximo do ser humano, que deixa claro o valor da ética, sem a necessidade de santidade.
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Henggo 13/12/2022

Ousado, provocativo, inspirador
Não, não foi uma leitura agradável. Não pelo conteúdo, pois, como não sou cristão, não houve abalos nesse sentido. Mas sim pelo rebuscamento que Saramago usa como se este "Evangelho segundo Jesus Cristo" só pudesse ser lido perante um esforço digno de grandes milagres. De fato, ler este livro pressupõe sacrifício, entrega, ferir-se a alma, olhos, mente, para mergulhar em texto de tamanho espinhamento. O modo como a história se molda em humanidade é apaixonante. Esse Jesus falível de carne e osso, com um nada de sacralidade, parece (ao meu ver) muito mais condizente com a nossa sociedade que brada palavras sagradas, mas age com base nos atos mais mundanos. "O Evangelho segundo Jesus Cristo" é um tapa na cara instigante, provocativo, ousado e inspirador que desafia o senso comum e nos coloca em outro patamar de leitura, reflexão e absorção de técnicas de escrita. Difícil e maravilhoso.
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Alice 10/12/2022

Saramago nunca decepciona.
Mais uma obra maravilhosa de Saramago, onde nos é apresentada uma nova versão da vida de Jesus Cristo, onde ocorre uma maior humanização do mesmo. Uma obra bastante polêmica mas também necessária. É possível perceber o quanto Saramago se aprofundou nos estudos bíblicos para escreve-la. Uma leitura que vale muito a pena, e que deveria ser lida por todos.
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Ray 04/12/2022

Ácido, mas gostoso demais
Um livro tão ácido que é capaz de dar azia em quem não tá acostumado com certos questionamentos, que fez até uma galera se sentir no direito de proibir e demonizar esse llivro, apenas pela falta de coragem de ter que lidar com ele. Se você não é uma dessas pessoas que se incomoda com tão pouco, indepedentemente da sua fé, esse livro é pra você! Só existe uma ressalva: se você for pobre como eu, e não tiver dinheiro pra comprar e ler todos os livros do Saramago de vez, recomendo nem experimentar, é igual sushi, estranho no ínicio mas depois vicia!!!
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Davils 28/11/2022

grandão sem medo
Obviamente subversiva, essa obra consegue apresentar uma perspectiva muito mais real e até mesmo verossímil do que pode ter sido a vida de Jesus Cristo.
Contar uma história que todo mundo conhece, de maneira que seja impossível prever como a narrativa vai se desenrolar... Saramago fez isso.
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Pretti 27/11/2022

Sempre excelente
Não diferente de outros livros do Saramago, O Evangelho segundo Jesus Cristo é um livro de excelência. Saramago é o ateu mais cristão que existe, e explora neste livro a humanização de J.C., além de questionar conceitos clássicos de bem e mal. Recomendadíssimo.
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Euller 19/11/2022

Vale a pena e deve ser lido por TODOS
Li sabendo que seria bom pois é impossível se dessepcionar com Saramago, mas novamente estou surpreso com o quão bom são os seus livros, os enredos que ele constrói, eu amei esse livro.

"o Senhor deu-nos pernas para que andássemos e nós andamos, que eu saiba nunca homem algum esperou que o Senhor lhe ordenasse Caminha, com o entendimento é o mesmo, se o Senhor no-lo deu foi para que o usássemos segundo o nosso desejo e a nossa vontade"
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Ana Paula 16/10/2022

"Homens, perdoai-lhe, porque ele não sabe o que fez."

A Bíblia é repleta de pontas soltas que são um convite a ficção. Saramago desconstrói e desmistifica a narrativa bíblica, humanizando os personagens e preenchendo o vazio sobre a infância e adolescência do personagem Jesus, retratado aqui como um homem comum.

Também questiona o comportamento cruel, sanguinário e político de Deus, dono de um ego infinito, que faz uma coligação com o Diabo para expandir seus domínios. O Diabo que só foi expulso do céu por se rebelar contra a tirania de Deus, com quem ainda tenta se reconciliar para que a humanidade fosse poupada.

Mais uma obra-prima, mais um favorito.
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Rafael 14/10/2022

Talvez herético, provavelmente subversivo, certamente grandioso.

Esse é a quarta obra do escritor José Saramago que leio. O que me marcou nessas experiências prévias foi a originalidade dos textos e a facilidade do autor em buscar temas inusitados e desenvolvê-los com bastante criatividade. Apesar das dificuldades no fluxo de leitura, que o estilo de pontuação caraterístico de suas obras impõe, é indiscutível que essas histórias tenham o poder de prender a atenção do leitor, que constantemente fica na expectativa do que se sucederá nas próximas páginas.

O livro em questão, em especial, é marcado para além das circunstâncias do roteiro, ou do acontecimento de algo inusitado, como uma cegueira branca que se alastra rapidamente ou as férias que a morte decide tirar em um país desconhecido. Parece ter como objetivo levar o leitor a pensar sobre as contradições e ciladas da religiosidade e, dessa forma, reconstrói a história da vida de Jesus, desde o seu nascimento até sua morte, sob uma perspectiva mais próxima da realidade que conhecemos (e mais humana). Essa humanidade atribuída a Jesus, faz com que o mesmo sofra com as dúvidas, angústias, inseguranças, fraquezas e vulnerabilidades carnais características do ser humano. Considera-se ainda que toda a história foi escrita por um ateu, que imagino eu, tenha se dedicado intensamente a leitura e interpretação do texto sagrado, visto a facilidade com que constrói os personagens, o conhecimento dos evangelhos e os detalhes dos locais por onde J. C. passou.

Sem dúvidas é uma obra polêmica, mas que consegue prender a atenção do leitor e o conduz a repensar alguns conceitos filosóficos da fé. Pode ser incomodo para pessoas cristãs (senti) e acredito que esse tenha sido o objetivo de Saramago, explorar as contradições, as controvérsias e enfrentar as questões não respondidas no texto bíblico, além trazer à tona todas os conflitos religiosos que culminaram em tortura, perseguições e morte. Enfim, o livro busca completar as lacunas deixadas pela tão conhecida história de J. C. e com a originalidade do escritor português aprofundar-se nos detalhes dessa história. Continuo afirmando que ler José Saramago sempre é uma ótima experiência.
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Fernanda.Despirto 09/10/2022

Saramago nunca decepciona.
Livro fantástico, principalmente do meio para o final.
Não tem como não se apaixonar e se identificar com os personagens.
Vale super a leitura ?
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