I7bela 21/11/2023
28.01.2022
Considerado por muitos especialistas como o melhor livro de Sartre, “A Náusea” trás em formato de diário, Antoine Roquentin um homem que em meio a cafés e bibliotecas busca sentido nas coisas e confronta seus próprios medos ao ouvir conversas paralelas. Pelas ruas da França, Antoine observa o cotidiano de várias pessoas e se depara com a ausência de sentido da vida. A Náusea de existir. Ele existe? Realmente existe? Sua existência é palpável? O estranhamento em se sentir deslocado desse sentido tão facilmente compreendido por todos. Somos levados a sentir e perceber seu sintoma em meio algumas passagens absolutamente “nó na cabeça” (vide página inteira 119)
A existência para Sartre, neste livro, é absurdo. Entre coisas e pessoas não há sentido para nada. Para Antoine, historiador, em seu diário ele não acredita em explicações ou significado e entre conversas com o Autodidata o choque de percepções intriga tanto Antoine quanto ao leitor ao se deparar com o cru encerramento dele ao final do livro. Um soco. Sangue.
Ao acaso. Ou entre começo, meio e fim a vida se baseia? O estado de perturbação diante de diversas constatações é chamado de “Náusea”.
Estará Sartre certo à cerca da vida? Diante de nós existe nada? Sentido algum? Mesmo no amor Antoine se vê perdido. Existiu aquele amor? Suas viagens, seu conhecimento, suas escolhas trouxeram sentido à sua existência?
Gosto muito de existencialismo e tudo que esse tema me leva a pensar. O questionar é grandioso demais e sempre foi meu ponto de referência diante de toda minha vida. O estranhamento de Antoine por vezes foi o meu.
A liberdade é uma condenação? Ou é medo? Medo do que faremos com nossa liberdade? Essa liberdade precisa ser questionadora. Nosso passado e como fomos construídos até aqui, não deve ser esquecido. Embora, Sartre deixe claro que não há modelo algum de vida a seguir, penso que cada pessoa molda sua própria existência por meio de experiências passadas e assim temos o aprendizado do que e como seguir. Por muitas vezes aprendemos isso sozinhos, por outras vezes aprendemos com uma figura familiar. Pouco importa. Apenas questione!