Carous 28/09/2018Ainda que eu tenha críticas a fazer da história, eu dou 4 estrelas sem problema algum porque foi uma leitura gostosa de fazer e eu fiquei surpresa. As resenhas e os comentários que li me diziam que finalizaria a leitura insatisfeita. Mas Meg Cabot não me decepcionou e por isso sou grata.
Bom, primeiro vamos combinar que não havia a menor necessidade desta sequência ainda que fosse a oitava maravilha do mundo. Não é como se o final de Insaciável fosse aberto.
Ao que diz respeito à escrita de Meg Cabot, faço das minhas palavras a da Luciana - que já resenhou este livro há muito tempo - é clara, limpa e mostra que a escritora fez sua pesquisa muito bem.
Eu comecei o livro decepcionada com Meena - no ponto em que estava quando terminei Insaciável - porque até metade do livro anterior ela era tão maravilhosa, independente e sagaz, mas bastou se apaixonar por Lucien que virou uma mocinha chorona, carente, não tirava o nome do amado da boca, sempre o defendendo mesmo quando ele claramente demonstrava sinais de obsessão por ela. Mas eu a perdoei no livro anterior graças a um capítulo em que Alaric Wulf descreve o comportamento das vítimas dos vampiros. Meena se encaixava nele, ainda que de leve porque seu dom ainda a deixava com discernimento. E eu a perdoei neste livro porque da metade dele em diante o senso pareceu voltar 100% a ela.
Não entendo quem defende o Lucien. Muito menos quem torcia para que ele e Meena terminassem juntos. No outro livro possui diversos trechos indicando que ele, se não fosse um vampiro, poderia facilmente ser classificado como homem abusivo. E neste livro encontramos trechos e mais trechos, diálogos e mais diálogos de como Lucien é obcecado por Meena. Não é amor, ele acha que ela É dele. Saca, como uma propriedade?
Não que ele não seja um bom personagem. Aliás, nos dois livros não temos personagens ruins e os secundários são utilizados na história. A isso, sou muito grata.
O que notei é que desde o início, quando Cabot inseriu informações sobre o comportamento das namoradas dos vampiros, sobre a história de Drácula, sobre a vida de Meena, Lucien e Alaric, ela nos dava pista. Lucien é um vampiro, uma criatura conhecida por ser sedutora. Claro que seria ultrarromântico com Meena, um (aparentemente) cavalheiro. Não se seduz ninguém com contas a pagas e pedindo para tirar suas botas com chulé. Meena estava sob influência desse traço do vampiro e da carência que muita mulher sente, pois há um enorme desejo de encontrar sua cara metade e muito pouco homem decente por aí para ser considerado o cara ideal. E o Alaric, bom, através dele Cabot esclareceu todos os pontos.
Ainda que tenha achado o plot twist principal meio brochante, gostei da história e de seu desenvolvimento. Gostei mais ainda, aliás, fiquei ALIVIADA, seria correto, de ver que a escritora não romantizou a relação de Lucien e Meena. O que, infelizmente, vai na contramão de muitos escritores hoje em dia.
Pena que este livro não fez mais sucesso e pena que Meg Cabot não é mais conhecida dos jovens de hoje porque ela é muito boa e tem discernimento, o que sinto falta em outros escritores.
Ainda assim, para um livro com vampiros, faltou representatividade - nada anormal em literatura, né? -. E o final... por que a mocinha sempre tem que terminar com alguém? É crime ser solteira?