julianavicente 02/06/2020
Sem muitas surpresas
Eli e Charlie são pistoleiros famosos e, por incrível que pareça para uma história daquela época, que nadam em dinheiro. Essa foi a primeira característica, como uma fã de western, que estranhei. Os irmãos Sisters (sim, Eli e Charlie são irmãos) gastam dinheiro como se estivessem bebendo água. O que são 17 dólares para se gastar num jantar? Para Charlie, nada – mas, para o período de 1850, muito. Decidi me apegar ao pensamento de que eles estão cheios de “grana” por serem assassinos famosos e, sei lá, economizarem por muito tempo.
Quem conta a história é Eli. Pacífico, atencioso e extremamente carente, ele auxilia seu irmão nos diversos serviços – ilegais – que recebe de seu chefe, o comodoro. Já Charlie, para fazer contraponto ao emocionado Eli, é turrão, alcoólatra e sanguinário. Por vezes, as mortes que acontecem no livro são literalmente por nada, simplesmente porque Charlie decidiu que sim e descarregou o revólver na vítima. Durante uma missão – eles devem assassinar um tal de Warm a mando do comodoro -, viajam do Oregon à California e são acometidos por inúmeras situação que, de certa forma, são desagradáveis. Com direito a Eli aprender a usar uma escova de dente, Charlie ficar apavorado com uma suposta bruxa que encontram numa cabana “abandonada” e o cavalo fraco de Eli, Tub, ser atacado com um predador e ficar ruim do olho.
O livro tem uma escrita rápida e fácil. É ideal para quem não sente necessidade de ler para se apegar aos personagens ou mesmo não espera um desenvolvimento muito profundo. O desfecho da história chega num piscar de olhos e termina no mesmo piscar de olhos, então não se assuste quando virar a página e ver que acabou. E, sim. Sem surpresas, acabou “desse jeito”.