spoiler visualizarbelbs 02/06/2024
Todos os jovens do RJ são loucos assim?
Um dos livros mais rápidos que eu já li, Raphael Montes me prendeu a leitura do começo ao fim. Tive que esperar umas semanas pra adrenalina sair do meu corpo e eu poder falar minha opinião depois de ter pensado muito sobre todo o livro e principalmente aquele final. E que final... e não digo essa frase de efeito para soar surpresa ou extremamente encantada com o fim da história. Então vamos falar sobre o tão temido fim de suicidas que divide opiniões.
Para mim, a construção do livro é impecável, somos levados a uma catarse de sentimentos por minuto, sendo eles nojo, tristeza, dúvida, ansiedade, e a cada virar de páginas o coração aumenta a velocidade das batidas. Porém, sinto que eu percorri uma trilha para subir o monte Everest e achar um pote de ouro só pra no final não ser levada a lugar nenhum.
Desconfiei do Alê o livro inteiro. Cara chato, julga que é melhor que todos e que é o único narrador que conhecemos, ou seja, não confiava que ele realmente estava alí por acaso. Pensando como o autor o óbvio é criar toda a narrativa incriminando o Zack para no final a culpa ser do melhor amigo quietinho e nerd dele. Quando leio um livro que aponta escancaradamente a culpa para um personagem muito provavelmente não será ele.
Muitas coisas não fizeram sentido pra mim, como por exemplo a Débora, mãe do Alê, ajudar no assassinato da amiga dele só porque o filho pediu, como o Alê planejou tão rápido tudo isso e principalmente a desculpinha que ele deu. Se ele teve essa ideia e pensou que seria uma história incrível por que ele simplesmente não escreveu igual o Raphael Montes da vida real?
E a última carta que ele finaliza dizendo que ele é o Raphael Montes... admito que senti um pouco de vergonha. Foi engraçado por 2 segundos, mas não é inovador e revolucionário. O mais engraçado foram as diversas pessoas que disseram que pesquisaram o histórico do Raphael Montes pra ver se ele cometeu algum crime, amor você acha que aquela história seria realmente real ou você se faz de burrinha?
Cansei de falar mal do Alê, mas se ele não tiver nenhum hater significa que eu sou a suicida da vez.
Uma coisa que eu realmente fiquei chocada sobre o fim foi o Zack estando “vivo”, isso eu não esperava, mas rendeu uma cena muito boa de uma mãe louca achando que ia conseguir matar ele no hospital kkkkkkkkkkk ela fez a delegada de refém NO MEIO DA DELEGACIA. Eu falo que todo mundo alí é meio lerdinho, mas ninguém me escuta.
Agora falando sobre os pontos positivos do livro, ou seja, o resto tirando o final.
Que livro horrendo e fabuloso! O decorrer tão sensacional que nem parecia que eu estava lendo um livro, mas assistindo um filme. Mais e mais mistérios surgem e tudo que você quer saber é a verdade.
Horrendo porque o ser humano é sujo, todos ali exceto o Daniel são podres. O Noel que fez aquilo com a Ritinha, a João por ser interesseira, o Alê por ser cínico, Zack por ser um psicopata mesmo e nós por continuarmos lendo tamanhas crueldades.
Uma coisa que incomodou durante a leitura foram os diálogos. Não pareciam reais, muito robotizados como se fossem um roteiro de série (aliás podia ser uma série né Netflix rsrs).
Estou falando tudo isso mas eu sei que o Raphael escreveu esse livro com 17 anos, que no caso é a idade que eu tenho agora e eu tenho certeza que eu não conseguiria escrever metade do que ele escreveu. Por esse motivo e mesmo não tendo gostado de coisas pontuais da leitura eu aplaudiria essa maravilha da literatura brasileira de pé!!
Super recomendo a leitura e estou ansiosa para ler outros do Raphael