Resenhas - Bom Crioulo

J.Vitor 26/10/2023

Eu raramente leio clássicos, mas vez ou outra costumo me aventurar, e esse aqui me surpreendeu, tendo uma premissa pouco comum, considerando a época em que foi lançado. Inicialmente eu senti uma familiaridade com o personagem, tendo uma vida miserável e fugindo para conseguir algo melhor, só que conforme foi passando, algumas atitudes dele me deram certos gatilhos, e meio que peguei uma certa antipatia, mas não nego que todos aqui foram excepcionalmente bem trabalhados. A leitura é fluida, rápida, um pouco complexa (devido aos termos rebuscados e antigos), mas eu amei a experiência de conhecer essa história, o final me entristeceu e revoltou, mas posso dizer que é um livro para aprender e refletir, indico.

maria 23/10/2023

Sei la que nome dar
Na escola houve uma apresentação sobre esse livro no ano passado e eu quis ler pois achei interessante ser o primeiro livro gay do brasil. até que gostei...

Rodrigo.Gorsani 10/10/2023

Uma leitura tensa.
Já havia lido um resumo desta obra quando eu estava no ensino médio e achei interessante. Agora que estou em uma fase de muitas leituras LGBTQIAPN+, quis ler a obra completa. Não foi uma leitura muito cativante e rápida. Não é o tipo de narrativa que te faz querer alucinadamente continuar lendo para descobrir as aventuras e emoções dos personagens. Cria-se um suspense com a descrição animalesca de Bom Crioulo e afeminada de Aleixo que se concretiza em morte e um fim trágico e para mim, sem a devida e merecida conclusão. Como salientei em outras resenhas aqui na rede já, sou um leitor apenas e passo longe de entender as correntes literárias e a história dessa arte das palavras, mas senti falta de algo mais para finalizar, uma conclusão menos insípida. Posso sofrer do mesmo problema de outros leitores, com os clássicos. São extremamente importantes e reconheço este fato imutável. Mas eu talvez não seja o tipo de leitor ideal para eles. A abordagem naquele momento histórico onde foi cunhada tal obra hoje não mais é de bom tom, especialmente num contexto de busca pelo respeito à diversidade humana.

Delma 08/10/2023

Bom crioulo
Amaro, um ex-escravo que trabalha como marinheiro, se apaixona por Aleixo, um grumete loiro, jovem e belo, de olhos azuis... Gostei da narrativa e a história me surpreendeu.

ytalodamata 17/09/2023

Bom crioulo
Sinceramente? não foi uma leitura que me cativou. Eu o li com muito fogo no olhar - realmente com vontade - mas a história em meio aos mares apagou minha chama por esse livro. Os personagens são cativantes. Tinha tudo para vingar, mas de certa forma não vingou.

mari 23/08/2023

Não sei pq eu enrolei tanto pra começar esse livro. É pura emoção e descreve bem as situações, foi e é revolucionário. Conta uma história diferente, com personagens diferentes e o fim é tão, tão, tão rápido que você não acredita. Esse livro aborda o relacionamento entre pessoas, às vezes meio tóxico, mas por incrível que pareça sempre sendo muito real. Antes de ler é necessário saber sobre os temas que serão abordados, já que alguns podem ser tópicos de gatilho.

Memy 12/08/2023

DETESTEI
Talvez eu não seja culta o suficiente pra entender essa obra, mas achei horrível. naturalismo não é pra mim

Vitor 10/08/2023

Ágil e envolvente?
A leitura é ágil. Com uma fluidez que não vemos com frequência em grandes clássicos. Mesmo esse sendo esquecido e escanteado devido ao tema e a época em que foi publicado.

Homossexualidade, pos abolição, Marinha? Temas que se cruzam e entrechocam uma trama ?moderna? demais para o século XIX, parece até uma obra atual, ou uma provocação à época em que foi escrita.

Mesmo ?provocando?, a história também é carregada da visão de 1895, em que o negro ainda sobrevive a abolição e seus resultados , tanto de figurada ?liberdade? quanto do preconceito.

Soma-se a relação entre mesmo sexo, que escandalizou a sociedade e era vista de forma abominável num Brasil de alguns anos?

Maria 25/07/2023

O ?bom? crioulo?
Esse livro é bem diferente do que eu esperava. É uma leitura às vezes cansativa, mas rápida. Trata de temas BEM polêmicos e tem um final bem surpreendente

Nicole.Delfrate 20/07/2023

Um bom clássico para começar
Bom crioulo é um livro curto, não diria que é de fácil leitura principalmente para quem não esta acostumando, tem muitas palavras difícil e termos sa marinha, mas aos poucos você vai pegando o significado e se acostumando com o modo de escrita, recomendo super.

soubarroca 14/07/2023

Bom Crioulo, de Adolfo Caminha
100% naturalista
Adolfo Caminha dispensa todos os preconceitos da época e trata como "natural" um relacionamento entre dois homens em pleno século XIX.

O autor molda os personagens conforme preceitos deterministas e, vistos sob o olhar de hoje, sexistas e homofóbicos.

Aleixo, enquanto se relaciona com Amaro, é retrato como uma figura "feminina", tendo traços delicados e formas curvilíneas. Em um segundo momento, quando passa a se envolver com D. Carolina, Aleixo começa a ser apresentado de maneira voltada aos padrões andrógenos.

Esso pensamento não é da época apenas e pode ser visto até hoje quando há a uma "imposição" para que casais homoafetivos se encaixem na heteronormatividade.

Sem falar que o relacionamento entre os dois marinheiros era extremamente abusivo, recheado de manipulação, ciúme doentio e violência sexual.

Entendo que o romance faz parte de uma escola literária que pregava esses pensamentos evolucionistas e deterministas e que a proposta geral era de denúncia, mas isso não cabe mais nos valores contemporâneos.

Vamos reservar seu espaço como obra renomada da época, apenas.

beca 11/07/2023

É um livro curto, tranquilo de ler e fácil de entender. O que mais chama atenção são os temas abordados que são até hoje discutidos. Para quem tem tempo e interesse, vale a pena.

Katia.Borges 10/07/2023

Sobre a atualidade de Bom Crioulo
Bom Crioulo, de Adolfo Caminha, aborda temas atuais a despeito de ter sido publicado em 1895 : além do relacionamento homoafetivo, o fato de o personagem principal ser negro e a crítica às instituiçoes miliares.

Na época em que foi lançado, o livro causou burburinho. Os motivos atravessam as temáticas citadas e o perfil branco, heteronormativo e burguês que compunha a maior parte da crítica especializada. Acusado de imoral por tocar num assunto que naquele contexto histórico era proibido, o próprio autor se defendeu da acusação afirmando que longe de apoiar o sexo entre dois homens, o seu livro seria uma espécie de contribuiçao à ciência que atestaria os efeitos nefastos da ?pederastia? sobre o caráter humano.

Se julgamos com os olhos de hoje é possivel apontar Adofo Caminha como homofóbico. Mas numa época em que os discursos destituiam os negros de humanidade e, portanto, de afetos; e as relações homoafetivas eram invisibilizadas pelo discurso moralista, Bom Crioulo, a obra mais do que a intenção do seu autor, como espaço aberto, passivel de reelaborações, foi resgatado algum tempo depois pela comunicade LGBTQIA+ como o primeiro romance basileiro a ter como portagonista um homem negro e gay.

Se o fato de o livro ter sido a primeira obra nacional a trazer uma personagem com essas características não for suficiente para abrirmos mão de uma leitura crítica acerca do circuito discursivo criado em torno dos personagens; seria igualmente injusto fazermos uma leitura anacrônica de Bom Crioulo, e acredito que esteja aí o maior desafio imposto pela obra na atualidade.

Mas, afinal, por que que ler Bom Crioulo hoje?

Ao lermos Adolfo Caminha, o livro e o artigo que escreveu em que se declara homofóbico, é impossível não refletirmos sobre a importância da literatura para pensarmos a sociede. Uma vez que parte do que os autores escrevem é fruto dos valores de uma época, a literatura é uma espécie de testemunha que lança luz sobre o próprio contexto histórico em que foi escrita.

Ler Bom Crioulo como um testemunho vivo e presente sobre as agruras de um passado que teima em se repetir. Na literatura, inclusive.

#literaturabrasileira
#literaturacearense

ojvlucena 06/07/2023

Bom Crioulo
Bom Crioulo considerado o primeiro livro de romance da literatura brasileira com tema lgbta+  entre dois homens. Publicado em 1985.
O autor Cearense Adolfo Caminha tinha 27 anos quando escreveu. Era marinheiro e dizem que ele escreveu sobre o que presenciou a bordo dos navios da Marinha em que trabalhou.
Confesso que me surpreendi pois tive a expectativa que seria uma leitura mega difícil e gostei demais. É um livro com estereótipos culturais que descreve história de muita gente do público lgbtqia+.
É a história de um homem negro, forte e ex escravizado chamado Amaro que mesmo após escravidão, a violência permanece em sua vida na Marinha, o romance começa quando seus caminhos se encontram com Aleixo, homem branco e de olhos azuis até acontecer um desfecho triste, profundo e mal sucedido. Seu fim seria uma loucura de amor ou não?

Matheus837 03/07/2023

Literatura Brasileira é foda
Esse livro é tão maravilhoso e surpreendente que faz com que o leitor o queira digerir lentamente, mesmo dessa forma muitas coisas passam despercebidas... No início, quem mal conhece a história imagina que será uma obra romântica e quando menos se espera, traição pula na cara do leitor... Amizades que se mostraram gratas, ao longo, se tornam ingratas e tiram a máscara de bondosas, nos exibindo todo racismo que estava velado; tudo isso são características de Dona Carolina! Essa edição vem com um posfácil maravilhoso, auxílio tremendo para que a comprenssao do leitor seja mais eficaz!
Racismo, homofobia e prisão sentimental; são os pontos mais fortes que esse clássico polêmico ainda nos traz, mesmo sendo lançado ha mais de 100 anos!