Iskralol 23/02/2024
"Manuela,sempre.Mas também Kakuro.E Paloma,minha alma gêmea"
A princípio uma leitura intrigante, principalmente pra mim que não li a premissa do livro, mas depois tudo flui e se torna uma leitura aconchegante e profunda. E leve (mesmo) apesar dela dizer que vai se matar e tacar fogo no apartamento. E sobre ela ser "gênia e muito inteligente para a idade" eu acho que isso pode não ser verdade porque é a descrição dela sobre ela mesma, então, vai ver ela é só mais uma pré-adolescente que se acha especial e na verdade ser só uma adolescente comum (um pouco deprimida, no entanto).
E o final...? "Paloma, minha filha. É para você que me volto. Você, a última. Paloma, minha filha. Não tive filhos, porque não aconteceu. Sofri com isso? Não. Mas, se tivesse tido uma filha, teria sido você. E, com todas as minhas forças, lanço uma súplica para que a sua vida seja à altura do que você promete." O final não poderia ter sido mais triste. Eu realmente não sei o que dizer desse final.
obs: Gostei muitíssimo da forma de expressar, por exemplo, um tempo muito bom e aconchegante com alguém que se ama com: "É um fora-do-tempo dentro do tempo...". Amo, amo muito essas pequenas frases, sentimentos e expressões que o livro traz. E as minhas favoritas que eu não consigo deixar de fora dessa resenha:
?"Mas, se tememos o amanhã, é porque não sabemos construir o presente e, quando não sabemos construir o presente, contamos que amanhã
saberemos e nos ferramos, porque amanhã acaba sempre por se tornar hoje, não é mesmo?"
?"há coisas que valem a pena e de que é por isso que a vida tem um sentido."
?"Seria tão melhor se compartilhássemos de nossa insegurança, se nos puséssemos todos juntos dentro de nós mesmos para dizer que as vagens e a vitamina C, ainda que alimentem o bicho, não salvam a vida e não sustentam a alma."
?"Estar vivo talvez seja isto: espreitar os instantes que morrem."
?"Que faz a Arte por nós? Ela dá forma e torna visíveis nossas emoções, e, ao fazê-lo, apõe o selo de eternidade presente em todas as obras que, por uma forma particular, sabem encarnar a universalidade dos afetos humanos".