@somegood.books 16/10/2022A felicidade está no cotidianoSe a gente for parar pra pensar, somos todos bilhões de pessoas vivendo bilhões de dias absolutamente comuns. Nosso cotidiano nada mais é que o emaranhado de nossos hábitos e preferências, onde a vida se encarrega de ir, lenta e pacientemente, moldando nossa forma de ser.
Eu acho que é por narrar isso, hábitos comuns de uma vida comum, que Murakami sempre me prende tanto. Eu vejo muita beleza no decorrer dos dias, da rotina, do simples hábito de seguir em frente. A cada dia que passa, percebo mais e mais que a felicidade tem que estar aí, em cada passinho despropositado que temos o prazer de dar, pelo simples fato de estarmos vivos e em constante transformação, mesmo que pareça lenta.
É nesse ir e vir calmo e irrefreável que vamos encontrar força para superar alguns poucos, mas sempre presentes, momentos difíceis que chegam de repente e nos mudam para sempre.
Assim como Toru neste livro, muitas vezes ao longo da vida, teremos que tentar superar a perda de um ser amado e nos veremos a frente para uma verdade inquestionável: morte não é o oposto da vida, mas uma parte intrínseca da vida.
Dói, muitas vezes pra sempre. Mas atenção ao transcorrer dos dias e seus detalhes preciosos, tão bem descritos nesse livro, é o melhor caminho para seguir em frente.