Tamara 06/05/2017
*Resenha postada na íntegra e originalmente em: http://rillismo.blogspot.com.br/2017/04/resenha-luz-atraves-da-janela-por.html
Adoro todas as tramas de Lucinda Rilley que li até hoje, e sempre me surpreendo muito positivamente com a forma como ela constrói cada história e como faz conexões entre pessoas que pensamos que jamais teriam a ver uma com a outra, e também adoro o modo como ela nos deixa imaginar algo, para, logo depois, fazer com que tenhamos uma reviravolta na história e com esse livro não foi diferente, embora ele não seja o meu favorito da autora, mas me marcou muito profundamente. Na verdade, uma única característica que eu já notei em outros livros da autora me fez não achá-lo o melhor que ela já escreveu. Lucinda quase sempre insere nos seus livros duas tramas paralelas; uma, envolvendo uma personagem do presente, e outra, envolvendo alguém do passado, que geralmente, de alguma forma tem alguma ligação com a personagem do presente, e aqui não foi diferente, porém, achei a construção de Emilie, a personagem dos dias de hoje, bastante fraca, e não consegui me afeiçoar a ela, mesmo que com o decorrer da trama ela tenha se mostrado diferente e mais forte, mas mesmo com isso, os momentos do presente se tornaram arrastados para mim, e é essa a característica que percebo geralmente, que as personagens do presente nem sempre são tão empolgantes e algumas vezes não nos prendem tanto. Já por outro lado, me apaixonei por tudo que diz respeito ao passado, e se a trama girasse apenas em torno desse núcleo, ela seria a mais perfeita, pois nos mostra o auge da segunda guerra mundial, e a resistência francesa, temas que gosto muito de acompanhar.
O ponto mais positivo para mim foi conhecer esse lado da segunda guerra, conhecer as personagens fortes que vieram daí, e também foi me apresentado a divisão de agentes especiais que eram enviados para a França, pela Inglaterra, e eu nunca tinha ouvido falar deles nas obras que li. Além disso, temos uma personagem cega, e achei bem intrigante acompanhar o modo como ela era tratada, pois sou deficiente visual e geralmente gosto de acompanhar como a cegueira é tratada nas obras. Ainda, encontramos muito da ocupação francesa pelos nazistas, e podemos nesse meio, encontrar personagens bons e ruins, e conhecer os diversos lados dessa guerra. É preciso também destacar, que fui muito surpreendida com o final que a autora criou, que é algo que imaginei levemente durante a trama, mas descartei por parecer impossível naquelas circunstâncias, e depois a autora deu um jeito para que tudo se encaixasse com perfeição.
Porém, como já mencionado, a personagem do presente fez com que em alguns momentos a obra fosse arrastada para mim, e se mostrou uma personagem demasiado ingênua, que não percebia tudo o que se passava ao seu redor de errado e que se mostrou alguém muito fácil de ser manipulada, o que me deixou bastante irritada e pouco disposta a gostar dela. Além disso, achei os dramas do presente bastante açucarados e não tão necessários, e isso fez com que eu não me surpreendesse tanto assim.
Os personagens são bastante humanos e cheio de defeitos. Relativamente aos do presente, apenas senti afeição por Anton, um menino que aparece na trama, a princípio como um grande coadjuvante, mas depois ganha bastante importância no decorrer da obra. Já emilie, a protagonista foi muito parada e ingênua, e por isso não consegui gostar dela. Sebastiã, o marido de Emilie, também em nenhum momento se tornou um personagem que me agradasse, e apenas seu irmão, Alex, em alguns momentos me cativou. Também adorei Éduoard, o pai de Emilie, que no presente já é morto, mas que pelo que podemos conhecer desse homem, foi incrível e foi o personagem masculino de quem mais gostei. Quanto aos personagens do passado, adorei Constance, a inglesa que vai para a França, e Sophie, a mulher cega, e fiquei apaixonada pela história que ambas protagonizaram. Ainda, outro personagem que chama bastante atenção é Frederik, um oficial alemão que marca presença intensa na trama, além de seu irmão, Falk, e ambos protagonizam e demonstram muito bem todos os lados daquele regime nazista tão cruel e impiedoso.
O livro é dividido em trinta e cinco capítulos, sendo que alguns deles se passam no presente, a partir da primavera de 1998, e outros se passam nos anos da segunda guerra mundial; e, como em todas as suas tramas, Lucinda mescla a narração, feita em terceira pessoa, de uma forma incrível, pois acaba o momento do presente em um momento que nos deixa querendo saber mais do que vai acontecer, e logo depois, também nos prende nos momentos do passado, nos deixando ávidos para saber o que acontece ali também, e dessa forma, devoramos o livro em uma curiosidade intensa do que as próximas páginas prometem. Além disso, realizei a leitura em ebook e não encontrei erros.
Recomendo a obra para os fãs da autora, ou ainda, para aqueles que não a conhecem, pois certamente é uma obra incrível para se começar a conhecer seus livros, e é um livro que alia fatos históricos reais perfeitamente a uma ficção muito bem criada.
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