spoiler visualizarLarissa2526 17/05/2023
Dois irmãos
A escrita é boa, mas a trama em si e a forma que a história é desenvolvida é meio "nhé", pra não dizer podre.
Tudo começa com a história da Zana e do Halim e em como ele ama ela e sente tesão (eles se casam). Ele conquista ela com alguns versos de um poema em árabe.
Depois há a história de Domingas, uma índia órfã que foi dada pelo orfanato a Zana para ser uma empregada doméstica (a palavra escrava é melhor para definir essa relação, mas a escravidão em si era proibida).
Zana e Domingas passam a ser 'amigas' depois de um tempo. Na verdade elas cozinham e rezam juntas, mas elas continuam a ter uma relação de senhora e subordinada. Tanto que a casinha que a Domingas mora é no quintas da casa do casal e em condições super insalubres.
Após isso tem a história de Omar e Yanub, os dois irmãos gêmeos que se odeiam. Omar gostava de uma garota e a garota gostava de Yanub, Omar fica com ciúmes e machuca o irmão com um pedaço de vidro quebrado (faz uma cicatriz no rosto do outro). Yanub, é mandado para o Líbano para acalmar as coisas e Omar fica em casa "porque ele provavelmente morreria na viagem". Yanub volta depois de 5 anos, vai para a escola, se forma com graças, vai para SP e se torna um engenheiro. (A trama toda se passa em Manaus)
Omar é o filho Caçula, o mais mimado, ridículo, bancado pela irmã e pela mãe, assediador e estuprador, queria que todos fizessem as suas vontades, um homem que só queria saber de putas, orgias, álcool e um cigarro. Nunca fez nada na vida. Foi, inclusive, preso no final do livro por agredir mais uma vez o irmão, que o processa e o prende quando a mãe deles morre. (O Halim já tinha morrido)
Porém, ele é o injustiçado, a irmã, Rânia, ainda tenta tirar ele da prisão e, quando mãe, Zana, ainda era viva, tentava fazer os dois se entenderem. Só complicava as coisas. Odeio ela. Odeio o Omar. Odeio a Rânia. O Halim eu gostava e Yanub tem o meu respeito. Domingas era uma querida e o Nael, filha da Domingas, me dá raiva, REAGE MEU FILHO.
O Nael é quem conta a história do seu ponto de vista, mesmo que haja ainda uma presença onipresente quando é para se referir ao passado ou pensamento de outros personagens.
E nota-se que só nas últimas 10 páginas que a gente descobre o nome do Nael, mesmo que a gente saiba que é ele que está contando a história.
Enfim, tem muito rolo aí no meio e muito incesto. Entre a irmã e os gêmeos e a irmã com o Nael, ela é tia dele. O Omar estuprou a Domingas. E certeza que a Zana tinha algum tipo de fixação estranha no Omar, pqp, não é possível, aquilo é tão ridículo que o meu olho chega a doer quando eu leio.
Assim, concluo que a história é ruim e a ordem cronológica das coisas é bem perdida. Eu, em muitas partes, tive que ler duas vezes o mesmo parágrafo pra entender o que estava acontecendo porque há mudanças muito bruscas de cenário e tempo cronológico. Me perdi um monte.
Não leria novamente e fiz essa resenha gigantesca por essa causa, espero que o meu desabafo e indignação ajude alguém a estudar para uma prova desse livro (que foi por isso que eu li).