Marjory.Vargas 01/12/2021| “Você nem sempre entende uma coisa só porque a fez.”
Bart Dawes é um homem inconformado com seu futuro: o progresso da nação vai destruir seu passado. A construção de uma nova auto-estrada vai passar justamente pela lavanderia onde trabalha há décadas e pela casa onde ele mora com a esposa há vinte anos.
Não bastasse isso, ele é um homem atormentado pela morte recente do filho, vítima de um tumor no cérebro, e o afastamento da esposa, que está pronta para deixá-lo.
A notícia da construção da auto-estrada leva a frustração e a raiva de Bart a um novo nível, e ele não vai deixar isso barato.
Esse é o terceiro livro do Bachman que leio, e agora já tenho uma opinião melhor formada. Eles são bem diferentes dos livros escritos pelo King (apesar de serem a mesma pessoa kkkk). Os livros do Bachman são mais introspectivos e pendem mais para um terror psicológico – pelo menos dos que eu li não havia o elemento do terror sobrenatural.
Só que, dessa forma, eu tenho a impressão que a história fica mais engessada. Aquela sensação de estar lendo sem avançar na leitura é constante, principalmente porque a gente acompanha muito do que se passa na mente dos personagens.
Eu confesso que ali nas últimas páginas, quando o Bart ficava refletindo tudo, eu já estava na leitura dinâmica, porque, sinceramente, quando terminava os monólogos dele, não fazia diferença nenhuma para a história.
Então, eu não sei como o King faz isso, porque tirando o Sombras da noite, que é de contos, os outros livros dele eu gostei bastante. Já os que ele assina como Bachman, a história é bem diferente.
A auto-estrada é um dos poucos (se não o único) dos livros do Bachman que a gente encontra o exemplar físico. Fúria e A longa marcha somente em e-book. Mas para quem é fã do autor, com certeza precisa conhecer essa outra faceta dele.