spoiler visualizarSimon.Xavier 22/06/2021
O lado bom é o fim
O lado bom da vida, de Matthew Quick, livro de 2013, foi uma decepção.
Se você espera um livro inspirador, você pode quebrar a cara.
Com uma escrita simples, sofrível e repetições tediosas, a história de um homem de 35 anos é retratada como se ele fosse uma criança tonta, com muito pouco cuidado e espaço para discutir melhor os temas importantes, que são o cerne da história: a perda de memória após um trauma psicológico e como se readaptar a sociedade.
Uma família disfuncional e abusiva, uma obsessão por uma mulher, uma sociedade extremamente machista e racista (inclusive, o machismo não é nem um pouco discreto ou velado: incomoda desde o primeiro momento e MUITO) e um fanatismo extremamente INTOLERANTE, IRRITANTE E CHATO por futebol americano.
Somente a inserção de uma personagem com personalidade forte e coragem para quebrar um pouco a espiral de desgosto e irritação a que o livro te leva e, ainda assim, a construção da relação fica resumida e corrida.
O fim, absolutamente previsível, acaba salvando o livro por, no mínimo, fornecer algo ao qual estamos habituados e causar bons sentimentos.
Nenhum assunto é discutido a fundo, condições são desrespeitadas, o terapeuta parece absolutamente parcial e o pouco questionamento sobre o machismo é raso.
Se vc se importa com questões sociais, escrita minimamente bem desenvolvida, personagens cativantes ou histórias inspiradoras, não se preste a ler isso.