Dai @veraaode92 04/07/2021Provavelmente, No Escuro foi o livro mais difícil que já li. Cada capítulo era um soco no estômago, que por um lado me deixou muito assustada. Mas que por outro, foi extremamente essencial para meu conhecimento como pessoa, mas principalmente como mulher. Quando você entende e para de julgar uma vítima em um relacionamento abusivo, este livro vai te deixar incrivelmente perturbado. Num bom sentido.
Catherine sai para se divertir, tem um ótimo trabalho, e leva uma vida muito feliz. As coisas ficam ainda melhores quando ela conhece Lee, um homem charmoso e agradável que está entrando na sua vida para transformá-la completamente. Cathy não é feliz. Ela tem transtorno obsessivo compulsivo, enquanto não tem certeza de que está mesmo segura, ela não fica em paz. Seu principal obstáculo é ter certeza absoluta que a porta está realmente trancada, mesmo que para isso ela precise conferir mais algumas vezes após ter acabado de trancar. Catherine e Cathy são as mesma pessoa. Antes e depois de Lee.
"Eu queria ver TV. Mas o pânico persistia, apesar de eu tentar ser racional, apesar de dizer a mim mesma que fizera tudo, verificara tudo, que não havia nada com que me preocupar, o apartamento estava protegido, eu estava segura, mais um dia em segurança dentro de casa."
"São momentos assim que identifico como perigosos. O medo que permeia minha vida de repente atinge um patamar mais elevado e minha exitsência se torna um esforço inútil, um desafio árduo demais."
"Sempre achei que mulheres que continuavam levando adiante um relacionamento violento e abusivo só podiam ser umas idiotas. [...] Que motivo elas teriam para continuar? E eu já vira mulheres na televisão ou em revistas dizendo coisas como "Não é tão Simples assim", e eu sempre pensava, claro que é, é simples, sim — apenas vá embora, afaste-se dele.
Somando-se a esse momento de percepção, um momento pelo qual eu já passara, notei que se afastar não era uma alternativa simples, afinal de contas."
Eu tinha o mesmo pensamento de Cathy, é tão simples. Foi o que eu sempre disse. Não vivi isso na pele, Graças a Deus, mas Elizabeth Haynes abriu meus olhos da forma mais bruta possível, e por isso este livro se tornou tão importante para mim. Jamais esqueci o que eu li nele, e por isso sempre gosto de indicá-lo para todo mundo que pensa como eu pensava, ou que tem interesse no assunto. Mas, mesmo se você não se enquadra nesses dois casos, te indico mesmo assim.