Ezequias 28/05/2013
Divertido título de autor iniciante, mas que carecia de maior desenvolvimento.
Não é a primeira vez que vemos um livro como o "Espadachim de Carvão". Exatamente não pelo seu conteúdo fantástico ou sobre o tema explorado ou por se propor a dispor um cenário rico.
A questão aqui é que já vimos livros serem lançados por autores que já são queridos pelo público antes mesmo do sucesso do livro. Assim, os leitores tendem a ser mais lenientes com a obra, afinal é escrito por um "amigo" do escritor.
Este é o ponto desta crítica. Devemos ser respeitados como leitores e também deveremos ser honestos com o escritor, afinal, é do nosso interesse que ele, nas palavras do próprio Affonso: "seja melhor".
Nisto verificamos que temos um livro realmente divertido, que entretêm com a narrativa de um mundo fantástico, único, com personagens interessantes. O livro, contudo também tem muitos defeitos: tem uma narrativa "soluçante" na qual a riqueza nos detalhes se contrapõe com a pobreza de nexo entre uma página e outra.
As vezes tive que parar para reler um capítulo para tentar entender exatamente o que estava acontecendo.
De fato acredito que o autor tentou fazer o possível para dar um ritmo de ação a sua obra, contudo, esta careceu de maior desenvolvimento para maior compreensão do que tem caráter meramente "estético".
Outro ponto, ligado ao tamanho físico da obra (menos de 300 páginas) temos um excesso de elementos que carecem de maior explicação, deixando apenas a imaginação do leitor.
Por fim, a obra tem o seu final de uma maneira muito abrupta. O intento do autor é claro no sentido de que ele deseja escrever uma série sobre o protagonista, mas que este primeiro livro é apenas o primeiro ato da história.
Não gosto muito desta perspectiva. O livro deve ser suficiente em si mesmo. Ele pode deixar com questões abertas, mas não sem o desenvolvimento completo das ideias por ele lançada.
Enfim, me diverti com o livro, mas o autor merece que façamos uma crítica honesta, o livro não merece cinco estrelas (são poucos os que merecem), merece, contudo três: o livro cumpriu a sua missão, nada mais do que isso, nada menos.
Nisto, aguardo o desenvolvimento do autor. Tomara que com mais liberdade de espaço e desenvolvimento nos próximos volumes. Apesar de que, reitero, não considero uma estratégia correta iniciar um livro com pretensão de se fazer uma série.