Lud @quoteseplots 14/07/2021Não esperava gostar tantoDepois de mais de um ano enrolando para começar essa série, finalmente li Desejo à meia-noite e pensei: COMO EU PUDE DEMORAR TANTO? Brincadeiras à parte, é muito bom voltar a ler um livro da Lisa Kleypas e fico muito feliz por não ter me decepcionado.
Amélia Hathaway se sente responsável pela sua família desde a morte dos seus pais. Ela possui um irmão mais velho, que mais dá trabalho do que ajuda, uma irmã mais nova doente , e mais duas caçulas que em breve entrarão em idade para casar. Com tantas responsabilidades e um coração partido, é clado para Amélia que na sua vida não cabe um casamento, inclusive quando quem deveria tomar as rédeas da casa traz ainda mais trabalho para ela.
Uma certa noite, após muitas preocupações, Amélia vai atrás de Leo pelos becos da noite londrina e acaba conhecendo Cam Rohan, o gerente de uma casa noturna. Após situações nada típicas, ele acaba ajudando-a achar o irmão beberrão e suspiram aliviados por nunca mais terem que se rever e lidar com aquela química intensa que surgiu entre os dois.
Mudando-se para a casa no campo que a família herdou, tudo que Amélia quer é que Leo para de beber e gastar dinheiro e recompor sua família. Contudo, ela não esperava que mesmo ali, tão distante, a vida dela e de Cam se cruzasse novamente.
Preciso iniciar enaltecendo como amei a composição de cada personagem da história. Amélia é uma protagonista cheia de nuances. Eu amei enteder sua força e sua fragilidade, amei como ela é destemida e luta pelo bem estar da sua família, mesmo que para isso ela acabe deixando a si própria de lado. Eu me entristeci de ver como ela tinha que levar todo o cargo da família sozinha. Dito isso, eu me irritei imensamente com o personagem do Leo. Apesar de entender o sofrimento dele, nada justifica seu alienamento em relação as irmãs, ao ponto de colocar a vida delas em risco o tempo todo.
É dentro desse contexto que Cam é como uma brisa suave de alívio na história. Ele é meio-cigano e meio-irlândes e, devido a essas raízes, ele não sabe muito bem onde se encaixar nesse mundo. Amélia o deixa confuso, pois retrata ainda mais fixar raizes quando ele deseja o vento e a liberdade. Contudo, mesmo com essas ressalvas, Cam sempre está ali para aliviar o cargo da Amélia e mostrar a ela que não precisa mais fazer tudo sozinha.
É lindo! O romance deles é muito bem construído e gostoso de ler. Torci muito por eles e que Amelia finalmente pudesse perceber que poderia abrir seu coração para alguém e aprender confiar novamente. Além disso, ambos eram divertidos juntos, uma leveza em meio aos fardos e aos preconceitos que surgem em meio a história. Afinal, Cam é de descendência cigana, estar com ele traz consigo o peso da repreensão da população.
Eu tenho apenas duas ressalvas ao livro. Nada que tire o quanto curti e amei lê-lo, mas que não consegui ignorar. O primeiro foi como a autora entregou o próximo casal de cara no segundo capítulo do livro e colocou pov deles no decorrer. Realmente me incomodou. Gosto quando tem nuances, mas não quando a coisa começa acontecer ali no livro que é de outro casal. A autora poderia ter deixado em suspense alguns detalhes mostrados e colocado no próprio livro do casal, como por exemplo, o momento deles no quarto. Contudo, não tirei ponto por isso, mas sim por outra coisa que acontece na reta final da história.
Há uma situação bem aleatória que deixa a vida do Cam em risco e que acontece tão rápido que você pensa "por que ela aconteceu?". Foi extremamente desnecessário e tirou um pouco do foco do que era importante, que era o estado do Leo e o clímax de tudo que gerou desde o início do livro.
É uma crítica chata, mas que não poderia deixar de relatar, contudo, a cena é rápida e realmente não interfere no meu carinho pela história. Amei tanto A Amélia e o Cam que são eles que me animam ler o próximo, já que a autora deixa um gancho sobre as raizes ciganas do protagonista. Por isso, apesar de não estar animada para o casal do segundo, quero ler logo logo.