Luara Cardoso 01/10/2013Doce e marcanteO Pessegueiro é um desses livros que, não importa o momento em que você o leia, tirará alguma lição dele e a carregará por muito tempo, mesmo não sendo este seu objetivo principal. Apesar das minhas altas expectativas,
fui presenteada com um livro que me envolveu de tal forma que ainda sinto como se estivesse vivendo aquela história. A sensação que ficou é que o livro poderia ser muito maior e ainda assim continuaria encantador.
Willa era conhecida como a piadista nos tempos de escola. Hoje, anos mais tarde, sua vida mudou. Agora a responsabilidade pesa nos seus ombros e ela tem que administrar a sua vida adulta. Quando
Paxton a convida para participar de uma festa no
Blue Ridge Madam, mansão em que a avó de Willa morou no passado, vários segredos envolvendo tanto a cidade de
Walls of Water quanto suas famílias começam a aparecer e isso as leva a uma jornada de autodescoberta, amor e amizade.
Ela não acreditava nem em fantasmas, nem em superstições, nem que campainhas tocassem sozinhas.
Mas uma coisa em que ela acreditava era o amor. Acreditava que era possível sentir seu cheio, seu sabor, que ele podia mudar toda a trajetória de uma vida. p. 171
Da mesma autora de
A garota que perseguiu a lua,
O Pessegueiro fez com que eu esperasse muito. Como gostei demais do livro anterior da autora, esse tinha tudo para fazer com que eu colocasse a autora
Sarah Addison Allen entre uma das minhas favoritas e foi exatamente isso o que aconteceu. Este livro segue o mesmo padrão do outro: a
leitura fluida faz com que ele fique parecendo um conto, de tão gostoso que é de ser lido. Mesmo com suas 256 páginas, em nenhum momento o drama envolvido se torna maçante.
Isso ocorre porque Allen tem algo especial em sua escrita: ao mesmo tempo em que é
suave, ela consegue abordar temáticas fortes
sem perder a magia de seu enredo. Ela amarra tão bem todos os pontos envolvidos – mistério, romance, autodescoberta – que aquilo te absorve de tal forma que você só consegue parar de ler quando não há mais páginas a serem lidas. Foi assim comigo: em todas as vezes que eu fazia uma pausa na leitura, era como se algo me chamasse para ele.
Grande parte disso se deve aos personagens criados pela autora. Há uma sensação de
familiaridade com cada um deles apesar de não haver tempo para que uma relação maior seja criada com o leitor. Mesmo que Willa seja dita como a protagonista, a autora faz com que cada personagem tenha relevância para o enredo e isso faz com que todos sejam
bem construídos, de forma com que sempre existirá alguma característica de algum deles que vai fazer com que o leitor se coloque em sua pele e viva determinada situação.
A felicidade é um risco. Se você não sentir um pouquinho de medo, não está fazendo a coisa certa. p. 213
O Pessegueiro é um daqueles livros que sempre que você olha para ele na estante, lembra com carinho de sua história e que, sempre que possível, irá reler. Uma história doce, com aquela pitada de mistério e romance que não podem faltar para que o leitor se sinta instigado a
ler mais e mais. Recomendo não só esse, mas também o outro livro da autora,
A garota que perseguiu a lua. E fico aqui, com o coração na mão, esperando que a editora lance mais livros da Sarah Addison Allen, afinal, ela merece espaço não só na minha estante, mas na de todos.
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