Gabriel Aleksander 22/07/2021Em reconto do mito de Perséfone, Meg Cabot entrega uma história confusa e anticlimática. - literagabs.comEsse livro promete ser a tentativa de Meg Cabot em recontar o mito de Perséfone, o que logo de cara atraiu minha atenção, visto que sou completamente obcecado pela história dessa divindade, ou seja, o hype estava extremamente alto!
Talvez pelas minhas perspectivas a leitura não tenha me agradado tanto, principalmente quando diz respeito a missão de revisitar o mito grego, o qual a autora perde a mão ao tentar estabelecer as conexões ao mesmo tempo que tenta se afastar da história original, dando início a um cabo de guerra confuso na construção da mitologia do enredo.
Além dessa característica da narrativa, a confusão também se dissemina por outros pontos da história, principalmente pelos saltos temporais que a autora apresenta no enredo, onde somos constantemente jogados em momentos específicos da vida de Pierce, que no final só serviu para me afastar cada vez mais da história que estava acontecendo no presente e me importar menos ainda quando os problemas que a personagem está enfrentando na sua nova vida passam a (finalmente) serem o foco.
Sinto que Meg Cabot preferiu mostrar ao leitor todos os aspectos que envolvem a relação de Pierce e John ao invés de nos contar, o que muitas vezes dá certo e torna a leitura mais dinâmica, porém nesse caso, a forma como são dispostos esses acontecimentos ao longo da vida de Pierce tornaram tudo bem confuso, necessitando de algumas páginas até eu conseguir entender sobre o que estava lendo.
Por fim, em meu segundo contato com a escrita da autora me deparei com construções de ambientes bem interessantes, e com um tom mais melancólico que ainda não tinha visto impresso nos livros de Cabot, mas que mesmo sendo interessantes e bem feitos não conseguiram sobrepor os erros que ficam destacados na elaboração do enredo, me fazendo questionar seriamente se leio as continuações dessa trilogia.
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