Marlonbsan 02/05/2023
As Virgens Suicidas
Alerta de possíveis gatilhos.
No subúrbio dos Estados Unidos, na década de 1970, cinco irmãs adolescentes tiram suas vidas em sequência. A tragédia impacta todos em volta e geram dúvidas sobre as motivações.
O livro é narrado em primeira pessoa e acompanhamos um personagem sem nome que conta a história por meio de relatos de outras pessoas e pelo que viu naquele período. A linguagem é simples, mas possui uma densidade moderada.
Meu primeiro contato com a história foi através do filme, mas foi há tantos anos que não lembrava de muita coisa. E a forma da narrativa me prendeu bastante ao que estava acontecendo que conseguia me enxergar lá, junto com o grupo de pessoas que reuniam as informações sobre as meninas Lisbons.
O fato da gente ter informações de fora, ou seja, por ser como um documentário, que as informações chegaram por meio de entrevistas e relatos de pessoas que viveram aqueles momentos, traz uma imersão muito boa, ao mesmo tempo que faltam respostas mais precisas ou concretas sobre alguns aspectos.
Mas a história em si é bem interessante, saber o passo a passo em que tudo ocorre, a não-linearidade de muitas partes, toda a veneração que as pessoas do colégio tinham pelas meninas, algo que beira a devoção. Além de todo o impacto que causou aos conhecidos e familiares.
Talvez, por conta da narrativa, algumas coisas ficam soltas, muitas são especuladas, afinal, eram pessoas de fora analisando o caso, reunindo as provas e tudo que estava relacionado, mas é possível analisar alguns aspectos, como a repressão e o contexto familiar das garotas. Muitos foram omissos, mas, pela época, era difícil imaginar quais atitudes poderiam ser tomadas e claro, há alguns aspectos que são mais questionáveis, tanto pela visão dos garotos, suas atitudes, quanto aos pais das meninas.
O livro possui uma escrita diferenciada, mas que pode não agradar a todos.