Bruna 21/10/2013Maravilhoso!A resenha de hoje é do livro Filha da Floresta, volume 1 da trilogia Sevenwaters, da autora neozelandesa Juliet Marillie. Recebi o livro como cortesia pela parceria com a Editora Butterfly, e só tenho a agradecer pela oportunidade de conhecer essa incrível obra.
O que falar de Filha da Floresta, a não ser que é um livro lindíssimo? Uma obra complexa que mistura contos e lendas antigas? Que me envolvi profundamente com a trama, sofrendo junto com a nossa heroína em sua longa e triste jornada? Bom, é difícil falar sobre esse livro sem dizer isso tudo, até porque ainda estou profundamente envolvida com a história, que não saiu da minha cabeça.
Ambientado em Sevenwaters, na antiga Irlanda medieval, um lugar onde a magia ainda existe e é de conhecimento comum entre seus ambientes, o livro conta a história de Sorcha, uma jovem super inteligente e de uma força admirável. Ela é a sétima filha de um sétimo filho, e segundo as lendas celtas, o sétimo filho (quando homem) é dotado de magia e uma profunda ligação com a floresta, mas não se esperava isso da jovem, por ser mulher. Entretanto Sorcha carrega sim ela ligação, sendo capaz de conversar com os seres da floresta e ganhando destes o nome de Filha da Floresta. Ela nunca conheceu o amor paterno, uma vez que a morte de sua mãe, durante seu parto, tornou o pai distante e frio. Assim a garota cresce livre e solta, junto a seus seis irmãos.
"Estava furiosa com meu pai. Mas ao mesmo temo queria que me amasse, que me desse atenção. Não conseguia apagar esse desejo dentro de mim."
Pag. 28
A relação entre os irmãos é linda e seu amor incondicional. Liam, Diardmid, Cormack, Conor, Finbar e Padriac são os melhores irmãos e protetores que essa jovem poderia desejar, e cada um possui características e habilidades que os tornam especiais e incomuns. Há, inclusive, alguns irmãos que conseguem se comunicar mentalmente.
Mas tudo muda quando seu pai se casa novamente e sua nova e jovem esposa se revela muito mais do uma simples e educada dama. Socha, Finbar e Conor, os mais sensíveis dos irmãos, percebem logo a ameaça e sua natureza mística, mas os outros também não ficam atrás e percebem o perigo. Porém, não são capazes de evitar a maldição que abateu os seis irmãos, e também não puderam evitar o longo, sofrido e doloroso caminho percorrido por Sorcha no cumprimento das tarefas a ela delegadas para salvar seus irmãos.
Lady OOnagh. Senti sua presença antes mesmo de conhecê-la (...) Senti sua energia sombria em meu coração durante todo o percurso. Ela estava nos esperando e eu sabia que sua mão pousaria sobre todos nós. Sentia nitidamente o perigo. Mas senti-lo não era suficiente para eu me preparar.
Pág. 119
O livro que inicia como um lindo e místico conto de fadas toma ares mais tensos e pesados, e a narração incrível da autora nos leva a sofrer junto com Sorcha cada uma de suas dores, sacrifícios e provações. E no meio de tudo isso entra em cena um corajoso e maravilhoso guerreiro, que começa aos poucos a conquistar a confiança de nossa sofrida heroína.
Eu sempre adorei mitologia, mas não conhecia muito da mitologia celta, e foi um prazer mergulhar nessa leitura. Baseado no conto Os Seis Cisnes dos Irmãos Grimm, Filha da Floresta nos leva a um mundo mágico e misterioso, narrado por Sorcha. A capa é maravilhosa, com tons bem fortes e marcantes. A diagramação da Editora Butterfly não fica atrás, e o livro é marcado por símbolos celtas nas quebras de capítulos. Percebi a presença de alguns erros de digitação ao longo da história, mas nada que comprometesse o entendimento.
O livro começa lento, e as primeiras 60 a 70 páginas a história é bem arrastada, mas depois disso toma um fôlego incrível, e fica tão envolvente que esse início lento não comprometeu minha nota, que foi 5 e mais o coraçãozinho de favorito. Recomendo muito a leitura, e já estou super ansiosa para poder ler o segundo livro da trilogia: Filho das Sombras.
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