Gllauce Brandão - @vicialivros 09/08/2020
"Às vezes a vida é uma série de obstáculos, uma questão de colocar um pé na frente do outro. Às vezes, de repente ela se dá conta , é simplesmente uma questão de fé cega."
Sophie Lefévre sobrevive a tempos frios e sem vida, resultado da Primeira Guerra. Precisa utilizar proteger sua família dos alemães e permanecer viva à espera de Édouard, seu esposo que foi lutar no front. Porém seu restaurante acaba sendo utilizado pelos alemães, o que a deixa exposta e revela ao comandante o retrato de Sophie pintado por seu esposo em tempos de paz e felicidades.
Após quase 100 anos, em Londres, o quadro encontra-se na casa de Liv Halston, presente de seu marido falecido e objeto de valor emocional inestimável. O retrato de Sophie acaba sendo motivo de uma intensa e desgastante disputa e acaba relevando outros aspectos da sua história.
O livro é narrado em terceira pessoa e descreve as histórias de Sophie e de Liv, duas mulheres de vidas e tempos distintos, porém dores semelhantes. A narração é lenta e apresenta pouca fluidez, o que dificultou o término da leitura.
As questões históricas relacionadas ao período da Primeira Guerra são colocadas de maneira responsável e fiel, nos chocando e emocionando na mesma medida. A autora descreve com maestria os olhares, comportamentos e locais consumidos pelas mazelas desse período.
O romance é rodeado de história, intrigas e interesses, que acabam se transformando em provas de fogo.
Os personagens são todos marcantes, em especial, a Sophie e a Liv. Adorei a resistência e força das duas e como conseguiram buscar a felicidade.
O livro me emocionou e surpreendeu bastante, principalmente no final, porém demorei a engrenar na leitura. Aborda questões históricas da Primeira Guerra como a invasão alemã ao norte da França, a restituição de obras de arte roubadas durante esse período e ainda, a importância de ter fé nas pessoas, no que se acredita.