livrodebolso 14/10/2019
o grande nome da física dos últimos anos não está muito preocupado com o conhecimento prévio do leitor, por isso é interessante estar familiarizado com os conceitos e reviravoltas dos últimos séculos na ciência antes de iniciar a leitura. Dito isto, percebo que foi uma ótima ideia ler O Fim da Terra e do Céu primeiro, por mais que pareça que os temas estão em ordem invertida. Explico: Gleiser traça um panorama científico/religioso sobre o fim do Universo; Hawking, por sua vez, se interessa por ambos, o fim e, principalmente, o início, que desconhecemos, e sobre não ser possível saber o que houve no primeiro segundo do mundo.
As explicações não seguem uma ordem aparente, pois são relacionadas entre si, porém, há uma riqueza de imagens que facilitam a compreensão. Essa interdisciplinariedade das teorias é muito interessante, tornando possível o entendimento e mais rápido o vislumbre das implicações finais.
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O Tempo, ao qual refere-se o título, pode significar a quarta dimensão ou a ideia relativa dependente de um observador, tanto quanto seguir uma seta de orientação ou variar conforme o evento em questão. Pode, inclusive, ser uma ilusão causada após o início do Universo ou apenas uma unidade de medida, ainda que incerta. Hawking é capaz de divagar e apresentar inúmeras possibilidades sem torná-las complexas demais, mantendo a leitura agradável.
Além, é claro, de se dedicar aos Buracos Negros, sua especialidade, em uma explicação emocionante para interessados em viagens no tempo, como eu. O capítulo sobre pontes Einstein-Rosen (Buracos de Minhoca) é fenomenal, apesar de ser bastante realista (eu não gostaria de ser o astronauta hipotético citado nesta obra). No mais, ele retrata a dificuldade em se conseguir formular uma teoria unificada, a teoria de tudo, apta a explicar como a Natureza funciona de fato, e como pudemos nos tornar uma espécie capaz de nos questionar a respeito.