Resenhas - A Cabeça do Santo

Mahary 29/04/2024

Foi como tomar um café e ouvir minha avó contar histórias
Preciso reforçar com todo carinho o quanto nossa literatura brasileira está viva e precisa ser valorizada.
A cabeça do santo é como aquelas histórias que ouvimos da boca de nossos avós e pais... Aquelas histórias de esperança, de força estranha, de força pra sonhar.

Um livro muito bem escrito com vidas entrelaçadas por essa força estranha e com uma mensagem lindíssima, mesmo aqueles que não acreditam, passam a acreditar no amor e esperança que o livro traz consigo.

Amei um tanto e chorei ao final. Ouvi a música "força estranha" e senti o coração ficar aquecido. Essa resenha não é para dizer absolutamente nada em relação a escrita ou final da história, apenas para agradecer Socorro Acioli e agradecer pela beleza brasileira atrás dessa história. Leiam!

goiabea 29/04/2024

Esse com certeza é um dos melhores livros que já li, ele é incrível demais. A história já começa muito instigante, um homem ouvindo as preces de dentro da cabeça de um santo?! Muito curioso! Tem muitos aspectos da história que fazem com que eu tenha gostado tanto, a identificação cultural é um desses. Gosto demais de reconhecer nesses personagens hábitos que cresci vendo e cultivando, de ver descritas cidades que já passei.

Outro aspecto muito importante é o misticismo, a religiosidade. Eu pensei que haveria um momento em que isso tudo seria desmentido, mas nenhum momento isso acontece. O mistério presente no livro está intrinsecamente ligado a esse aspecto mistíco/religioso e isso é encantador. Além disso, a trama é tão fechadinha, dá gosto de ler. Indico demais, esse livro é muito, muito bom!!!

Rafael1906 29/04/2024

Coragem, perdão, amor...
Samuel é filho de Mariinha, moradora de Juazeiro do Norte. Antes de falecer, ela pede ao filho que procure a avó e o pai, que moram em Candeias, e acenda três velas nos pés de três santos dos arredores.
Samuel sai numa caminhada de vários dias até conseguir atender aos pedidos da mãe. Nesse tempo ele não imagina tudo o que vai acontecer com ele, os romeiros que o ajudam na estrada, a cidade morta de candeias, a avó assustadora, a cabeça do santo...
Com ares de maldição, fantasia, misticismo e religiosidade, o livro explana temas já bem definidos na literatura, como em "Pedra Bonita", de José Lins do Rego.

nat 29/04/2024

Esse livro é uma força estranha.
Eu não estava esperando gostar tanto e me apegar TANTO aos personagens desse livro. só me peguei apaixonada pela história quando estava chegando no final! e no momento estou órfã de Candeia e turma da cabeça de santo Antônio!

desenvolvi um apego tão grande pelo Samuel e ver ele sofrendo foi doloroso, de verdade. o plot da Rosário poderia ter sido mais desenvolvido no fim da história, mas eu AMEI a Madeinusa no trajeto do livro, juro.

que história criativa!!! me pegou de verdade. tô muito feliz por ter sido recomendada esse livro, me deixou muito bem. obrigada, Socorro.

Pamela 28/04/2024

Esquizofrenia, maracutaia ou milagre ?
Dependendo da sua interpretação, nós temos essas três opções aí.
Mas olha, que leitura boa.
Toda vez que leio sobre o nordeste eu penso em prosa e lembro do " O Alto da Compadecida". Lembrei dessa pedrada lendo sobre a cabeça do santo, principalmente nas maracutais de Samuel e Francisco.
Não esperava tantos plots assim, juro. Tudo vai se encaixando, e tudo ao mesmo tempo que parece muito cena de novela, é muito passível de ser verdade. Porque só a vida da gente pra render tanta história assim.
Lindo, lindo, lindo.

gabrielfs13 28/04/2024

Gostei do livro. Acho que talvez eu tenha criado muitas expectativas pelo que ouvi falar, ainda mais pela autora ter sido aluna do Gabriel García Marquez, mas foi boa a história. Foi um livro muito criativo e inesperado no enredo, e adoro livros que se passam no interior daqui do nordeste. Achei a escrita bem direta ao ponto, e essa foi a parte que não gostei tanto, pois não achei que foi um livro que transmitiu muita emoção na escrita. Gosto muito de realismo fantástico e achei que a autora foi genial em desenvolver essa história baseada numa cabeça de santo real que tem numa cidade no Ceará.

crisripardo 28/04/2024

Que livro incrível!
Senti uma proximidade enorme com a região retratada no livro, como se de fato, tivesse raizes lá. Que narrativa incrível da Socorro Acioli!

gdo.faria 28/04/2024

Um humor que lembra o Adriano Suassuna, nos prende de curiosidade, cheio de reviravoltas e conexões . Leitura rápida e fluida mas um pouco "rasa" , eu queria mais profundidade nos personagens que tanto me cativaram.

leiturinhasdamaria 28/04/2024

História de antigamente.
Tal como Samuel se alojou na cabeça de Santo Antônio durante a narrativa, ao seu fim, de tão igual e imenso modo, o livro encontrou morada na minha. Porém, sem me causar qualquer enxaqueca – tamanho sacrilégio à Santo Antônio! Ao contrário, causando-me incontável admiração.

Acioli não escreve, Acioli conta. É prosa boa, como aquela que se ouve de sua avó, no despir do Sol, sentada à mesa, acompanhada pelo café passado na hora e pelo bolo de milho que acabou de sair do forno.

Realismo mágico? Diria que sim. Mas diria que é além, porque Candeia é, de fato, uma ideia. Porque Candeia é, de fato, mágica. E Candeia é, ao mesmo tempo, real. Sobressaindo-se, contudo. Transfigurando-se no Palpável e, de semelhante forma, no Transcendente.

Enveredando pelo humor à la Ariano Suassuna, desembocando no que há de melhor no conhecimento transpassado por García Márquez, Acioli demonstra, com perspicácia, ser uma de suas mais exímias aprendizes. Com uma escrita sagaz, delineia-se, beirando a airosidade com tamanha destreza de narrativa, não só os engendramentos místicos de uma terra enraizada nas memórias de seus habitantes, mas, em mesma proporção, as suas sistemáticas político-culturais e econômicas.

A família em que as mulheres sabem o dia da própria morte, a falta que a morte faz quando demora a vir, anedotas que se narram como caminho entre as estátuas de São Francisco, Santo Antônio e Padre Cícero, depositando-se calmamente na trilha cognitiva do leitor – sem precisar abrir as portas, escancarando um mundo que se delimita na suficiência do que é ser nordestino (quanto a isso, nada precisa ser dito, apenas sido).

Como Madeinusa (leia-se Made in USA, para os bons entendedores), Acioli precisou aprender a sonhar mais. E sonhou belamente, não só para si, mas para tudo o que a produção literária nacional necessita respirar – na esperança de que o ar, um dia, possa se tornar vento.

A Cabeça do Santo é como história de antigamente: é um lugar. Mas não um lugar longe; um lugar, assim, dentro.

Anatalia 28/04/2024

Realismo mágico, fé e sertão! Um combo pra provar que a literatura nordestina brasileira é a melhor que nós temos!

Vinicius 28/04/2024

O Sertão e suas estórias
O livro, apesar de curto, me transportou para as memórias de minha infância e as viagens e passeios pelo interior do Ceará, em especial pelo Cariri.
Incrível como a autora refletiu o pensamento do sertanejo em seus trejeitos, nomes e crenças. Fantástico.

Danieli54 28/04/2024

Ameii
Amei muito o livro,super levando de ler,acabei ele super rápido,super linda a história.
Amei o personagem do Samuel e os plots do livro.super interessante que tem fatos reais

Daniel.Moreira 28/04/2024

Essa voz, essa força estranha...
Uma trama bem enredada. Muito bem escrito e uma história fascinante.

Socorro retrata uma história que temos vários viés de análise. Uma verdadeira árvore frutífera. Você tem a força da fé, o perdão, o descaso do setor público, a ganância....

Ela conta a história de Samuel que perdeu a mãe e tem que cumprir o último pedido de uma moribunda, que era de encontrar seu pai que ele nunca conheceu.

Nessa busca, sua vida tem várias reviravoltas, encontra uma cidade abandonada e vê ela ressuscitar.. As histórias se cruzam perfeitamente.

Uma grande força o leva para um destino que ele nunca esperaria.. Mistura da fé e o realismo fantástico muito bem trabalhado fascina os leitores...

E como diz a música de Caetano..

"Por isso uma força me leva a cantar
Por isso essa força estranha
Por isso é que eu canto, não posso parar
Por isso essa voz tamanha"

Recomendo muito....

"Nem toda saudade é triste"..

Ju 27/04/2024

Leve e envolvente
Comecei a ler sem saber bem o que esperar e depois de 10 minutos de leitura fui buscar quem era a Socorro. Descobri que é uma escritora cearense e que começou a escrever esse livro em uma oficina que fez em Cuba com o Gabo.. amei muito! Era tudo que eu precisava no momento.

Natie 27/04/2024

Obra de arte que reflete toda a beleza do Ceará.
Esse livro deveria receber maior reconhecimento, deveria se tornar patrimônio cultural brasileiro. É uma obra de arte, que bebe das fontes de Ariano Suassuna e Gabriel García Márquez, Socorro Acioli escreveu com maestria um novo clássico nordestino.

É um livro para chorar de rir e de fazer sorrir mesmo emocionada, foi uma boa aventura, divertido do começo ao fim, bem redigido, divinamente bem amarrado, sem pontas soltas e sem pontos sem nó.

Socorro mostrou porque vale a pena ser leitor de literatura nacional, ela mostrou a beleza do Ceará, e como moradora de Fortaleza, indo várias vezes para Canidé, filha e neta de devotos, posso dizer, o carinho e a familiaridade de cada palavra me conquistaram por completo, foi um abraço do começo ao fim, só posso dizer muito obrigada!!!