Bruna A. 21/11/2016Perdido em Marte - Andy WeirSem dúvidas, Perdido em Marte é o livro mais diferente dos gêneros literários que costumo ler, principalmente nos últimos anos. Por isso, foi uma experiência nova ler algo assim. No geral? Eu adorei! Mark Watney é um personagem único. É dono de uma inteligência singular, um senso de humor fácil de cativar que, reunidos na sua aventura… quem mais não gostaria de um personagem como ele?!
Mas já digo logo no começo: é preciso um pouco de paciência com o livro. Se você não é fã de matemática vai sentir um pouco de dificuldade até pegar o ritmo da história. E não é só matemática não. Andy Weir pesquisou a fundo o universo, a rotina dos astronautas, a Nasa e dedicou o seu tempo a escrever algo que convença e funcione tanto na ficção como, talvez, na vida real.
Química, física, botânica, engenharia, telemetria… tudo entra na equação. Durante a leitura, há extensas explicações (algumas didáticas e outras não) como Mark irá transformar algo em aquilo. As suas aulas de química na escola vão parecer nada perto do que ele faz. Pelo menos pra mim foi.
Eu assisti o filme antes de ler o livro. Na verdade, fui saber que existia um livro só depois. Pensei até que fosse um roteiro, mas nunca adivinharia que o filme era uma adaptação. No fim, achei que ter visto o filme antes me ajudou bastante na leitura. Eu não sou fã de primeiro ver a versão do cinema pra depois ler o livro, sou adepta de sempre ler o livro primeiro. Mas com Perdido em Marte foi exceção. E até recomendo que faça isso se o seu forte (assim como eu) não for a matemática.
O livro funciona como um diário de bordo. Ou seja: a maior parte dele é escrito em primeira pessoa. Desse jeito, Mark nos explica o que acontece com ele, como ele responde aos desafios de viver sozinho em Marte. É assim também que a gente descobre mais sobre ele, os seus humores, os seus medos e principalmente, as suas ideias.
Mas ele não é o único personagem do livro. Obviamente existe toda Nasa empenhando o seu resgate daqui da Terra. Chefes, engenheiros, repórteres, um monte de gente. E quero dar destaque para Venkat Kapoor (no filme Vincent Kapoor) o diretor das missões Ares a Marte. Vou ser a maior fangirl sem sentido aqui: eu o adorei! Todos os personagens da Nasa tem mais ou menos um peso igual de participação e importância, mas Venkat acabou sendo o meu preferido.
Logo antes da história começar há alguns mapas de Marte (mapas reais!) que ajudam o leitor a se situar em várias fases do livro. Mas, eu acabei encontrando um site bem instrutivo a respeito das regiões de Marte. Nele, o dono do site criou um mapa (bem no estilo Google Maps) com quotes dos livros - o que fica ainda mais fácil de encontrar. Você pode encontra-lo pesquisando no google: cannonade(.)net(/)mars(.)hp(#)map - tire os parênteses
Ao final da leitura eu tive a sensação de que tinha acabado de ler uma obra que tem grande potencial para ser leitura obrigatória para fãs do gênero. (Se já não for não duvido nada.) É uma emoção diferente, é uma sensação de que tudo se resume a "o antes e o depois de Mark Watney.