Letícia Chiantia 30/10/2020
“Criatividade S.A.” traz o segredo das ideias inovadoras
Ter certeza dos seus sonhos profissionais desde criança pode ser um privilégio para poucos. Ed Catmull, presidente da Pixar e Walt Disney Animation Studios, é uma dessas pessoas que desde muito cedo já sabia o que queria fazer quando adulto. Para concretizar suas metas, trabalhou em cima delas com persistência e coragem, mesmo diante das impossibilidades.
Seus anos de aprendizado e experiências são compartilhados em Criatividade S.A.. Em treze capítulos, ele conta como a Pixar foi salva da extinção em 1986; a criação inimaginável, considerando a tecnologia da época, do primeiro filme animado feito no computador, Toy Story; posteriormente, a fusão com a Disney. Essas e tantas outras ações feitas com auxílio do obstinado Steve Jobs.
Ele e outros personagens são citados nesse relato de fôlego que levou 45 anos para ser construído. De um lado, a história de uma empresa de sucesso; do outro, as condições e pensamentos necessários para sua criação, chamados de cultura criativa sadia.
Claramente, o mais importante dessa história é a construção e o gerenciamento dessa cultura. O dinheiro investido foi essencial, mas somente ele não teria sido o suficiente.
Afinal de contas, o problema nunca é a falta de talento, e sim anos de condições de trabalho sufocantes que fazem as pessoas perderem suas bússolas criativas.
Para argumentar essa ideia, Ed traz exaustivamente inúmeros exemplos positivos e negativos que presenciou ao longo de todos esses anos. Enquanto acompanha essa jornada, pode relembrar as animações mais carismáticas e premiadas do cinema, ao mesmo tempo em que entende como o ambiente de trabalho agradável foi propício para o nascimento delas ou gestação, nas palavras de Ed.
Particularmente, gostei de acompanhar os modelos de liderança e condições de trabalho favoráveis para todos exemplificados.
Algo raro nas empresas do Brasil, onde os proprietários costumam explorar ao máximo os colaboradores sem recompensas alguma, assim tendo a falsa noção de lucros e rendimentos, enquanto, na verdade, só existem pessoas infelizes, falando mal da empresa pelos corredores. Ou seja, nada de cultura criativa, muito menos, ambiente sadio. O livro também fala sobre isso.
Uma leitura para ser feita várias vezes em diferentes épocas da vida, principalmente por gestores e empreendedores. Talvez, um dos pontos negativos seja a extensão, em muitos trechos, tive a sensação que poderiam ser resumidos, não por serem óbvios, mas por já estarem um pouco exaustivos. Apesar disso, aos poucos, o enredo retoma a linearidade para continuar envolvente.
site: https://www.instagram.com/p/CG-sdEyrUNB/