Resenhas - A Assombração da Casa da Colina

Jéssica 23/08/2023

Casa assombrada ou transtornos mentais?
Assim com "a outra volta do parafuso" é uma leitura ambígua,será que a casa levou ela á loucura ou ela usou a casa pra fugir da realidade?.Em vários momentos fiquei achando que a personagem tinha dupla personalidade,é uma experiência diferente que vale releituras.

" É demais,pensou,vou renunciar à minha posse de mim,abdicar,abrir mão de bom grado do que nunca sequer quis;o que quiser de mim,ela pode ter."

Acho que essa frase dita pelo dr é significativa de mais:
"Só temos uma defesa que é a fuga".

sosolinda0 21/08/2023

Muito bom
Achei uma escrita muito gostosinha, alem de q a histórias é muito envolvente, nao eh algo massivo de ler, a forma como os cenarios sao descritos torna tudo ainda melhor, pois nao foca apenas em algo sobrenatural ou algo do tipo, é criada uma atmosfera tenebrosa e tensa, mas ao msm os personagens criam algum tipo de alivio, no resumo, muito bom.

S.Paz 21/08/2023

Terror e melancolia
Eu ainda não sei exatamente porque o livro não foi narrado em primeira pessoa, pois acho que a riqueza de detalhes individuais acerca de Eleanor teria sido melhor aproveitada caso ela narrasse os acontecimentos. Ao mesmo tempo, Eleanor seria uma narradora instável e isso provavelmente afetaria a leitura.

Terminei o livro muito triste por ela...

hugo.1 14/08/2023

? Nell? ? Theodora olhou para ela e sorriu. ? Sinto muito, sabe, muito mesmo ? disse.
Gostaria de vê-la morrer, pensou Eleanor, e sorriu de volta, e disse: ? Não seja boba.

GioMAS 13/08/2023

Sexualidade e gênero nas entrelinhas do terror gótico.
Um grupo de quatro pessoas, entre elas o seu líder, o cientista pesquisadorJohn Montague, com a finalidade de registrar eventos paranormais, instala-se na suntuosa Casa da Colina, residência de arquitetura propositalmente irregular, formada por ângulos tortuosos e labirintos compostos por inúmeros corredores e cômodos, situada em local ermo, com passado obscuro que incluí eventos inexplicáveis, disputas familiares e mortes.

Os elementos clássicos do terror gótico servem de pano de fundo para a temática que se desenvolve discretamente, nas entrelinhas.

Os diálogos, simbologias e, principalmente, a construção das personagens, demarcam o debate sobre a repressão feminina, seja de natureza sexual ou cultural.

Os dilemas e atribulações, sem exceção, estão vinculados a opção sexual das duas personagens femininas (Theodora, evidentemente lésbica, e Eleanor, que se ocupa em negar os sentimentos que manifesta pela amiga recém conhecida), o desconforto em performar feminilidade (evidenciada pela menção às roupas e esmalte), rivalidade feminina e servidão da mulher no ambiente familiar.

A pressão psicológica decorrente da repressão de gênero e sexualidade, inclusive, desencadeiam os "poderes" psicocinéticos de Eleanor, inconscientemente responsável por todos os fenômenos narrados.

The guy on the train 10/08/2023

A ASSOMBRAÇAO DA CASA DA COLINA
Minha expectativa sobre o livro estava alta depois de ter lido o tenso A loteria, da mesma autora e, não é q eu tenha me frustrado, mas o livro é mais triste do que de fato assustador. É melancólico e agoniante ver o estado mental da Nell ser ignorado e negligenciado durante todo o livro. O final é de um desespero tão grande e deixa a agoniante dúvida sobre os poderes da casa da colina. Muito triste.

Nando Borges 05/08/2023

Terror da década de 50
Por ser tão antigo, é preciso abstrair um monte de coisas da época e como as pessoas raciocinavam diante dos problemas. Feito isso, torna-se uma obra bem agradável de ler.

Fernando Lafaiete 28/07/2023

A Assombração da Casa da Colina | Shirley Jackson
*******************************NÃO contém spoiler*******************************
Resenha postada originalmente em: https://www.mundodasresenhas.com.br/

Autora: Shirley Jackson

Editora: SUMA / Genêro: Terror e terror psicológico / 240 páginas


Sendo uma experiência literalmente catártica, encarar uma obra como "A Assombração da Casa da Colina" da elogiada autora Shirley Jackson me foi uma jornada esquisita, incômoda e introspectiva, em que me vi imerso na leitura ao mesmo tempo que me senti desconexo com tudo que a envolvia. Não trata-se de uma narrativa comum em que o terror se enquadra em sua denominação clássica; e tampouco, trata-se de uma narrativa rasa e sem precedentes que justifiquem seu sucesso.

Lançada em 1959, a referida obra faz jus as críticas que recebe dos leitores mais atuais – repleta de personagens infantilizadas e diálogos adolescentizados -, ao mesmo tempo que apresenta traços marcantes de um verdadeiro clássico literário. Shirley Jackson não exagera em suas prospecções sobrenaturais e entrega ao leitor algo muito mais introspecto e psicológico, sendo a obra aqui analisada, um verdadeiro estudo do comportamento humano perante ao que não conhecemos ou que não conseguimos compreender.

A incompreensão do que é apresentado, imerge das personagens e contamina o leitor, transformando as explanações de Jackson em situações distorcidas da realidade e muito mais do que questionáveis. A dualidade ao mesmo tempo que se demonstra como ponto de genialidade da autora, também se destaca como algo que nos exaure mentalmente e emocionalmente. Se seria proposital por parte da escritora, não saberei dizer. Mas que é um dos grandes pontos altos da narrativa, isso é inquestionável.

Muito parecido com o cerne psíquico do aclamado conto "O Papel de Parede Amarelo" de Charlotte Perkins Gilman lançado em 1982, o romance de Shirley Jackson incomoda, causa estranheza e parece sentir orgulho disso. Nos causa sentimento anestésicos e nos faz questionarmos: seríamos animais sensíveis e irracionais, cuja racionalidade que tanto defendemos fosse, na verdade, algo inexistente?

Durante uma de suas entrevistas, a autora faz uma afirmação sobre seu famoso e controverso conto “A Loteria” que descreve e se encaixa também com perfeição sobre “A Assombração da Casa da Colina”:

“Um convite de saciar a necessidade de um comportamento antissocial e depravado (...) de cometer atos gratuitos de violência, de indultar nossos sonhos pueris de poder, de ceder aos nossos medos mais enraizados.  Talvez mais do que todo o resto, as histórias de terror (...) dizem estar tudo bem em unir-se ao tropel, em tornar-se um ser tribal, em destruir o forasteiro.”

No mais, em meio a tantas dúvidas e questionamentos que fiz e ainda faço mesmo após o término da leitura, só posso dizer que tudo que sei é que nada sei. Afinal de contas, terminei esta estranha viagem, talvez mais perturbado que as personagens que a compõe.

Juliana (Ju/Jubs) 23/07/2023

Perturbadoramente genial. Só entendi o livro de verdade depois que ele acabou. Acho que eu já esperava o final, mas é um detalhe tão sutil e óbvio que é surreal o efeito na história inteira.

Nellie é o fantasma de si mesma e da casa. Ela no fundo se sentia culpada pela morte da mãe, morava de favor com a irmã, tinha poucos pertences e só queria algo para chamar de seu, ter alguma estabilidade na vida. E ela encontrou isso na casa.

A morte dela no final a transformou no fantasma da casa e ela se assombrou e a todos ao redor dela o livro inteiro. Isso é algo tão besta e estava tão na cara o tempo inteiro, mas só consegui entender de verdade com a morte dela no final.

Fe_Mariluz 22/07/2023

Não gostei
Apesar de um livro curto, parecia que nunca iria acabar. Eu entendo toda a relevância e respeito da obra, mas não funcionou comigo. Foi uma leitura tediosa.

xali 21/07/2023

Eu quero pertencer a casa...
Sem palavras, sei apenas sentir... um dos favoritos do ano... se não o mais favorito... Shirley Jackson é minha nova autora favorita...

Maname0 12/07/2023

A sensação é a decepção.
Obviamente, influenciada pela série, o livro não foi para mim, as únicas partes que gostei foi a primeira página do livro e a última. Pois, um te promete algo e o outro se ilude achando que te entregou o mundo, respectivamente. A primeira parte eu tentei porque achei que ficaria bom, mas no final foram só conjuntos de frases.

Thayna Ignácio 06/07/2023

Um terror que eu chamaria de horror
O livro é muito mais sobre o sentimento do que já aconteceu do que sobre a tensão do que está para acontecer.
Apesar de toda a construção do terror, em muitos momentos da leitura eu me peguei pensativa sobre o que eu já havia lido, do que temerosa com relação ao que estava para vir.
É um livro lento que pode não agradar a maioria das pessoas, mas apesar da lentidão não me senti incomodada, pelo contrário, fui cativada do início ao fim.
Gostei da escrita da Shirley Jackson e por mais que eu não seja a maior fã da narrativa em terceira pessoa, dessa vez eu senti que agregou ainda mais para o sentimento de estar sendo observada enquanto lia o livro. Um bom recurso para o aumento da tensão.
Não é o meu livro de terror favorito, mas é sim um dos que eu mais gostei.

Alline 29/06/2023

Eu tinha me esquecido.
Durante toda a leitura esqueci que o mesmo livro, tinha inspirado a série "A Maldição da residência Hill" que por sua vez é perfeita, o livro não seria diferente. Uma escrita envolvente, que te prende, e te faz querer saber sempre mais. Ler mais. Eu gostei bastante, recomendaria demais. A escritora, assim como Sthepen King é um gênio, o terror no livro é sensato. Me deixou tensa em algumas partes. Mas eu amei a escrita dela. Minha frase favorita no livro é na série, (que me fez arrepiar até a nuca) foi:
.
A própria Casa da Colina, desprovida de
sanidade, se erguia solitária contra as colinas, encerrando as trevas em seu interior; estava desse jeito havia oitenta anos e talvez continuasse por mais oitenta. Lá dentro, as
paredes continuavam de pé, tijolos se juntavam com perfeição, assoalhos estavam firmes e portas estavam sensatamente fechadas; o silêncio se escorava com equilíbrio na madeira e nas pedras da Casa da Colina, e o
que entrasse ali, entrava sozinho.

MarcosQz 25/06/2023

A assombração da casa da colina é um livro de terror muito gostoso de se ler, não é algo tenebroso com espíritos e fantasmas aparecendo do nada, o mal aqui é a própria casa que parece ter vida própria, um desejo próprio de loucura.
Eleanor, Theodora, Dr. Montague e Luke formam um grupo bem incomum, acabam de se conhecer porém o tratamento de um com o outro é de quem se conhece há tempos, fiquei me perguntando várias vezes se isso são seria um efeito da casa sob eles, o que acontece com um deles de fato.
Uma história linear, que atrai mais pela forma que pela narrativa, o mistério, além da própria casa que parece não ter sua história toda contada e explicada, fica por conta também das personagens, já que todos eles também possuem seus segredos que também ficam à ser contados e explicados.
O final é ao mesmo tempo assombroso e duvidoso, o que o torna ainda melhor, uma história digna de terror.