Nath @biscoito.esperto 07/08/2016Uma mensagem à nova geraçãoDois Garotos se Beijando é escrito do ponto de vista de todos os homens gays que morreram de AIDS e que observam a vida dos jovens gays de hoje em dia. Eles assistem as vidas dos jovens e se emocionam com suas histórias, torcem e choram por eles. É uma narrativa completamente diferente de tudo o que eu já li. A narrativa parece vir de um só narrador, mas tem a experiência e as vozes de várias pessoas diferentes.
Nossos narradores contam várias histórias paralelas neste livro. Temos a história de Craig e Harry, ex-namorados, cada um com uma vida familiar diferente. Craig sempre teve o apoio dos pais, mas Harry não. Os pais de Harry não fazem a menor ideia de que o filho é gay. Mas estão prestes a descobrir, pois Craig e Harry pretendem se beijar por 32 horas, 12 minutos e 10 segundos, para quebrar o recorde mundial de beijo mais longo.
Ao mesmo tempo em que o grande beijo se desenrola, conhecemos várias outras personagens. Conhecemos Tariq, um dançarino negro, que é amigo de Craig e Harry e é o responsável pela transmissão ao vivo do beijo. Ele grava tudo e responde comentários na internet. No começo, é algo pequeno. Em poucas horas, se torna um acontecimento importante.
Conhecemos, também, a história de Avery. Avery é um garoto trans de cabelo rosa que, ao ir num baile gay numa cidade próxima, conhece Ryan. Ryan é um garoto gay de cabelo azul, é gentil e logo se conecta com Avery. Os dois vêem o começo de algo no horizonte e estão animados com isso. Mas também estão com medo.
Conhecemos a história de Cooper, um jovem gay que ainda não se assumiu. Ele tem depressão, passa a maior parte do tempo livre em sites de namoro e sexo gay, conversando com homens e rapazes, fingindo ser outras pessoas. Tudo muda na sua vida quando ele é descoberto pelos pais e foge de casa.
Outra história paralela é a de Neil e Peter, dois garotos gays num relacionamento sério, tentando se acostumar com o significado disso e convivendo com o preconceito. Acontece que os pais de Peter são amorosos e receptivos, os de Neil sabem que o filho é gay mas fingem que não vêem. Mas sabemos que isso não é o suficiente para ninguém.
Enquanto as histórias de nossos protagonistas se desenrolam nós conhecemos mais sobre suas vidas, sobre suas visões de mundo, seus medos e desejos. E também ouvimos histórias de nossos narradores sobre garotos que morreram de AIDS, garotos que cometeram suicídio, garotos que viram outros garotos se destruírem e não puderam fazer nada. Histórias de garotos com famílias amorosas e de garotos com famílias cheias de ódio. Histórias de garotos como os de hoje em dia, mas que tiveram que lutar muito para que os garotos de hoje tivessem o que tem.
É inevitável pensar em todas as pessoas gays que eu conheço, com histórias tão semelhantes às do livro em aspectos bons e ruins.
O livro é incrível. É emocionante, divertido, de partir o coração. Cada vez que algo dava errado com um dos personagens, meu coração parava. Cada vez que algo ruim acontecia, eu chorava. Mas eu também chorei - de felicidade - com cada conquista. Eu amei o livro, do início ao fim.
Saber que o livro foi inspirado na história real de dois garotos que se beijaram para quebrar o mesmo recorde dos personagens do livro te dá esperança. Saber que o livro foi inspirado na história real de um garoto que cometeu suicídio te deixa frustrado. Por que a gente quer fazer tantas coisas, mas nunca consegue. A gente se esforça para que as coisas sejam diferentes, mas elas parecem não mudar. Mas elas mudam, lentamente. Lentamente.
Ao mesmo tempo em que o grande beijo se desenrola, conhecemos várias outras personagens. Conhecemos Tariq, um dançarino, que é amigo de Craig e Harry e é o responsável pela transmissão ao vivo do beijo. Ele grava tudo e responde comentários na internet. No começo, é algo pequeno. Em poucas horas, se torna um acontecimento.
Conhecemos, também, a história de Avery. Avery é um garoto trans de cabelo rosa que, ao ir num baile gay numa cidade próxima, conhece Ryan. Ryan é um garoto gay de cabelo azul, é gentil e logo se conecta com Avery. Os dois vêem o começo de algo no horizonte e estão animados com isso. Mas também estão com medo.
Também conhecemos a história de Cooper, um jovem gay que ainda não se assumiu. Ele tem depressão, passa a maior parte do tempo livre em sites de namoro e sexo gay, conversando com homens e rapazes, fingindo ser outras pessoas. Tudo muda na sua vida quando ele é descoberto pelos pais e foge de casa.
Outra história paralela é a de Neil e Peter, dois garotos gays num relacionamento sério, tentando se acostumar com o significado disso e convivendo com o preconceito. Acontece que os pais de Peter são amorosos e receptivos, os de Neil sabem que o filho é gay mas fingem que não vêem. Mas sabemos que isso não é o suficiente para ninguém.
Enquanto as histórias de nossos protagonistas se desenrolam nós conhecemos mais sobre suas vidas, sobre suas visões de mundo, seus medos e desejos. E também ouvimos histórias de nossos narradores sobre garotos que morreram de AIDS, garotos que cometeram suicídio, garotos que viram outros garotos se destruírem e não puderam fazer nada. Histórias de garotos com famílias amorosas e de garotos com famílias cheias de ódio. Histórias de garotos como os de hoje em dia, mas que tiveram que lutar muito para que os garotos de hoje tivessem o que tem.
É inevitável pensar em todas as pessoas gays que eu conheço, com histórias tão semelhantes às do livro em aspectos bons e ruins. É inevitável pensar em mim mesma e saber que jamais vou conseguir contar sobre mim para meus pais, ou qualquer outra pessoa.
O livro é incrível. É emocionante, divertido, de partir o coração. Cada vez que algo dava errado com um dos personagens, meu coração parava. Cada vez que algo ruim acontecia, eu chorava. Mas também chorava - de felicidade - com cada conquista. Eu amei o livro, do início ao fim.
Saber que o livro foi inspirado na história real de dois garotos que se beijaram para quebrar o mesmo recorde dos personagens do livro te dá esperança. Saber que o livro foi inspirado na história real de um garoto que cometeu suicídio te deixa frustrado. Por que a gente quer fazer tantas coisas, mas nunca consegue. A gente se esforça para que as coisas sejam diferentes, mas elas parecem não mudar. Mas elas mudam, lentamente. Lentamente.
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www.nathlambert.blogspot.com