Gustavo984 19/02/2024
Essas irmãs escreviam muitoo!
Anne Bronte escreveu sobre liberdade, busca por valores e independência, ao mesmo tempo em que percorre uma jornada em busca de identidade feminina. A história dessas mulheres (Emily, Anne e Charlotte) deve ser exaltada, por sua ousadia e entusiasmo, principalmente pela dificuldade de escrever em um mundo totalmente masculino. Em Agnes Grey vejo o quanto Anne estava fazendo literatura para fora da sua época, em um contexto da Inglaterra Vitoriana, em que a figura familiar era muito centrada no homem, também havia uma cristalização dos papéis do homem e da mulher muito bem determinado: ao homem cabia ser o provedor da família e autoridade máxima, à mulher cabia a administração doméstica e total devoção ao marido.
Em meio a esse cenário, escrever sobre uma menina inteligente e de boa índole, que por ocasião de um mal investimento do pai resolve romper com essa figura da mulher dona de casa, ganhando a vida com seus talentos e inclinações para os estudos dando aulas para crianças, isso ainda com seus 19 anos. Embarca nessa aventura explanando as frivolidades e superficialidades que permeavam na mente de seus alunos, não só na deles, mas de todos que circulavam entre a burguesia, em que muitas das ações dessa galera eram tomadas pensando sempre em qual o impacto isso teria na sua vida social.
Acima de tudo, essas irmãs criaram anti-heróis-amantes, opostos ao padrão romântico da época, eles eram violentos, egoístas e maus (essas características é fácil percebível em O Morro dos Ventos Uivantes, da Emily), porém era uma figura que não agradava os vitorianos porque eles não podiam amar essas figuras.
Enfim, terminei essa leitura com vontade de devorar mais obras dessas irmãs, então para esse ano, com certeza a meta é ler mais elas.