Lugares escuros

Lugares escuros Gillian Flynn




Resenhas - Lugares Escuros


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Ana Lima 07/09/2015

Mais um lugar escuro na mente de Gillian Flynn
Em Lugares Escuros, livro que recentemente foi adaptado para os cinemas, Gillian Flynn nos presenteia com mais um thriller cheio de reviravoltas e nem um pouco previsível.

Há mais de 20 anos Libby Day presenciou o massacre de sua família, quando tinha apenas 7 anos de idade. Numa madrugada, sua mãe e suas duas irmãs foram mortas de forma brutal, e o principal acusado do assassinato foi o seu irmão, Ben. Libby foi quem testemunhou contra ele, que hoje está preso.

Depois de muitos anos vivendo de casa em casa de diversos parentes e até em abrigos de desconhecidos, com dinheiro de doações que recebia de pessoas sensibilizadas com sua história, hoje Libby vive sozinha e está passando por diversos problemas financeiros, causados principalmente por nunca ter se preocupado em trabalhar durante toda a vida.

Um dia ela recebe a ligação de Lyle, que faz parte de um kill clube - um clube que reúne pessoas com um peculiar gosto por crimes e assassinatos que chocaram o mundo e ficaram famosos. O massacre dos Day é um deles. Todo o grupo acredita que Ben não foi o culpado pelos assassinatos, e isso planta a dúvida na mente de Libby: até que ponto as suas lembranças daquele dia são reais? Até que ponto não foram criadas em sua cabeça por terceiros para criar um culpado pelo crime?

A partir de então, Libby passa a investigar o crime por conta própria, em troca de dinheiro dos participantes do kill clube. Isso inclui revirar todo o seu passado, conversar com novos personagens da história e também reencontrar o seu irmão na prisão, com o qual escolheu não manter contato desde o incidente.

A história é escrita em diversas épocas, situações e em diferentes visões: em alguns momentos, temos os acontecimentos do fatídico 3 de janeiro de 1985 e seus dias anteriores, tanto pela visão de Ben, como pela visão de Patty, mãe dos irmãos. Em outros capítulos temos a saga de Libby Day nos dias de hoje, em busca de respostas, mas se afogando em mais perguntas.

Em diversos momentos pensei ter resolvido o mistério, mas novamente Gillian Flynn me surpreendeu. O livro tem algumas reviravoltas, mas seu ponto forte é mostrar como as coisas se passaram na vida e na cabeça de cada personagem retratado. Como muitas coisas que pareciam ser, não eram, e como os membros de uma mesma família podem, ao mesmo tempo, se odiarem e também fazerem tudo o que fosse possível para se salvarem.

Mais uma vez fui conquistada por uma história da autora. Posso dizer que os livros de Gillian estão entre os melhores thrillers que já li, e mal posso esperar para devorar outras histórias. Lugares Escuros, além de uma história sobre um crime, é uma história sobre laços familiares e até onde iríamos para proteger quem amamos. Mais do que recomendado!

site: www.poesiadestilada.com
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Patricia 09/04/2016

Em 1985 toda a família de Libby Day foi brutalmente assassinada. Com duas exceções, a própria Libby, a sobrevivente, e o seu irmão Ben, o assassino condenado. Pelos últimos 24 anos Libby nunca sequer considerou que o seu irmão poderia não ser o assassino, isso era uma verdade imutável. Ela inclusive foi o prego no caixão dele, pois foi o seu testemunho, de que vira o irmão matar a sua mãe e suas duas irmãs mais velhas, que o condenou de vez à prisão perpétua.

Porém não espere que a Libby seja uma personagem doce, pois isso é exatamente o contrário de qualquer coisa que ela seja. Libby é uma preguiçosa de primeira, nunca trabalhou na vida, é simplesmente incapaz de terminar qualquer coisa que comece. Desde os 18 anos ela vem vivendo com o mais de 300 mil dólares que recebeu de doações das pessoas que sentiam pena dela. Porém esse dinheiro finalmente está acabando, e agora ela se vê obrigada a conseguir dinheiro por si só.

Por ter se sustentando a vida toda com a tragédia que aconteceu com sua família, Libby não vê problemas em continuar com esse plano. E por isso mesmo que ela acaba aceitando participar de uma reunião organizada por um clube intitulado Kill Club em troca de dinheiro. O Kill Club é formado por adultos viciados em crimes cujos culpados não foram pegos, ou eles acreditam que os culpados errados foram condenados. E nessa segunda categoria que se encaixa o massacre sofrido por sua família. Ninguém acredita que Ben é realmente culpado, e essas pessoas tentam provar isso.

E de uma hora para outra a verdade imutável de Libby vai por água baixo. Do nada ela descobre que a grande maioria das pessoas não acreditam mais que Ben seja culpado. Mas Libby não pode simplesmente sequer considerar essa possibilidade, pois isso implicaria no fato de ela ter feito o seu irmão estar preso nos últimos 24 anos por um crime que não cometeu. Mas para ela está cada vez mais difícil argumentar sobre o seu ponto de visa, pois enquanto ela passou as últimas duas décadas fugindo de qualquer coisa relacionada ao seu passado e à sua família, essas pessoas se dedicaram a encontrar todos as falhas na investigação que condenou o seu irmão.

A princípio pelo dinheiro, pelo menos é o que ela diz a si própria, Libby começa finalmente a investigar o que aconteceu naquele dia, naquela noite. Ela precisará mergulhar no seu passado e remontar toda a história de um dia que ela mal se lembrar, pois tinha apenas 7 anos. E por causa da idade que tinha, ela tem poucas opções além de conseguir localizar todas as pessoas que possam estar envolvidas.

E quanto mais ela investiga, mais ela percebe que talvez as lembranças que possuí podem ser incorretas ou imprecisas. E agora que ela começou, pela primeira vez, ela não quer parar até chegar ao fundo de tudo. Até realmente descobrir o que aconteceu. Agora resta saber o quão segura essa decisão pode se revelar.

A narrativa desse livro é super bem costurada. Intercalando o passado e o presente, nós vamos aos poucos montando o quebra-cabeça que foi o assassinato da família de Libby. No livro temos os pontos de vista da Libby nos dias atuais e do Ben e da Patty (mãe da Libby) no passado. À exemplo de Garota Exemplar, Lugares Escuros te prende do início ao fim, naquela ânsia de saber o que realmente aconteceu, de finalmente chegar ao final. A toda hora o livro te arrasta para uma teoria diferente, não permitindo que você tenha certeza sobre quem foi o assassino, sobre o que realmente aconteceu.

Sobre a edição brasileira, eu realmente não gosto de capas de livros com cartazes de filmes, então não aprovei essa capa. Mas como todos os livros da Intrínseca, a edição foi muito bem feita, embora não possua nenhuma característica singular ou especial.

Dei 5 estrelas para o livro e sem dúvidas eu o recomendo à todos. Mas um ótimo thriller publicado pela Intrínseca, que por sinal está virando referência na publicação desse gênero no Brasil.

site: http://www.ciadoleitor.com/2015/11/resenha-lugares-escuros-de-gillian-flynn.html
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Fernanda Turino 27/09/2015

Depois de ler Lugares Escuros confirmo a opinião que já tinha de Giliian Flynn, a de que ela é uma ótima autora e cria personagens incomodamente perturbadores e perturbados. Torço para que ela continue a escrever bons livros e criar ótimas protagonistas femininas.

Lugares Escuros conta a história de Libby Day, a única sobrevivente de um massacre que vitimou de maneira brutal sua família quase inteira – mãe e as duas irmãs – quando ela tinha apenas sete anos de idade, em 1985. O suposto responsável por tais mortes é seu irmão mais velho, Ben Day, com quem Libby evitou o contato por mais de duas décadas. A garota, aliás, foi a responsável por colocar o irmão atrás das grades com seu depoimento um tanto quanto duvidoso a época dos assassinatos.

A história é contada em duas épocas distintas e sob três diferentes óticas, as de Patty Day, mãe de Libby, e de Ben, na época dos assassinatos; e do ponto de vista de Libby mais de vinte anos depois do crime.

Logo de cara percebemos que Libby Day é uma mulher problemática que carrega as marcas da violência que sofreu quando era apenas uma criança. Egoísta, sem muito tato social e com problemas financeiros, Libby tem tudo para ser detestável, mas por alguma razão eu não consegui odiá-la.

Por causa da sua falta de dinheiro, Libby aceita um pedido de um estranho clube que investiga assassinatos famosos por conta própria. Os membros do tal clube estão certos de que Ben Day foi injustamente condenado pelo massacre e para provar a sua inocência eles pedem a ajuda de Libby que aceita o convite em troca de uma boa grana. A tarefa faz com que ela seja obrigada a encarar novamente seu passado sombrio, o que inclui retomar o contato com seu irmão. Tudo isso traz a tona lembranças que Libby mantinha escondidas o que faz com que ela mude um pouco suas lembranças daquele fatídico dia.

Voltando ao passado, vamos sabendo mais detalhes do massacre sob o ponto de vista de Patty Day no dia em que tudo aconteceu. E a vida dos Day não era nada fácil, com filhos demais, a família colecionava problemas financeiros. Com um ex-marido que reúne todos os defeitos de um péssimo pai/esposo, Patty é uma mulher deprimida que se sente abandonada e se vê como uma péssima mãe que não oferece a vida que os filhos mereciam. Como se não bastasse, ela também precisa lidar com Ben, um adolescente com muita raiva e pouco rumo na vida e que tem uma tendência a fazer escolhas ruins. Com isso, vamos conhecendo os acontecimentos que levaram ao final tão trágico da família Day.

Esta é uma das grandes qualidades do livro, a maneira como vamos descobrindo os fatos que nos levam a ligar os pontos e fazer o papel de detetive junto com Libby. Cada pequeno detalhe tem sua importância na solução do crime e vão nos mostrando que a história é mais rocambolesca do que parecia.

O livro tem um ótimo e inesperado final, mas novamente tive a impressão de que Gillian Flynn não tem muita paciência para os desfechos de suas histórias. A maneira como tudo é contado me pareceu um pouco confuso e apressado. Mas, como nos outros livros da autora, isso não o torna ruim, apenas achei que o final poderia ter sido menos corrido.

Gostei tanto do livro que já vi também o filme. Mas acho que ele deixou bastante a desejar, não chega nem aos pés da adaptação de Garota Exemplar. Achei que o filme já começou errando na escolha da protagonista, Libby Day é descrita como uma adulta com cara de criança, pequena, com aparência frágil e ruiva, algo que, convenhamos, não combina com Charlize Theron. No mais, é um filme ok e que prende a atenção, mas não tanto quanto o livro.

https://cultsemserpedante.wordpress.com/2015/09/26/eu-li-lugares-escuros/Depois de ler Lugares Escuros confirmo a opinião que já tinha de Giliian Flynn, a de que ela é uma ótima autora e cria personagens incomodamente perturbadores e perturbados. Torço para que ela continue a escrever bons livros e criar ótimas protagonistas femininas.

Lugares Escuros conta a história de Libby Day, a única sobrevivente de um massacre que vitimou de maneira brutal sua família quase inteira – mãe e as duas irmãs – quando ela tinha apenas sete anos de idade, em 1985. O suposto responsável por tais mortes é seu irmão mais velho, Ben Day, com quem Libby evitou o contato por mais de duas décadas. A garota, aliás, foi a responsável por colocar o irmão atrás das grades com seu depoimento um tanto quanto duvidoso a época dos assassinatos.

A história é contada em duas épocas distintas e sob três diferentes óticas, as de Patty Day, mãe de Libby, e de Ben, na época dos assassinatos; e do ponto de vista de Libby mais de vinte anos depois do crime.

Logo de cara percebemos que Libby Day é uma mulher problemática que carrega as marcas da violência que sofreu quando era apenas uma criança. Egoísta, sem muito tato social e com problemas financeiros, Libby tem tudo para ser detestável, mas por alguma razão eu não consegui odiá-la.

Por causa da sua falta de dinheiro, Libby aceita um pedido de um estranho clube que investiga assassinatos famosos por conta própria. Os membros do tal clube estão certos de que Ben Day foi injustamente condenado pelo massacre e para provar a sua inocência eles pedem a ajuda de Libby que aceita o convite em troca de uma boa grana. A tarefa faz com que ela seja obrigada a encarar novamente seu passado sombrio, o que inclui retomar o contato com seu irmão. Tudo isso traz a tona lembranças que Libby mantinha escondidas o que faz com que ela mude um pouco suas lembranças daquele fatídico dia.

Voltando ao passado, vamos sabendo mais detalhes do massacre sob o ponto de vista de Patty Day no dia em que tudo aconteceu. E a vida dos Day não era nada fácil, com filhos demais, a família colecionava problemas financeiros. Com um ex-marido que reúne todos os defeitos de um péssimo pai/esposo, Patty é uma mulher deprimida que se sente abandonada e se vê como uma péssima mãe que não oferece a vida que os filhos mereciam. Como se não bastasse, ela também precisa lidar com Ben, um adolescente com muita raiva e pouco rumo na vida e que tem uma tendência a fazer escolhas ruins. Com isso, vamos conhecendo os acontecimentos que levaram ao final tão trágico da família Day.

Esta é uma das grandes qualidades do livro, a maneira como vamos descobrindo os fatos que nos levam a ligar os pontos e fazer o papel de detetive junto com Libby. Cada pequeno detalhe tem sua importância na solução do crime e vão nos mostrando que a história é mais rocambolesca do que parecia.

O livro tem um ótimo e inesperado final, mas novamente tive a impressão de que Gillian Flynn não tem muita paciência para os desfechos de suas histórias. A maneira como tudo é contado me pareceu um pouco confuso e apressado. Mas, como nos outros livros da autora, isso não o torna ruim, apenas achei que o final poderia ter sido menos corrido.

Gostei tanto do livro que já vi também o filme. Mas acho que ele deixou bastante a desejar, não chega nem aos pés da adaptação de Garota Exemplar. Achei que o filme já começou errando na escolha da protagonista, Libby Day é descrita como uma adulta com cara de criança, pequena, com aparência frágil e ruiva, algo que, convenhamos, não combina com Charlize Theron. No mais, é um filme ok e que prende a atenção, mas não tanto quanto o livro.

site: https://cultsemserpedante.wordpress.com/2015/09/26/eu-li-lugares-escuros/
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Amanda 11/02/2016

Perturbador e surpreendente
Neste suspense, a autora conta a história de Libby Day, que morava com a mãe e os três irmãos. Quando criança, a sua mãe e as duas irmãs foram assassinadas brutalmente, e Libby testemunha nos tribunais que seu irmão mais velho foi o responsável por isso.

Libby Day é uma protagonista egoísta e que se aproveita da sua tragédia pessoal para se promover e viver às custas da piedade de outras pessoas. Ela não tem emprego e nem amigos. Até que, um dia, vendo-se sem dinheiro, ela aceita fazer uma aparição em uma espécie de clube que investiga assassinatos antigos. Convencidos de que o irmão de Libby é inocente, eles se dispõem a pagar para que a protagonista os ajude a provar isso. Mesmo contrariada, ela aceita.

Assim, o livro é intercalado entre capítulos onde acompanhamos a Libby adulta lidando com os seus fantasmas do passado enquanto é obrigada a remexer em suas lembranças para tentar descobrir o que realmente aconteceu, e capítulos que contam o que aconteceu no dia do assassinato (nas visões do seu irmão, Ben, e da sua mãe, Patty). A história vai nos envolvendo devagar quando começamos a entender as razões das personalidades de cada personagem.

A história cresce ao longo das páginas e, sinceramente, os capítulos do dia do assassinato são muito – mas muito! – interessantes! Sempre tinha uma peça nova do quebra-cabeça para você tentar encaixar e quando eu estava quase certa de que sabia o que tinha acontecido, aí eu lia o capítulo seguinte e já não fazia ideia e… nossa! Desse jeito, o livro acabou em menos de uma semana.

Uma coisa que me chamou muita atenção foi o desfecho da trama. Como eu deveria ter desconfiado, eu fui feita de trouxa, pois tudo que eu achava que tinha desvendado não aconteceu. Há uma reviravolta totalmente inesperada por um final que, em momento nenhum, achei mirabolante. Sabe aqueles finais que têm umas explicações bem loucas para justificar os assassinatos? Então, não foi o caso. E isso foi bem positivo, na minha opinião, pois me surpreendeu totalmente e também fechou todas as pontas soltas.

Ah! Só uma ressalva sobre a personalidade da Libby: em algumas resenhas que eu li, vi muito de que as pessoas não gostavam dela por a acharem muito fingida de coitadinha. O que ela fazia, realmente, para se aproveitar da tragédia da sua vida. No entanto, eu achei totalmente compreensível que ela fosse dessa forma. Ela era muito criança quando a família inteira foi morta e o irmão foi preso por isso. A vida que ela aprendeu a ter foi às custas da sua tragédia. Não que seja a coisa certa a se fazer, mas eu achei totalmente justificável e não odiei a protagonista. Isso, claro, fica a critério de cada um! ;)

Esse foi o meu primeiro livro da Gillian Flynn e já posso dizer que adorei a escrita e o ritmo que ela conduz a sua narrativa. Não vejo a hora de ler mais títulos dessa autora, inclusive o super famoso: Garota Exemplar.

site: https://fuiexpulsadalivraria.wordpress.com/2016/02/08/lugares-escuros-gillian-flynn/
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Debyh 02/03/2016

Este foi o primeiro livro que li da autora, quando chegou essa opção de solicitação eu obviamente decidi experimentar e conhecer já que surgiu a oportunidade. (...) O que posso dizer sobre a experiência com a autora? Realmente o suspense do livro é muito bom, e condizente durante todo o livro, mas não atingiu as minhas expectativas. Mas o livro é bom, se não fosse não teria ganho 4 estrelas.
E confesso com toda certeza eu não esperava por aquele final, mesmo que algumas partes tenham sido um tanto quanto vazias, o livro compensa por ter uma resolução totalmente inesperada.

(continua no link com resenha em áudio)

site: http://euinsisto.com.br/lugares-escuros-gillian-flynn/
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Vinícius 13/03/2016

MADRUGADA SANGRENTA
Este livro, desde sua sinopse, promete um desfecho tão surpreendente que deixaria até os leitores mais perspicazes embasbacados, por nunca terem pensado na real explicação. Eu posso dizer que é a mais pura verdade - e é válido lembrar que não estou sendo narcisista, me intitulando como um “leitor perspicaz”, longe disso, só estou concordando com a premissa proposta -, porque Gillian me fez dar voltas e mais voltas sem nunca arranhar a revelação que a estória contém. Além do mais, foi super convincente na abordagem dos personagens, que me pareciam tão incapazes de cometer as atrocidades que movem esta trama, o que é uma clara amostra de sua escrita afiadíssima.
As narrações são conduzidas pelos três personagens-chave, que, alternadamente, vão dando a dimensão dos fatos: Libby Day, seu irmão, Ben Day, e sua mãe, Patty Day. A divisão também é temporal, já que os pontos de vista de intercalam entre os anos de 1985 e 2009.
Na madrugada de 02 de Janeiro de 1985, a família de Libby Day (sua mãe e suas duas irmãs), que na época, tinha apenas sete anos de idade, foi brutalmente assassinada na fazenda em que viviam. O principal suspeito e, por sua vez, condenado pelo crime fora seu irmão, Ben, que àquela altura estava no auge de seus quinze anos e, de acordo com o pensamento popular, fizera toda aquela maldade como parte de um ritual satânico. A partir de então, Libby fora criada por parentes, tendo que mudar-se frequentemente. 24 anos depois, Libby, agora adulta, é uma mulher frígida, solitária e completamente sem rumo na vida. Sua personalidade, por conseguinte, é resultado dos traumas gerados pela carnificina que presenciou. As engrenagens na vida de Libby começam a girar quando ela se vê completamente sem dinheiro, já que os fundos das doações que recebera durante todos aqueles anos estão escasseando, e, como que uma luz no fim do túnel, um grupo de especialistas em crimes brutais, conhecido como Kill Club, vai a sua procura e lhe oferece recompensas financeiras para que ela investigue o massacre de sua família, afinal de contas, todo o processo de condenação de Ben fora bastante confuso, resultado de uma investigação cheia de brechas e de a única testemunha ter sido a própria Libby, que, por ser tão jovem, pode muito bem ter sido manipulada, ou tirado fatos de seu imaginário. Sem nenhuma saída para sua crise financeira, Libby aceita a proposta e, então, passa a encarar todos os “lugares escuros” de sua mente, onde esconde suas lembranças, assim como é obrigada a ficar frente a frente com seu irmão condenado e seu pai omisso, que nunca lhe dera nenhuma assistência, mesmo depois de tudo.
Desde o começo, é importantíssimo elogiar a construção de Libby Day. Ela não é nenhuma heroína, ou mulher virtuosa, mas sim, um alguém que acredita ser má, é egoísta, sem compaixão e, acima de tudo, considera que não merece nada de melhor na vida. É sempre muito interessante um ponto de vista dessa forma, que rompe os padrões de comportamento, muitas vezes, atrelados a protagonistas. Analisando bem, esse ponto positivo também se reflete, em diferentes níveis, em todos os personagens. Todos eles são imperfeitos, verossímeis, humanos.
A alternância de pontos de vista no decorrer da narrativa também aguça o interesse pela estória e trabalha muito a favor da autora, já que este artifício reforça argumentos, indica contradições nas versões sobre o crime e, principalmente, esconde o que está verdadeiramente em jogo. Este ponto, por si só, já indica que o texto é muito bem direcionado até seu ponto final.
A revelação sobre o mentor dos assassinatos, bem como os outros segredos de alguns personagens, como já disse e aqui reitero é algo completamente imprevisível, tão bem entranhado a cada capítulo que, durante o curso da leitura, é automaticamente considerado um detalhe pequeno demais para ter relevância. Isso é, sem dúvidas, algo muito engrandecedor. O único ponto que, particularmente, não me foi agradável reside na rapidez adotada durante a reta final para desenrolar todos os mistérios, o que acarretou um nível de tensão menor do que o esperado.
“Lugares Escuros” é o terceiro livro que leio de Gillian Flynn, sendo esta, para mim, uma escritora muito querida, de talento ímpar e com uma habilidade magistral de conduzir seus leitores através de suas jornadas eloquentes pelo desconhecido território que é a face sombria do ser humano.
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Bia 13/01/2016

Perturbador (você pode achar isso bom ou ruim)
Se quando te perguntam qual o autor mais doentio que você conhece, você automaticamente pensa em George R R Martin, pense novamente.

Lugares Escuros conta a história de Libby Day, a sobrevivente do Massacre Satânico de Kinnakee - como ficou conhecido o assassinato em massa que ocorreu em sua casa, de suas irmãs e mãe, e foi cometido por seu irmão. Libby, apesar de ter sido estampada como a vítima corajosa e de muita ajuda à polícia, definitivamente não é a "bondosa menina que ressurge bravamente de seu passado" que a mídia e todos esperavam que ela fosse. Cleptomaníaca ou simplesmente uma ladra, certa de que em seu sangue possui genes de maldade, mentirosa por natureza e sem a mínima intenção de trabalhar pelo seu sustento. Até os seus 32 anos, 25 anos depois dos assassinatos, vivera com o dinheiro de apoio àquela corajosa menininha, de 7 anos, sobrevivente, estampada nos jornais. Entretanto, o dinheiro um dia acaba, as pessoas esquecem dos assassinados e, também, simplesmente deixam de acreditar que uma mulher de 30 anos merece comoção e ajuda financeira. É então que Libby Day recebe a proposta de revirar seu passado em troca de dinheiro, de um clube composto por obcecados por assassinato - sedentos por solucionar o caso, incapazes de se satisfazer com a versão dada pela polícia (o que, pessoalmente, me fez sentir parte desse clube). Ela aceita.

A história flui variando de épocas e ponto de vista entre Libby - a sobrevivente -, Ben - o irmão -, e Patty - a mãe - Day. O decorrer da história me surpreendeu mais do que o final propriamente dito, seja isso, também, considerado bom ou ruim ou mesmo uma opinião isolada... Com linguagem natural, escrita fluída e acontecimentos e pensamentos (muito) perturbadores, é um livro muito bom e rápido de se ler.
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Portal JuLund 15/03/2016

Lugares Escuros, @Intrinseca
Olá meus lindos leitores! Eu queria muito dizer para vocês que amei esse livro, queria muito mesmo. Queria dizer que fiquei com muita raiva dos protagonistas como foi em Garota Exemplar, livro da mesma autora, mas não posso.

Claro que criei várias expectativas quando ao enredo e me decepcionei muito. Libby Day se apresenta como uma pessoa astuta, que consegue o que quer e se vê perdida pois as doações que a mantinham em uma vida tranquila acabaram, mas ela consegue um novo modo de lucrar com a morte de sua família e condenação de seu irmão.

Um clube de solução de mistérios paga para que ela tente descobrir quem realmente matou sua família, e apesar de ela mesma achar absurdo e ter certeza que foi seu irmão ela vai investigar. Ela precisa de orientação e não descobre praticamente nada sozinha, isso foi decepcionante :/

Leia resenha completa no

site: http://portal.julund.com.br/resenhas/lugares-escuros-intrinseca
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criscat 18/03/2016

Mais uma vez, Flynn confirma sua habilidade em escrever personagens femininas incomuns, que fogem dos estereótipos usuais. Longe de ser uma daqueles heroínas simpáticas, que cativam o leitor logo de cara, Libby é estranha. Seu comportamento causa um distanciamento do leitor, que não tem certeza se gosta dela ou não, se sente pena ou desprezo.


site: http://www.cafeinaliteraria.com.br/2015/08/11/lugares-escuros-de-gillian-flynn/
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Marcela.Goes 06/01/2016

Está certamente entre meus favoritos...
Se tem uma palavra que define este livro, certamente é surpreendente!! O livro te envolve cada vez mais pois intercala capítulos da Libby hoje e capítulos de sua mãe Patty e seu irmão Ben horas antes do assassinato. Desta forma, nós descobrimos o que realmente ocorreu naquela noite ao mesmo tempo em que Libby descobre, com suas investigações. Do meio em diante, a leitura passa a ser mais dinâmica e fica impossível não devorar o livro com a curiosidade de descobrir tudo!
Seu final é simplesmente surpreendente com a revelação de tudo o que aconteceu na fazenda dos Day naquela noite.
Durante a leitura do livro, acabei descobrindo, por um spoiler, o fim da historia. No entanto, o livro me surpreendeu revelando muito mais do que eu havia descoberto!
Está certamente entre meus favoritos!!!
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ana 22/05/2024

Não é meu favorito da autora, demorei um pouco pra me prender mas a história é interessante e a escrita muito boa. 7/10
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Natália 20/03/2016

Só vou dizer amei a Libby mesmo com todos os defeitos! Talvez eu tenha algum problema, mas adoro protagonistas de caráter duvidoso.
Gillian Flynn como sempre mostrando o lado ruim do ser humano em seus personagens. Achei que todos os seus personagens são bem críveis, que poderiam muito bem ser reais. Continuo achando a escrita dela maravilhosa, e me prendeu muito da metade para o final.
Já li Garota Exemplar e Objetos Cortantes, e esse é o que eu menos gostei dos três, o que não tira o mérito da autora. O livro é bom, mas senti que algumas partes foram um pouco desnecessárias e cansativas. Gostei do final, até me surpreendeu, mas não foi um tiro na cara igual aos dos outros livros. Acho que a expectativa muito alta acabou prejudicando a leitura, e terminei o livro esperando um pouco mais.
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Mateus295 27/03/2016

Quero spin-off do Calvin Diehl!
Há toda uma expectativa quando eu leio os livros da Gillian Flynn, porque eu fui muito impactado por Garota Exemplar então eu sempre vou comparar o desempenho dos outros livros em uma escala de 0 a Garota Exemplar, e Lugares Escuros ficou bem ali no meio dessa escala.

Em 1985 um massacre na casa da família Day abalou todo o povoado de Kinnakee, quando fora encontrada em uma fazenda a matriarca e suas duas filhas mortas, com sinais satânicos por toda a residência. A filha menor, Libby, conseguiu fugir e quando resgatada indiciou seu irmão, Ben, como culpado de toda a atrocidade. 24 anos depois, Libby continua tão viva quanto seu irmão continua preso. A garota, que teve uma infância e adolescência perturbada por viver essa fase nas casas de vários parentes e sempre sendo expulsa delas por não ter um comportamento decente, vive atualmente com o dinheiro arrecadado ao longo dos anos por doações de pessoas que se comoveram com sua história. Mas esse fundo está se esgotando, e ela precisa encontrar um jeito de se manter. E a possibilidade aparece quando uma organização interessada em atrocidades históricas vê em Libby a possibilidade de preencher lacunas que nem ela sabia que existiam sobre o caso de sua família.

Libby Day é uma mulher que cresceu com muitos medos e, segundo ela, com uma maldade de nascença que faz com que ela tenha pensamentos doentios e inapropriados sobre as situações cotidianas. Além de ter uma noção muito superficial e até infantil da vida, por ter sido acostumada a viver às custas de doações e não ter se esforçado para conseguir nada. Me irritava essa personalidade dela, de não querer ir atrás de um emprego ou uma universidade, de invejar as pessoas que tão passando por tragédias porque elas estão sendo bancadas por doações, são pensamentos horríveis.

Até que um membro dessa organização chamada Kill Club a contata para que ela confirme presença em uma dessas reuniões que um pessoal se junta para debater tragédias históricas, que inclui o Sacrifício Satânico de Kinnakee, a tragédia da família Day. E lá a garota é confrontada por várias pessoas que realmente estudaram o caso de sua família. Ela se sente intimidada e diminuída porque todos acham que o testemunho que ela deu quando criança foi coagido por várias forças que queria dar um ponto final naquela tragédia sem se preocupar socialmente com o culpado, mas será?

Isso é um ponto muito interessante no livro, há uma pressão tanto das autoridades quanto de familiares e sociedade de que a pessoa no caso, Libby tome a atitude certa, ou seja, a atitude que eles esperam que ela tome. Em outras ocasiões no livro vamos notar que isso é presente também com outros personagens. E também há a negligência de todo o processo de averiguação para que ele seja resolvido de forma mais prática e rápida. Naquela época, tudo aquilo que ia contra o normal era considerado esquisito, portanto, você era adorador de Satanás. Então, havia todas essas normas que fazia o processo de averiguação das tragédias ser parcial e mecânico.

O livro é intercalado entre capítulos de Libby nos dias atuais e capítulos de Patty (mãe) e Ben (irmão acusado) no dia da tragédia. Ao decorrer do livro nós percebemos que as atitudes de Ben são vistas de vários pontos, portanto sabemos como elas são do ponto de vista dele, e como tudo se projeta de outra forma no ponto de vista de outras pessoas. Isso é muito interessante, mas também arriscado. Foram jogadas tantas informações que, gradativamente, íamos riscando opções e quando menos esperávamos já tínhamos um leque muito menor de opções quando é chegado o x do livro.

Esse foi o ponto que não me fez amar tanto assim o livro, o suspense e o mistério já estava tão superficial que quando revelaram eu não me surpreendi. Não que eu já tivesse descoberto, mas porque fluiu de um jeito que as opções eram poucas, então não tinha como se chocar de uma forma absurda, sabe? Mas um ponto fundamental do livro, e isso acompanha os demais livros da autora, é o recurso que ela utiliza de terminar capítulos com frases que concluam uma situação muito grande ou que deixem no ar uma questão muito grande que será resolvida no outro capítulo. Esse gancho que ela abre para não pararmos de ler nunca, sabe? A leitura flui muito rápido, ponto pra Gillian!

E uma última ressalva, só eu que senti que a Gillian poderia fazer um spin-off contando as histórias de Calvin Diehl? Ele faz parte de um dos casos que são debatidos no Kill Club e, em determinada parte do livro, senti uma vontade absurda de saber como ele usava de sua estratégia para fazer o que fazia.

Enfim, dos três livros da Gillian que eu li, Lugares Escuros é o mais fraquinho, mas isso não quer dizer que seja ruim. Para mim, ela pecou na construção do suspense em descobrir como se resolvia o enredo, que na verdade foi sendo resolvido sozinho desde o segundo capítulo. Mas é uma leitura muito interessante, e em certos momentos, instigante.
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Renato 12/06/2015

Este livro é de chocar e surpreender qualquer leitor
Depois de ter lido um marcante "Garota Exemplar" e depois um esquecível (nem tanto) "Objetos Cortantes" (livro de estreia de Gillian Flynn), finalmente pude acompanhar a segunda obra da autora, intitulada "Lugares Escuros". Caramba, não sei por onde começar a descrever o que senti ao ler este livro.

Em plena época de ideias escassas, personagens mal trabalhados e histórias mal encaixadas, precisamos voltar as atenções para aqueles escritores que conseguem imprimir uma identidade em suas histórias. Nesse cenário, um dos maiores destaques do suspense psicológico da atualidade vem se firmando com apenas três livros lançados, sendo que o seu segundo (Lugares Escuros), com filme a ser lançado no próximo dia 18 de junho, foi o mais recentemente lançado pela editora intrínseca.

A sinopse é novamente atrativa. Em 1985, um massacre marcou a cidade de Kinakee, Kansas City, onde duas crianças foram assassinadas, juntamente com a mãe delas. O irmão das menininhas, Ben Day, foi acusado dos assassinatos pela irmã Libby Day (também sobrevivente) e desde então passou a vida na cadeia, cumprindo a sentença de prisão perpétua. No entanto, após ser chamada para comparecer a um grupo de discussão de assassinatos famosos, intitulado "Kill Club", Libby decide revirar o passado e investigar se o que de fato aconteceu naquela noite foi o que ela viveu 25 anos acreditando.

Este é o terceiro (e último livro lançado) que eu leio de Gillian Flynn e são tantos elogios que nem sei por onde começar. Nenhuma das histórias foram sequer parecidas. Sua identidade se firmou em sempre contar uma história única.

Em Lugares Escuros, o desenvolvimento foi impecável e a alternação narrativa de três membros da família proporcionou uma grande dinâmica na obra. Um capítulo é Libby (primeira pessoa), o outro é Ben (terceira pessoa), o outro volta pra Libby e o ciclo se fecha com a mãe deles Patty Day (terceira pessoa). Dessa forma, o leitor acabou descobrindo algumas coisas primeiro do que a principal personagem e essas vantagens foram sendo utilizadas no momento certo a fim de proporcionar uma tensão muito maior.

O que pode causar cansaço em alguns leitores é a ausência de diálogos em grande parte da obra, mas este fator é justificado no foco da autora em montar o perfil psicológico de cada personagem, o que faz com maestria, pois cada um deles se torna marcante à sua maneira. Um destaque para a acidez nos pensamentos da protagonista (risos).

Vale ressaltar a evolução de Flynn se compararmos com o seu primeiro livro (Objetos Cortantes). Se antes ela havia se mostrado inexperiente com diversos aspectos da escrita, em Dark Places esses erros simplesmente não existem. O quebra-cabeça sobre o que aconteceu na noite do massacre ficou mais complicado de se resolver a medida que o livro avançou, até chegar em um final de deixar qualquer um de queixo caído. Muito surpreendente!

Mesmo com todas essas críticas positivas, gostaria de deixar um aviso: não garanto que os mesmos que gostaram de Garota Exemplar irão gostar deste livro. Aliás, acredito que Lugares Escuros ainda dará muita polêmica devido ao tema que ele contém: "a adoração ao satanás". Existe uma cena que achei bem pesada e me pergunto se ela será levada com precisão para as telas, pois será muito forte caso isso aconteça e gerará muita discussão entre os mais céticos. É claro que esse tipo de culto não é o tema dominante no livro, mas faz parte do contexto.

Se Objetos Cortantes não me causou o mesmo êxtase que Garota Exemplar, Lugares Escuros conseguiu o feito. O livro veio pra ficar marcado na memória e mal posso esperar para acompanhar o filme, que contará com grandes atores e uma boa produção. Espero que seja bastante fiel, como Gone Girl foi. Uma pena que Gillian Flynn vai demorar lançar sua próxima obra, visto que está em um projeto com o diretor David Fincher. A literatura mundial precisa de mais autores originais e ousados como ela. Me tornei um fã! #LeiaUrgente

Confiram esta e outras resenhas no meu blog...

site: http://www.sempreleialivros.blogspot.com.br/2015/06/leiaresenhas-gillian-flynn-lugares.html
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