Alex 27/11/2016
Grosseiro. E isso é bom.
Sou admirador da filosofia de Luiz Felipe Pondé e, só por isso, pode ser que eu seja tendencioso em minha análise.
Antes de mais nada, politicamente fico à direita. Se você não está à direita e não tem vontade de ler o pensamento de alguém à direita, simplesmente pule minha resenha.
Há um bom tempo acompanho os avanços de algumas pautas que não eram importantes antes do mundo ser um bom lugar para viver. Até outro dia os seres humanos se preocupavam se eles iriam conseguir sobreviver, se alimentar, ter onde morar.
Depois da grande revolução industrial, o mundo ficou mais fácil. As pessoas conquistaram empregos. Dos empregos, salários. Dos salários, casas, luxo, conforto. E o mundo ainda parecia um lugar "ruim". É nesse ponto que nascem as pautas exaustivas que vemos em debate hoje, em qualquer rede social ou canal de TV: é luta de classes (oi tio Marx), é luta regional, é luta de orientação sexual, é luta de gostos pessoais. Cada vez mais as pessoas embarcam em discussões que possam ilustrar a capacidade intelectual que possuem.
E é nesse contexto que o livro se torna bastante interessante.
Nesta obra, Pondé se encarrega de mostrar o quanto a "evolução" da sociedade prejudica as relações humanas, sobretudo, as relações mais "carnais" (não é uma indireta para lembrarmos do Karnal, ok? Ok então);
Hoje é tudo muito regrado, é tudo muito pautado em ideologia, é tudo muito "não me toque", de modo que as pessoas estão tão anestesiadas, que acreditam piamente que o mundo está melhorando por causa destes, digamos, "princípios sociais básicos". E coitado de quem não os cumprir.
Como disse lá no começo, me posiciono mais à direita, politicamente falando. Eu diria que sou liberal, não tenho absolutamente nenhuma vontade de me queixar do direito das pessoas fazerem o que bem quiserem. A merda que você quiser fazer, você faz.
Mas estamos falando do politicamente correto aqui. E o politicamente correto afeta não só a sua vontade, mas a vontade do outro.
Existe, obviamente, limites sociais bastante evidentes (é o limite entre um cara achar uma menina bonita e tentar paquerá-la e achar uma menina bonita e tentar agarrá-la sem devido consentimento).
De tudo o que li, não acho que seja o suprassumo do tema e nem o melhor livro do autor. Acho que nem ele mesmo esperava por isso.
Os textos curtos, ácidos, diretos e grosseiros valem 4 estrelas, de 5 possíveis.
Se você não é de direita e me leu até aqui, espero que possamos nos tratar como bons colegas que apreciam ler livros de ideologias opostas às que já possuem. Até logo.