Márcia 22/04/2023
Um tratado sobre a argumentação
Sócrates (469-399 a. C), por incrível que pareça, nada escreveu. Quem o fez foi seu seguidor, Platão, que registrou as ideias socráticas numa série de obras escritas, chamadas diálogos.
E o que eram esses diálogos? Neles, o mestre formulava uma série de perguntas que o interessava, desenvolvendo, assim, uma nova maneira de pensar, um novo modo de investigar o que pensamos. O nome? Método socrático, ou dialético (por se encaminhar como um diálogo entre visões opostas), o que lhe rendeu vários inimigos em Atenas.
A conclusão a que chegou com sua dialética: SÓ SEI QUE NADA SEI.
Sócrates, então, é condenado à morte (obrigado a tomar cicuta). Seus estudiosos elencam alguns motivos: Meleto, o promotor do caso, o acusou de corromper futuros cidadãos de Atenas. Mas os verdadeiros motivos eram POLÍTICOS: 1) porque fez defesa de ideias antidemocráticas e esteve ligado ao regime dos Trinta Tiranos na guerra com Esparta; 2) porque questionava os métodos, as virtudes e as ideias dos poetas; Socrátes defendia novas virtudes, entre outras.
EM APOLOGIA (esse livro): narra-se seu julgamento com centenas de pessoas presentes. O filósofo defende a si mesmo. É belíssimo!!! Seu argumento para aceitar a morte: ?prefiro morrer, tendo me defendido, como o fiz, do que viver em desgraça?.
Com Críton, seu amigo também condenado, na prisão, ao ouvi-lo sobre a ideia de fugir, Socrátes argumenta: ?evitarás as cidades de boas leis e os homens mais corretos? E valerá a pena viver com esse comportamento? Ou seja, a vida irrefletida não vale a pena ser vivida.
QUE AULA DE ARGUMENTAÇÃO!