Matheus Milagres 21/04/2022
Um convite de volta à adolescência para os membros da geração Y/Z
Confesso que demorei mais do que deveria para iniciar essa leitura, ao ponto de assistir ao filme antes mesmo de ler o livro (geralmente, gosto de fazer o contrário disso). No entanto, não senti que isso prejudicou minha experiência, visto que são duas obras (o filme e o livro) que divergem em muitos pontos e ainda assim conseguem ser satisfatórias, mas o livro é melhor. Aaahh, o livro é sempre melhor!
O que mais me impressionou nessa história foi a forma como eu me identifiquei com tudo aquilo que estava sendo narrado. É claro que eu não tive a oportunidade de vivenciar de fato um amor na minha adolescência como ocorreu com o Simon e Blue, mas muitas coisas que o nosso querido protagonista viveu, eu também vivi, e acredito que muitos pertencentes à geração Y/Z também. Além de todos os conflitos envolvendo a sua sexualidade, Simon também vivencia essa necessidade de conversar a respeito disso com alguém, e supre essa necessidade a partir da nossa querida internet. Também vivi essa experiência de estar em contato com alguém pela internet durante a minha adolescência, um contato estabelecido a partir da necessidade de ter alguém para conversar sobre o assunto, alguém que seja como você e que já não tenha feito parte da sua vida antes (o que torna tudo mais fácil). Outro ponto bastante interessante foram as referências à cultura pop que o livro possui, principalmente à Harry Potter e suas fanfics. Gostei que no filme eles souberam atualizar essas referências para que elas contemplem também um público mais novo, como aqueles que cresceram assistindo Game of Thrones. De longe, a identificação com o protagonista foi o que mais me encantou nesse livro.
Outro aspecto muito interessante na obra se trata das interações entre Simon e seus familiares e amigos. É tudo muito orgânico, bem construído e empolgante de acompanhar, principalmente a dinâmica entre ele e sua família, que é adorável. Minha única ressalva nesse aspecto se trata da Leah, é uma personagem que, apesar de o livro dar a entender que ela passa por questões próprias e complexas, essas questões não são tratadas de forma satisfatória, de tal forma que ela fica parecendo apenas uma pessoa MUITO CHATA. Espero mudar um pouco essa impressão dela no livro que ela protagoniza.
Por fim, devo dizer que o livro me agradou bastante, é uma leitura bastante prazerosa e leve, com alguns momentos dramáticos que me arrancaram algumas lágrimas, e muitos momentos de risadas. Além da importância que possui pela questão da representatividade e das problematizações (que são bastante pertinentes) que são feitas ao longo da obra, é uma história cativante!
Com amor, Matheus.