Resenhas - Duas Narrativas Fantásticas

Mih Vicxin 21/10/2023

Fantástico
Não esperava muito dessas duas narrativas, não estava esperando uma história toda cheia de reviravoltas e intrigas e apesar de tudo cheia de amor, foi oque me fez ler ate o fim, querer saber o que acontecia a eles, não esperava um final assim mais fiquei satisfeita

Letícia 28/10/2023

É como se as palavras do autor conseguissem entrar em frestas da nossa alma, revelando sentimentos cruéis e obscuros que preferimos esconder e reprimir.
Ele certamente conseguiu transcrever esses recortes da essência humana, sejam bons ou maus.
É o meu primeiro contato com a obra de Dostoiévski e me impressionei demais. Certamente vou reler em breve.

jackpveras 03/11/2023

Uma dose dupla de Dostoiévski, por favor...
Eu sempre achei que a Dócil e o Homem Ridículo formariam um dos pares (suicidas) mais incríveis da literatura mundial. Pena que, mesmo criados pelo mesmo escritor, eles nunca se viram, nunca se esbarraram e nem sabem da existência um do outro.
A Dócil não tem nada de dócil, e o Homem Ridículo é ridículo ao extremo.

Ela foi lá, loucamente, pulou de uma bruta altura e se esborrachou inteira no chão, deixando apenas uma "mancheia" (mão cheia) de sangue que saiu pela sua boca no instante trágico do choque entre corpo e solo.
Ele apenas trouxe uma lição de altruísmo e mudança de fortuna aristotélica em seu destino e no fado humano.

Entre a docilidade da mocinha e a ridicularidade do rapaz, eu bato palmas convulsivas e espasmódicas para Fiódor (o cara) Dostoiévski.

Raissa 21/11/2023

"Que tistreza"
Ambas as narrativas são super pesadas, pois o tema central é o suicídio (algo que estava sendo recorrente naquela época). Não quero falar muito aqui porque é bem melhor saber dos detalhes durante a leitura, mas posso garantir que são duas histórias de dar um nó na garganta (mesmo sendo curtinhas), além de promoverem muitas reflexões sobre o sentido da nossa existência... Simplesmente impecável!

Georgiana Maia 10/12/2023

Sempre uma experiência enriquecedora
Dostoiévski é um dos maiores autores da literatura universal não por exagero ou superestima. A complexidade e profundidade das suas reflexões são sempre atuais e aqui não é diferente.

Mesmo em contos tão pequenos, ele consegue nos impactar.

ianalivs 12/12/2023

A melancólica sobre viver
A maioria dos livros, histórias, contos do dostoievski, tem essa mesma pegada esse fascínio pela morte, principalmente quando ela mesma é feita por suas próprias mãos, no primeiro conto não tava muito afeiçoada a pessoa dele, porém acho que mostra toda a tortura e angústia do amor que nos foi ensinado como ele mesmo diz, nos dois contos é basicamente sobre isso.

a estrutura das narrativas muito boas e bem feitas, são duas narrativas que se completam, sensacional!!!!

Caroline 12/12/2023

A obra mais realista e mais verdadeira de todas que escreveu
Essa foi a primeira obra do Dostoiévski que eu li na vida e eu surpreendentemente gostei, a leitura é bastante difícil se você não estiver acostumado, mas me prendeu do início ao fim

Esse livro é tão subjetivo que eu consegui interpretar vários e vários assuntos, o peso do amor que nem todos podem aguentar, melancolia, insignificância,e acho que o suicídio é o mais destacado

Com certeza o mais fantástico dessas narrativas foi o quão é semelhante a realidade

Karime 15/12/2023

Dostoiévski ?
1. A dócil

Vemos a narrativa de um homem em luto pela perda de sua jovem esposa, ele nos conta resumidamente a forma que a conheceu e como a mesma o deixou o deixando à mercê de um mundo vazio e solitário.

Ele é um Penhorista e a conhece em meio às necessidades dela e a miséria ao qual ela vive, ele fica encantado pela beleza e a inocência a e logo o mesmo se casa com ela que parece não ter muitas opções. Ele tem 41 anos e ela 16 e em meio a descobertas da personalidade de cada um, ambos são levados a momentos difíceis na relação e em um determinado momento ele se vê tentando corrigir os erros passados enquanto a banha com seu amor a perdendo para um suicídio difícil de aceita e entender.

"O pêndulo bate insensível, repugnante. Duas horas da madrugada. As suas botinhas estão junto da cama, como que esperando por ela... Não, é sério, quando amanhã a levarem embora, o que é que vai ser de mim?"

2. O sonho do homem ridículo

O Sonho de um Homem ridículo e atemporal, nos mostrando as misérias da vida e de como a humanidade se perdeu e sempre se perdera em meio a maldade que assola a todos.

"A morte é uma mera travessia. Não o adeus final, mas um até breve. "

"A consciência da vida está acima da vida, o conhecimento das leis da felicidade está acima da felicidade".

Eduardo 17/12/2023

Impossível não fazer um paralelo com a bíblia ao ler o sonho de um homem ridículo, pois tal utopia seria o éden, mas a serpente, ou o diabo, aqui é o homem, que com sua ganância e egoísmo, criam o pecado original.

cherriesweet_ 24/12/2023

Who could ever leave me, darling? But who could stay?
Desde que eu li "Noites Brancas" tenho a sensação de que nunca vou me cansar das obras de Dostoiévski e em toda oportunidade que tenho eu recomendo porque acho que todos deveriam ter o prazer de se apaixonar pelo que esse homem escreveu.

Adoro a escrita, e, mais ainda, amo a construção das personagens e como eles não são necessariamente bons ou ruins ? apenas imperfeitos, humanos. E como eu nunca conseguimos só odiar ou sentir raiva, sempre há um pouco de pena e compaixão e muitas vezes, mesmo que no fundo, nos identificarmos com eles.

Entre as duas narrativas que compõe o livro, gostei mais de "A Dócil" e toda a sua história trágica que poderia muito facilmente ter sido evitada, apesar de ter comprado inicialmente porque estava interessada em "O Sonho de um Homem Ridículo" - que com certeza é uma boa leitura, apesar de não ter me envolvido tanto quanto a primeira.

Enfim, leiam. É ótimo.

Juribeiro.psi 25/12/2023

"É que eu sou mesmo mestre em falar calado, passei toda a minha vida falando calado e vivi comigo mesmo tragédias inteiras calado."

Ninguém entendeu a natureza humana como Dostoievski... ?

Andressa 27/12/2023

Duas narrativas fantásticas - Dostoiévski

Esta obra foi meu primeiro contato com o escritor russo, e obviamente fiquei fascinada. Me questionando porque não li antes, agora quer ler todas as obras.

Confesso que na primeira parte demorei pra pegar o ritmo da leitura, mas na segunda, não queria que acabasse.

O drama é tão profundo e tão cheio de sentimentos, de inquietude que te prendem a respiração.

Eduardo Cassago 29/12/2023

Até que ponto um homem pode viver livre de significado?
Dostoiévski expõe sua crítica ao movimento niilista, muito presente entre os jovens durante o período histórico em que esta obra foi lançada.
Até que ponto um homem consegue ser desapegado de todos os valores do mundo dos homens e das leis divinas? Para responder essa pergunta, surge o Homem ridículo.

site: https://youtu.be/_5ge7lI9_Sk

Sammara 30/12/2023

Uma novela fantástica
São duas novelas presentes em um livro só, que tem narrativas que tem o mesmo tema. Que acho que vale a pena você fazer a leitura sem lê a sinopse para ir tendo suas próprias surpresas.

Monalisa.Ribeiro 31/12/2023

Fantastico
"A DÓCIL":

Como ocorre com "A morte de Ivan Ilitch", de Tolstói, em "A Dócil" a narrativa se inicia no momento presente, passando então pela reconstrução de fatos passados que culminaram na atual situação, tema da novela - o suicídio de sua esposa.

Tal reconstrução é realizada sob a ótica de um marido, que recorda momentos de sua vida particular e de matrimônio, sempre tentando justificar suas ações em relação à sua esposa (ao menos no início do texto), de forma que possa compreender o porquê de sua mulher ter optado pelo suicídio, ante a possibilidade de ficar com ele (e ser venerada), após o momento de sua redenção.

O conto, sem dúvidas, é outro que faz parte de nosso cotidiano e que serve para avaliarmos as nossas ações, nem sempre tão inteligentes e dignas como pensamos.

"O SONHO DE UM HOMEM RIDÍCULO":

O início desta narrativa apresenta um personagem que se define como uma pessoa ridícula, sem perspectiva e sem nada, inclusive que chega a negar ajuda a uma menininha, que encontrara na rua, desesperada.

Já sem forças para seguir vivendo, pensa em se suicidar, até que, momentos antes de sua ação, adormece e possui um sonho estarrecedor, indo para um lugar onde há humanidade, respeito e felicidade entre os seres que lá habitam, remetendo ao Éden.

Ocorre que este Éden vem a ser corrompido por ele, responsável pela introdução de mentiras e outros atos que vieram a desestabilizar completamente o lugar, agora já repleto de individualismo, doenças, com todos os habitantes procurando a "consciência da vida", sempre de forma complexa, sem enxergar os mínimos detalhes e simplicidade que eles mesmos já tinham vivido, lá mesmo.

Quando acorda, depara-se com a arma que utilizaria para se matar, mas vê que "agora que encontrou a verdade", isto é, que sabe que é possível existir um local verdadeiramente humano, está revigorado e tentará, com todas as suas forças, transmitir esse conhecimento, principalmente para aqueles que caçoam dele e desses pensamentos "ridículos".

O autor, em minha interpretação, atribuiu o adjetivo "ridículo" ao conto, nada mais como uma forma de alfinetar o status quo, este sim, ridículo, da sociedade russa da época (e certamente, atual, inclusive no contexto mundial).

Apesar de ser um texto mais curto, quando comparado com "A Dócil", é muito mais complexo!