Duas narrativas fantásticas

Duas narrativas fantásticas Fiódor Dostoiévski




Resenhas - Duas Narrativas Fantásticas


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Jardim de histórias 03/12/2022

A consciência da vida é superior à vida...
Senti de repente que para mim dava no mesmo que existisse um mundo ou que nada houvesse em lugar nenhum. Passei a perceber e a sentir com todo o meu ser que diante de mim não havia nada. Parecia-me evidente que, se eu não sou um homem e ainda um nada, e enquanto não me transformei num nada então estou vivo, e posso sofrer por meus atos.

No auge da escatologia, Dostoiévski rompe a fronteira dos livros, aprofundando em temas como Niilismo, culpa, existência, indiferença, transcendência. Um verdadeiro olhar para dentro de si. E nessa introspecção, teremos uma reflexão sobre a vida e seus aspectos que nos fará pensar muito! Como é sublime a capacidade de Dostoiévski se aprofundar no sofrimento humano, dando um sentido ou sentimento totalmente tangível! No sonho de um homem ridículo, a experiência extra sensorial que ocorre durante o sonho utópico do narrador é inverossímil a razão, mas, simultaneamente, completamente impactante e necessário ao obscurantismo que horas nos assombram. Percebemos, que o suicídio está presente nas histórias, porém, mais na condição de não existencialidade do que a de culpa. E assim, por essas e outras, que Dostoiévski tem essa capacidade habitacional de residir e permanecer em nossa consciência.

Ele é o cara!
Jardim de histórias 03/12/2022minha estante
Na página 117 no capítulo 5, temos uma crítica analítica bastante robusta do aspecto Dostoievskiano sobre o indivíduo e suas perversões. Fantástico!




Renato 03/06/2018

Atualizado
A dócil

O tema do suicídio do ponto de vista de quem fica. Uma bela reflexão é tentarmos analisar a visão da suicida e o quanto a morte pode ser uma libertação (ou fuga), ao contrário do que nosso senso-comum egoísta diz.

Um sonho de um homem ridículo

Um conto curto em 5 capítulos. Bonito até o capítulo 4, mas o 5 é daqueles que me dá vontade de agradecer aos meus pais por terem me alfabetizado, só pela sorte de poder ler algo desse tipo.
Andréia 05/06/2018minha estante
Fiquei curiosa rs




Nzinha 27/10/2023

Meu primeiro russo concluído
NÃO COMETAM O ERRO POR COMEÇAR POR CLÁSSICOS GRANDES, como crime e castigo...

Esse foi o meu primeiro clássico concluído e eu fiquei bem satisfeita com a tradução desta edição.
É um livro bem rapidinho, passa uma mensagem forte e para loucos como eu, te deixa obcecado.
Paula 22/12/2023minha estante
?Obcecado??Então você precisa ler memórias do subsolo ?




José 31/12/2021

Dois
Um livro que contém duas narrativas. Duas excelentes narrativas que expressam toda a dor da demasiada consciência humana. Dois ótimos presságios para "Memórias do Subsolo". O sofrimento de ambos personagens está em compreender demais os fatos que lhes ocorrem. É aterrorizante compreender de outra forma, e este fardo eles carregam.
Laurete | @queridaeusouleitora 31/12/2021minha estante
??




Ilza 18/03/2020

Releitura obrigatória
Preciso reler. Meu primeiro contato com esse autor. Em um estilo simples, nada simplório, são apresentadas tragédias de uma forma leve, como um veneno doce. Nada impactante, um tanto comovente.
Fabio 18/03/2020minha estante
Acho que todos os livros do Dostoievski nos causam esse sentimento se necessidade de uma releitura. E acho que mesmo depois da releitura, ficará um sentimento de necessidade de rereleitura.




Vicky 14/12/2020

Muito interessante!
Esse livro foi meu primeiro contato com Dostoievski- e gostei bastante. Nunca li nada parecido, é bem denso e profundo, mas interessante e instigante.
Stephanie.Sampronha 14/12/2020minha estante
simmmmm simmmm e simmmm




Gláucia 03/07/2011

Duas Narrativas Fantásticas - F.Dostoiévski
Realmente fantástico. O livro reúne dois contos do autor cujo tema é o suicídio e são impecáveis. A Dócil tem aspecto mais dramático e foi baseado numa história real. O Sonho de um Homem Ridículo é bastante divertido, porém daquela maneira sombria e crítica do autor.
Ana Baladeli 13/03/2015minha estante
Oi Gláucia, este foi o primeiro livo do Dostoievski que li. Gostei muito da forma como o narrador transforma um tema corriqueiro como o suicídio em uma narrativa repleta de sarcasmo, crítica e humor. O narrador nos conduz a algumas percepções interessantes sobre a vida em uma narrativa acelerada (digamos assim) ele é objetivo e aguça a nossa curiosidade para sabermos o desfecho. A dócil entrou com certeza para os contos top da minha lista de favoritos.




Luiza.Thereza 02/02/2016

Duas Narrativas Fantásticas
As duas narrativas, A Dócil e O Sonho de um Homem Ridículo são histórias que se aproximam quanto ao conteúdo uma vez que ambas envolvem seus narradores com o suicídio. Só que de maneiras diferentes.

Sabe quando uma pessoa está tão perdida que não consegue parar de andar de um lado para outro? Pois é, é assim que o narrador de A Dócil (1876) está. Sua esposa, uma jovem de 16 anos, está sobre a mesa, esperando o caixão em que será sepultada. Ela se jogou da janela de casa e ele (um homem de quarenta e tantos anos) não entende o motivo que a levou a fazer isso.

Desesperado, ele tenta juntar as lembranças de seu casamento recente, ora conversando consigo mesmo, ora com alguém imaginário, tentando entender o motivo do suicídio de sua esposa.

O narrador de O Sonho de um Homem Inútil (1877) está prestes a se matar. Um revolver está carregado diante de si e ele está determinado a tirar sua própria vida. Mas então ele adormece e um sonho extraordinário (e revelador) começa.

site: http://www.oslivrosdebela.com/2016/01/duas-narrativas-fantasticas-fiodor-dostoievski.html
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Gabriel Schmidt Neto 16/01/2016

A primeira ''A Dócil'' é uma história mais convencional, já o segundo conto ''Um Sonho de um Homem Ridículo'' é simplesmente genial, fantástico, um dos melhores textos que eu já li na vida. A desconstrução da bondade humana de uma maneira que eu nunca havia pensado. Épico.
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Lucas 22/08/2015

Uma boa introdução à Dostoiévski
As “Duas Narrativas Fantásticas” de Fiódor Dostoiévski são os contos “A dócil” e “O sonho de um homem ridículo”, publicados, respectivamente, em novembro de 1876 e abril de 1877, no “Diário de um escritor” – a revista mensal dirigida pelo próprio Dostoiévski, que existiu entre 1876-79. Segundo Vadim Nikitin, o tradutor e prefaciador do livro, os dois textos são definidos por Dostoiévski como “raskáz”, um tipo de narrativa heterogênea russa, que não tem um equivalente preciso em português, mas que se assemelha à estrutura da “novela” ou do “conto”.. Farei uma breve resenha separada de cada “conto”, e, em seguida, algumas observações sobre os dois em conjunto.
“A dócil” foi inspirado em um incidente que ocorreu na Rússia à época, em que uma mulher se suicidou com um ícone religioso da Virgem nos braços. No entanto, o interessante no conto de Dostoiévski é que o narrador que conta a estória da mulher até sua morte é o próprio marido dela, que narra a estória retrospectivamente, conforme vai se lembrando e tentando compreender o sentido de seu ato. Talvez o conto “A dócil” possa ser interpretado como uma grande denúncia daquilo que o feminismo, atualmente, chamaria de “patriarcado”. Atribuir essa denominação à Dostoiévski, na Rússia czarista em pleno século XIX, talvez seja um anacronismo. Mas algumas evidências apontam na direção de uma reflexão sobre a condição da mulher e sobre o “machismo”. Por exemplo, ele faz referências diretas às reflexões de J. Stuart Mill em sua obra “A submissão da mulher” de 1869 (ver p. 43, nota 25), que são vazadas pelo crivo do narrador – o marido. Além disso, como destacou Nikitin em seu prefácio, o título original do conto, “Krôtkaia”, é a forma substantivada e feminina do adjetivo “krôtkii”, cuja etimologia tem relação com “amansado ou domesticado por castração” (ver p. 9). Por conta dessas nuances, o título teve muitas traduções diferentes em português (“Uma doce criatura”, “Ela era doce e humilde”, etc). Ao ler o conto, é fundamental prestar atenção nas entonações e divagações do narrador, e seu entendimento do caso narrado. Será que, no fundo, o conto em si não é mais sobre ele do que sobre a mulher que decidiu se matar?
“O sonho de um homem ridículo”, o segundo conto, diz respeito a um homem que faz um relato sobre a experiência visionária que viveu no dia em que decidiu se suicidar. Uma vez tendo notado o absurdo da existência e sua ausência de significado, ele decide se matar. Porém, no dia fatídico, enquanto dirigia-se para casa decidido, numa movimentada e confusa noite da São Petersburgo do século XIX, ele teve um encontro inesperado e brusco com uma menininha desesperada na rua, que abala sua visão de mundo e suas certezas. Uma vez em casa, diante do revolver, ele não tem mais tanta certeza sobre sua decisão. Acaba adormecendo com sob o lado esquerdo do peito e, em seu sonho, têm uma visão reveladora que dota sua vida (outrora absurda e insignificante) de sentido e significado.
O que os dois contos tem em comum é o tema do suicídio. Vistos em conjunto, parecem propor uma reflexão sobre a vida, a morte, a ética e a sociedade. Outro tema menos óbvio é a religiosidade: o “ícone” tem um significado importante na Igreja Ortodoxa Russa; por sua vez, a “visão” sonhada pelo homem é como uma epifania, uma revelação divina. Apesar dessas semelhanças, os dois contos são bastante diferentes. Além disso, o próprio Dostoiévski explica o sentido do adjetivo “fantástico” das suas narrativas: elas são “fantásticas” no sentido de que a própria situação da narrativa é inverossímil e absurda (p. ex., em “a dócil” o marido narra tudo diante da própria mulher morta em cima da mesa, instantes depois de sua morte). Apesar dessa natureza “fantástica”, ele pretende que cada relato seja “realista ao extremo” (ver p. 13-15). Eu sou muito suspeito pra falar das “duas narrativas fantásticas” de Dostoiévski. Mas, para mim, elas são, sem exagero, duas das melhores peças de literatura que já li na vida (pelo menos até agora). Recomendo muito mesmo. Além disso, considero o livro uma ótima introdução à obra de Dostoiévski para quem tem curiosidade de conhecê-la. Pelo menos foi para mim. Boa leitura!
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Lina 27/04/2024

Muito bom
Este livro contém duas novelas.
A primeira "A dócil" vai discorrer sobre a vida de uma moça pobre que não tem família, apenas duas tias que a tratam pior do que empregada e a tentam casar com um homem mais velho e com filhos. Ela desesperada não vê solução. Até que outro homem vê o seu desespero e a pede em casamento. Não há tempo para pensar e ela aceita essa união. Porém muitas das vezes palavras duras são piores que a maior surra e atitudes impensadas matam até a alma.
Na segunda novela "Dosto" conta a história de um homem que se acha um homem ridículo, não se importa com nada e planeja a própria morte, até que tem um encontro com uma criança, Depois desse encontro ele se questiona o porque de ter agido de forma que normalmente não agiria. Vai para casa e consegue dormir e tem um sonho. Neste sonho ele vê e sente coisas inexplicáveis. Mas ao acordar vê a vida de uma forma diferente.
Gostei muito deste livro, principalmente da primeira novela apesar de ser triste. Mas nos faz repensar em como tratamos as pessoas e que atitudes devemos sempre evitar , e que por mais que a vida esteja difícil sempre é bom lembrar que temos um Deus que vela pelos seus.
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Rafael 04/03/2014

Interessante viagem a autoconsciência
O livro nos apresenta duas histórias em forma de novela que revelaram-se, na minha opinião , bastante interessante.

Em "A dócil", o narrador conta a história de um homem que tenta entender os motivos que levaram a sua amada ao suicídio. Trata-se de uma narrativa de um homem que tenta reconstruir a sua vida após uma série de contratempos e acaba encontrando em uma dócil mulher, vários anos mais nova que ele, a chance de reconstruir a sua vida. A forma como o homem inicia esse relacionamento e as mudanças de percepção e visÃo de mundo no decorrer do curto espaço de tempo em que ele mantém o casamento com essa pobre mulher nos faz refletir muito. A forma como a idéia de desprezo e silêncio faz esse homem odiar a amar a mulher ao mesmo tempo é muito interessante.

Já "O sonho de um homem ridículo", pensei que seria uma estória desinteressante, mas se revelou exatamente o contrário. Foi sem dúvidas a mais interessante delas. Dostoiévski no apresenta uma bela reflexão sobre o existencialismo e a autoconsciência, com base na estória de um homem que decide cometer o suicídio e acaba tendo um sonho sobre uma sociedade aparentemente perfeita e de conhecimento pleno sobre a vida e a harmornia entre humanos e o planeta.

Vale muito a pena ler.
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Ana Letícia Brunelli 21/09/2017

É a primeira vez que leio Dostoiévski. Achei que seu texto tem o ritmo do pensamento humano, como quando conversamos mentalmente com nós mesmos, o que traz toda a profundidade, confusão e ambiguidade do que pensamos e sentimos quando tentamos entender a nós, aos outros e ao mundo ao nosso redor.

Em a ''Dócil'', me chamou atenção principalmente a falta de diálogo entre o casal, deixando o entendimento entre eles, seus sentimentos, o que pensam um do outro, na esfera do achismo de suas próprias interpretações. A esposa parece querer se abrir no início, até mesmo chamar a atenção, mas encontra a obstinação do marido em se fechar em si mesmo, esperando que ela o entenda através de ações que ele considera serem o suficiente para deixar clara sua personalidade. A esposa se recolhe em seu canto e o marido segue com sua postura, orgulhoso por acreditar estar agindo da forma certa e sendo capaz de compreender o que vai no coração da esposa. Mas quando o véu de sua visão cai, e ele passa a querer correr atrás do tempo perdido, deixando a esposa perplexa diante de sua mudança brusca de atitude, pode já ser tarde demais.
''Aí está o que não presta, é que eu sou um sonhador: fartava-me de material e, quanto a ela, achava que ela esperaria''.

Em o ''Sonho de Um Homem Ridículo'', me levantou a questão: Qual será a verdadeira essência humana? Será o mal o estado normal dos homens, ou seriamos capazes de amar verdadeiramente uns aos outros? O autor apresenta duas situações de vida na Terra. Uma utópica, que acontece no sonho do narrador-personagem, na qual os habitantes da Terra sabem viver com serenidade, convivendo com tudo e com todos como semelhantes, usufruindo do que a Terra lhes oferece com respeito e gratidão, e exercendo um amor altruísta, livre de volúpia, ciúmes e egoísmo. E outra real, como conhecemos, e que desacreditamos ser possível um dia ter sido ou vir a ser diferente. A mentira se torna a tônica na convivência entre seres que buscam acima de tudo a realização de seus próprios interesses, causando dispersões, dissidências, lutas e destruição. Os homens começam a construir teorias, teses e códigos na tentativa de alcançar uma unidade que eles mesmo consideram ser uma ilusão. Surge a dor, e ao mesmo tempo que buscam seu alívio, a ela também se apegam.
Esse texto fortaleceu a crença que tenho na dualidade da essência humana. Há dentro de nós tanto a capacidade de exercermos o amor quanto o ódio, de vivermos em guerra ou em paz. Tudo depende da estrada que escolhemos seguir, ou melhor dizendo, daquilo que decidimos alimentar dentro de nós.

''E no entanto todos seguem em direção a uma única e mesma coisa, pelo menos todos anseiam por uma única e mesma coisa, do mais sábio ao último dos bandidos, só que por caminhos diferentes".
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Pat 25/10/2017

O sonho de um homem ridiculo
Simplesmente lindo! Me fez favoritar o livro apesar de a primeira narrativa "A Docil" nao ter me prendido. Vale a pena ser lido por todos!
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Camis Domi 10/11/2017

Para refletir
Duas novelas que abordam os conflitos psicológicos sempre presentes nas obras de Dostoiévski, tratando do tema suicídio. Gostei mais de O Sonho de Um Homem Ridículo, em que o narrador tem um sonho extraordinário que transforma toda a sua visão de mundo e da vida. Ambas as narrativas possuem a intensidade dramática típica do autor russo, um dos mais brilhantes de todos os tempos.
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