Nya 03/01/2024
Fennine es staryn, es fair faryn.
?Qualquer Outro Lugar? demarca o épico desenlace da trilogia Splintered, ornamentado não somente por belas paisagens descritivas, mas por lições que se embrenham no ímpeto das personagens à medida que suas peculiaridades multifacetadas são desenvolvidas na trama. A rigor, faz-se imprescindível atestar que emular tal obra seria um desvirtuoso e improcedente ato de reproduzir o ?irreproduzível?.
A autora da obra, A.G. Howard, concilia, a partir de sua fantástica maestria, extravasada ao entremear os pormenores fascinantes, ainda que terminantemente ilógicos do País das Maravilhas, as nuances esmiuçadas na obra original de Lewis Carroll. Todavia, o enredo deste terceiro volume estende-se além das restrições irrisórias de tal cenário, perfilhando a possibilidade de acepilhar o talento da escritora para com construções de universos de fantasia fabulosos, regido pelas leis da imprevisibilidade e coordenados pelo arsenal da manipulação e polissemia incutida nas palavras.
?Qualquer Outro Lugar? finda, de maneira idônea e competente, essa saga que marcou meu coração com as mais profundas memórias desembaralhadas em um xadrez estratégico de aventuras, romance, aprendizados, conluios e confiança, legitimando quaisquer evidências de que as lembranças são os mais eficazes artifícios que nos entornam, uma vez que essas exaltam nossas dificuldades ao enfrentar nossos inerentes demônios, e propiciam o alívio sobrepujado pela ideia de que, todos os dias, independentemente de onde estejamos, a capacidade em acreditar em nossos potenciais é testada pela complacência exacerbada e inseguranças enfatizadas por um mundo instável e despido de recordações.