Lucy 23/11/2020
Previsível, mas bom
Minha relação com esse livro é ambígua. Ao mesmo tempo que não trás nada de novo e é bastante previsível, tem uma narrativa envolvente e gostosa de ler, o que me fez terminá-lo em pouco mais de 24 horas. A trama me lembrou muito o livro Identidade Roubada, mas sem tanta violência e com um romance envolvido.
Aqui vemos as consequências do sequestro da professora Mia pelo ponto de vista de sua mãe, do investigador e do seu sequestrador. Todos os pontos de vista são até bem explorados e interessantes, apesar de ter preferido o ponto de vista do sequestrador, obviamente. A mãe de Mia é uma esposa troféu que lamenta não ter sido uma boa mãe e continuar em um casamento infeliz; o investigador... ele está a fim da mãe da Mia e faz um trabalho próximo do medíocre. É, só dá pra simpatizar com o Colin mesmo. Embora ele também não tenha o melhor desenvolvimento possível. Os capítulos são curtos, o que ajuda a dar mais agilidade a história. Graças ao título eu imaginava que pudesse se tratar de uma trama semelhante a de Garota Exemplar, mas não. Longe disso.
Mesmo sendo bastante estereotipado, A Garota Perfeita me envolveu com facilidade e me fez virar a noite para saber o final. Algo que a muito tempo não acontece comigo, o que o fez ganhar uns pontos a mais. Contudo, não dá para ignorar o fato de que o final não é nem um pouco surpreendente, assim como seu desenvolvimento. Também não dá para ignorar o fato de nenhum personagem ser bem desenvolvido e ficarem dentro do clichê (o juiz rico e corrupto, a esposa troféu, a filha rica renegada, o criminoso com o bom coração). Além dos comentários bem racistas, que eu não sei como ainda foram parar nesse livro em pleno século XXI, ou qual o objetivo deles por aqui.
No geral, apesar dos pesares, o achei bom. Talvez fosse por estar em um bom momento para lê-lo, talvez seja por me lembrar Identidade Roubada, que eu gostei bastante. O que sei é que gostei do resultado, mesmo que muito aquém do esperado. E fiquei bastante triste com o final.