Kalliny 27/06/2022
Essa luz tão brilhante
Livro por Estelle Laure
Essa luz tão brilhante é o primeiro livro da autora Estelle Laure e foi publicado aqui no Brasil pela editora Arqueiro.
O livro conta a história de Lucille, uma adolescente de 17 anos que vive um momento muito difícil e particular: precisa cuidar sozinha de Wren, sua irmãzinha de 9 anos, e de toda a casa. Lucille não apenas é responsável por cuidar da irmã, como também precisa garantir que as notas dela - e suas - se mantenham estáveis, que sempre exista dinheiro o suficiente para pagar as contas de casa e, principalmente, que ninguém descubra que as duas estão sozinhas. E foram abandonadas.
O pai das meninas foi levado embora depois do incidente que aconteceu em uma das noites do último verão, as pessoas não comentam mas sabem o que isso significa: que ele era louco. Depois dessa noite as coisas nunca mais voltaram ao normal, ou melhor, sua mãe não voltou mais ao normal. Ela tentou, dia após dia, até que simplesmente pegou uma mala e saiu pela porta da frente dizendo que precisava de um tempo.
Quando a história começa já faz um mês que a mãe das meninas foi embora sem deixar rastros, ela até enviou uma pequena quantia para garantir o pagamento de algumas das contas da casa, e só. Nenhum telefonema, nenhum sinal de quando iria voltar, se iria voltar. Ajudando Lucille a lidar com toda esta situação está Eden, sua melhor amiga e bailarina que ama livros e citações, e que coincidentemente é irmã gêmea de Digby, o menino por quem Lucille é apaixonada.
Digby é perfeito aos olhos de Lucille, até em suas imperfeições, mas é proibido. Porque Digby tem uma namorada, uma garota linda, inteligente e com quem ele tem planos para o futuro. E mais importante do que todo o restante: uma namorada que tem uma vida estável e segura, bem diferente do mar de instabilidade e insegurança que é a vida de Lucille no momento.
A história se desenvolve focada na luta da protagonista para garantir uma vida normal e feliz à irmã, enquanto se divide em ser mãe, irmã, amiga e uma simples adolescente apaixonada. Acompanhamos a insistência e a força em não se deixar abater, o peso e a responsabilidade de carregar a sua vida e da irmã nas costas.
Por causa dos problemas que enfrenta, Lucille precisa da ajuda de todos com quem possa contar e Éden e o irmão estão dispostos a fazer com que ela supere todas as dificuldades. Essa proximidade acaba aproximando cada vez mais ela e Digby, e o que antes poderia parecer um sentimento unilateral começa a tomar proporções e rumos não esperados. Mas a vida atual de Lucille já é muito confusa, e um romance problemático pode não ser a melhor das escolhas.
é um livro curto e de uma leitura muito rápida e fácil, a narrativa flui e as páginas passam sem que você se dê conta. Levando em consideração a premissa do livro, é de se esperar que existam momentos de pura indignação. Ponto negativo do livro bem peculiar pra mim. Eu sou extremamente apaixonada por livros de romance e drama, mas nesse caso, o que eu menos gostei foi do romance. Digby é um rapaz muito fofo, facilmente a protagonista iria se apaixonar por ele. Porém, as vezes eu queria entrar no livro e dar um ?chaqualhão? nele por algumas coisas que ele dizia. Por conta disso e algumas outras coisas, o casal não me cativou.
O livro me fez questionar algumas coisas sobre os pais de Lucille. De primeiro momento, eu morri de raiva deles, principalmente da mãe das garotas. Mas até que momento em nossas vidas somos capazes de aguentar a rotina desgastante de um de uma família que acabara de perder o pai para a loucura? Sei que ela deveria ter tomado outra atitude, em vez de abandonar as garotas, mas acho que todos nós humanos temos um limite para aguentar e talvez ela tenha chegado no seu. A autora também nos mostrou como uma verdadeira amizade pode te ajudar em suas horas mais difíceis, a relação das duas melhores amigas passou por muita coisa. Mas, ali no final, se manteve firme e forte.No desfecho somos surpreendidos com um ?não termino? e um mistério fica sem resposta. em 2017 tem a continuação pra ser sincera não fiquei tão curiosa.