Fernanda631 29/08/2023
Ligeiramente Pecaminosos (Os Bedwyns #5)
Ligeiramente Pecaminosos (Os Bedwyns #5) foi escrito por Mary Balogh.
Ligeiramente Pecaminosos é o quinto da série Os Bedwyns.
Ligeiramente Pecaminosos está diretamente ligado a Ligeiramente Seduzidos.
Conhecemos um pouco de Alleyne dos livros anteriores. Sabemos que o segundo mais novo dos Bedwyns é descontraído e divertido, e aqui conhecemos um lado gentil e mais humilde do aristocrata. Com a perda de memória, Alleyne se sente mais vulnerável e inseguro em relação à verdadeira pessoa que é.
No livro anterior, Alleyne Bedwyn desapareceu em meio a Batalha de Waterloo. Dado como morto por sua família, aqui, logo nas primeiras páginas, descobriremos que Alleyne na verdade fora gravemente ferido, ao cair do cavalo acabou batendo a cabeça e seu acidente acaba o deixando desmemoriado. Ele acorda então em um quarto nada familiar, sem saber seu nome e sem saber do porquê está ali.
A responsável pelo seu resgate é Rachel York, uma jovem que teve uma vida cheia de dificuldades e que fora recentemente ludibriada por um golpista ladrão. Após isso, Rachel é obrigada a viver em um bordel com sua ex-dama de companhia. As proprietárias do bordel sempre a respeitaram, deixando-a longe o possível da vida libertina que aquelas paredes abrigavam a noite. Após o golpista levar todas as economias das damas, em uma medida desesperada, elas resolvem ir para o campo de batalha furtar os corpos dos falecidos militares, é desta forma que Raquel salva a vida de Alleyne, que estava por um fio.
Rachel é uma moça também gentil e bondosa. Por isso, mesmo depois de enganada por um golpista e uma grande culpa tomando sua consciência por ele também ter levado o dinheiro de suas amigas, ela não hesita em ajudar Alleyne quando o encontra quase morto depois da batalha de Waterloo. Rachel é uma mulher íntegra e está determinada a fazer de tudo para achar o salafrário e recuperar o que ele roubou.
A história aqui praticamente se inicia de uma cena vista já em Ligeiramente Seduzidos. Inclusive, quando a li no outro livro, logo desconfiei. Gostei de como a Mary fez a ligação entre os dois livros e como o fato de Alleyne ter se perdido no meio de tantos feridos da Batalha fez a família achar que ele estava morto.
Alleyne e Rachel foram um casal bem melhor que Morgan e Gervase. Sim, nasce uma amizade entre os durante o tempo que Rachel estava cuidando dele, mas também houve uma certa atração entre os dois. Infelizmente por conta da falta de memória de Alleyne, ambos tentam resistir ao máximo essa atração, mas já sabemos o que realmente acontece.
Porém, quem roubou a cena aqui foram os personagens secundários. Bridget, Geraldine, Flossie e Phyllis são prostitutas que também foram vítimas do mesmo golpe de Rachel, mas nem por isso perderam a personalidade alto astral. Junto com Alleyne, elas também acolhe um sargento que ficou cego de um olho. Só sei que esse grupo é responsável por diálogos divertidos, o que deu um ar menos melancólico na história. Confesso que queria um spin off com essas mulheres.
Eu esperava que a volta da memória de Alleyne ocorre lá pela metade do livro, mas ela se perdura até os capítulos finais. Entretanto, nem por isso deixa de ser um reencontro emocionante entre o lorde e sua família. Além do mais, é perceptível um certo amadurecimento em Alleyne depois dessa experiência, mas sem perder seu ar brincalhão. Rachel foi uma personagem constante, apesar de ter que enfrentar alguns esqueletos no armário da família e deixar a amargura para trás.
lleyne se provou nobre de espirito, ajudando uma jovem que mal conhecia, quando nem mesmo se recordava das suas próprias origens. Sem medir esforços, ele a zela de todas as maneiras, desde o início. Livros que revelam personagens masculinos tão livres para o amor me encantam por completo, ainda mais quando retratados em romances de época. Em contrapartida, temos uma bela cabeça dura. Rachel é bastante centrada, pé no chão e persistente.
Ligeiramente Pecaminosos ganha um tom mais leve, mais divertido e envolvente por abordar todas as descobertas de Alleyne. Acho que muito mais sobre sua real identidade, o personagem descobriu essencialmente sobre seus princípios e sobre sua vocação dentro da família, conflito que começou a ser abordado desde o livro anterior. Ele deixou de ser apenas mais uma sombra do Duque de Bewcastle e encontrou seu lugar no mundo. Claro que Rachel York contribuiu com tudo isso, estando no lugar e na hora certa. Ela também aprende sobre perdão e se liberta de um mal-entendido, que poderia amargura-la pelo resto de sua vida. Juntos, ambos se tornaram um dos meus casais preferidos e geraram um sentimento que aqueceu meu coração.