Ana Júlia Coelho 05/05/2024Em um vilarejo marcado pela presença de Monet – e o livro não vai te deixar esquecer nem por um segundo disso – uma pessoa triplamente assassinada chama a atenção da polícia. Ninguém sabe de nada, ninguém viu nada, a polícia é incompetente e fica dando voltas e voltas em uma investigação que não anda nem desanda. Fim, esse é o livro.
Essa é uma narrativa estranha desde o início. Parece que o autor descobriu a vida de Monet e decidiu escrever um livro que escorresse esse artista em cada página. O interessante fica extremamente enfadonho quando TUDO tem a ver com as obras ou a vida do artista.
O assassinato até é interessante, mas a polícia não consegue absolutamente NADA enquanto investiga. Um dos investigadores encuca com uma teoria e tenta a todo custo encaixar a realidade naquilo ali, mas são pontos que não tinham relação nenhuma. Enquanto isso, o principal investigador tá lá se interessando pela esposa do principal suspeito. Sério mesmo. Obviamente toda a emoção de uma investigação policial fica sufocada por tantas referências à arte e a Monet. Eu já disse que esse livro é sobre Monet, né?
Tem uma personagem misteriosa, uma velha que o leitor não entende se é só uma voyeur, se é a assassina, se é um espírito assombrando a cidade, mas ela sabe simplesmente de tudo. E é bem irritante. A história intercala entre o ponto de vista dela, de uma professora perturbada e de uma menininha que quer ser artista. Nenhuma das três me cativou (ainda bem que mantive a coerência). Esse livro foi muito arrastado, sério, os poucos pontos positivos foram esquecidos pelo esforço que era continuar essa leitura. Só quando o plot veio que a história se tornou mais interessante. Mesmo assim, me senti com a cabeça dando um nó, e algumas coisas não me convenceram para essa reviravolta encaixar e fazer 100% de sentido. Gostei do final, mas não salva de jeito nenhum um livro ruim que esse foi.
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