Mariimagno 16/06/2022
Profundo e sútil ?
Não esperava algo tão profundo em um romance adolescente. Ele tem profundeza dentro de tanta sutileza que é difícil de explicar.
O que acontece quando duas pessoas se encontram exatamente quando precisam se encontrar?
O que acontece quando você reconhece em outra pessoa uma conexão que não nunca havia sentido antes?
O que acontece quando você está perdido e encontra alguém perdido indo no seu caminho?
Eu acho incrível que não há explicação para como e porque as pessoas se conectam, se permitem serem vulneráveis e constroem uma ponte entre os seus mundos.
É louco pensar como as nossas ações direcionam de alguma forma a vida de outras pessoas e a gente não sabe como passamos pela vida interferindo na vida dos outro.
A gente acaba se habituando a pensar tanto em nós mesmos, nos nossos compromissos, nossos desejos, sonhos, realizações e frustrações que não percebemos os impactos que causamos. Como planetas que colidem no universo e da origem a meteoritos, poeira etc.
E nesse paralelo do não explicável entra o destino, o que essa coisa de caminho, trilha, objetivo, missão? O que é o destino? O que faz com que certas pessoas entrem em nossas vidas e as tornem melhores ou piores?
Eu amo como Daniel tem a percepção tão linda disso, o nosso poeta que trás da experiência o sentir, o viver, o deixar se impactar.
O que há de mais precioso da vida se não se impactar? Estamos todos sendo impactados dia a pós dia.
E temos Natasha cética, presa ao chão, tão importante do que se impactar é saber reduzir danos. É o freio em alta velocidade, é minimizar a queda quando ela é inevitável.
Natasha não é tão cética quando acredita ser, como todos nós. Acreditar no improvável, no impossível é também duvidar dele. Porque se ele existe como dúvida, ele já existe.
Eles dois se completam, perfeitamente, mais do que isso. Eles precisam aprender pequenas coisas um com outro. E como planetas que se chocam, eles nunca terão mais a mesma matéria, eles se transformaram com a colisão. Assim como eles, sem saberem, transformaram por uma fração de tempo a vida de muitas pessoas por quem passaram.
E a vida segue sendo um universo ou vários universos. Que se expande, se choca, se transforma, se destrói o tempo inteiro.
E talvez sejamos todos pequenos sois, no centro dessa perspectiva de assistir os planetas girando, de interferir neles com a nossa luz. De projetar, de aquecer, de iluminar. Talvez, sejamos todos sois esperando por outros sois.