Carous 19/10/2020Parece até que a Tricia Levenseller leu todas as minhas reclamações do livro anterior e consertou tudo.
Não tenho nada a reclamar deste livro. É perfeito e divertido do início ao fim.
A relação entre Riden e Alosa, para minha grande surpresa, é uma das poucas saudáveis que temos no meio literário. Há amor e muito respeito. Eles são diferentes, mas têm daddy issues do mesmo jeito. Riden sempre soube dos seus traumas, Alosa demorou um pouco para se dar conta disso. Mas eles funcionam bem juntos porque um não tenta mudar o outro.
Só não gostei das mortes. Além de naturalmente ficar melancólica quando personagens morrem, elas foram tristes e a homenagem dos vivos extremamente tocante.
Acho sim que o outro livro tem suas falhas - mas gostei dele, não se engane -, porém o que essa duologia tem em comum é o texto rápido de ser lido. Eu nem me esforcei e já tinha passado da metade do livro e quando vi estava na última página.
Sei que já falei sutilmente, mas Tricia finalmente acertou o tom de Alosa. Não parece que a personagem é exibida e soberba como no livro anterior, mas uma garota durona que tem orgulho de suas habilidades e seus pontos positivos. Essa é a personagem feminina badass que eu queria ver, não aquela que se forçasse mais se partia em duas.
Individualmente Riden melhorou bastante também. Ele foi além do pirata apaixonado por Alosa, se destacou, estava melhor desenvolvido.
Eu sempre gostei desses dois personagens e os shippo horrores. Neste livro a tensão sexual é menor que o genuíno afeto que um sente pelo outro. Foi legal também ver esse outro lado da relação, que não é só desejo, mas gostar mesmo.
E finalmente a máscara do tirano e cruel Kalligan caiu pra filha. Poderia ter soltado fogos quando Alosa se deu conta de que seu pai é abusivo. De que a relação deles era tóxica. Esperei muito por isso.
O fato de Alosa ser meio sereia teve grande importância na história e seus poderes foram amplificados pro leitor e melhor explicados. É uma pena que a existência das sereias e sua função na batalha contra o desgraçado do Kalligan tenha ficado mais pro final.
Gosto das peças que fazem de Alosa o que ela é, mas fico um pouco triste que ela tenha poderes. Parece que na literatura uma personagen feminina forte tem sempre um poder que o autor tira da manga, é sempre mística de alguma forma. Ser humana e ter pontos fortes - como ocorre com protagonistas masculinos - nunca é suficiente.
Divaguei. Lógico que aqui faz sentido que Alosa tenha poderes, porém meu ponto vai muito além dessa duologia.
Meu coração está mais leve com essa leitura e por ter dado chance a este livro mesmo o primeiro não sendo o que eu esperava. Foi uma excelente aventura.