Kammy Krysthin 17/08/2016
[ RESENHA ] EXORCISMO . VOCÊ ACREDITA EM DEUS?
Então por que não acreditar no diabo?
“Ele estava sofrendo de uma agonia inimaginável.”
A resenha de hoje é mais complexa dos que as outras, abordando um assunto que afeta diversos pensamentos, venho apresentar a existência do diabo, demônio que possui corpos e nos leva a cometer coisas terríveis, Thomas B. Allen nos mostra um desses casos em Exorcismo, sucesso mundial o filme Exorcista ainda assombra muitas mentes com sua apresentação forte e com cenas que a igreja católica repudiaria eternamente. Aqui temos uma versão real de uma possessão, uma criança possuída por algo maligno e a igreja católica fazendo de tudo para que esta fique livre do mal.
Faço a mesma pergunta do inicio da matéria, você acredita em Deus? No ser supremo que nos protege de todo o mal, se sua resposta for sim, então por que não acreditar no mal? No diabo e demônios que vagam pela terra fazendo calamidades acontecerem e mostrar do que o ser humano é capaz. Não desejo de nenhuma forma afetar o seu pensamento em relação a isso, apenas desejo mostrar o que foi relatado no livro, um caso real de possessão que aconteceu nos Estados Unidos em 1949 com um menino de apenas 14 anos, a visão relatada é a dos padres, um diário secreto do Exorcismo, todos os dados e relatos na época em que isto aconteceu. Prepare-se.
Robert Mannhein, mais conhecido como Robbie, tinha o costume de brincar com a tia Harriet a favorita entre todas, praticante do espiritismo esta apresentou ao sobrinho um jogo novo, o tabuleiro Ouija, mais conhecido como jogo dos espíritos.
“Ela o ensinou a colocar os dedos de leve sobre a planchette, uma plataforma que se movia sobre pequenos roletes através da superfície de madeira polida do tabuleiro Ouija. Arrumados ao redor do tabuleiro havia as letras do alfabeto, os números de 0 a 9 e as palavras sim e não. Robbie ficou fascinado com o tabuleiro Ouija.”
Pouco tempo depois tia Harriet morreu e a partir dai tudo começou a mudar na casa e na vida de Robbie, sem ter com quem brincar o garoto voltou a jogar com o tabuleiro em dias que o tédio tomava conta da casa, após alguns jogos Robbie passou a escutar barulhos que começavam em um lugar na casa para depois chegar finalmente ao quarto do garoto, seria o espirito da tia Harriet? Atormentando o sobrinho a procura de um tesouro relatado por familiares? Foi então que tudo passou a mudar, focando apenas no garoto o espirito ou o que quer que fosse começou a atormentar a criança, balançando objetos, movendo a cama e os movimentos cada vez mais próximo de pegar o menino, seria possível que sua adorada tia pudesse machucá-lo?
“Sua casa se transformou na casa assombrada, e ele, no menino assombrado.”
A procura de respostas e de paz na casa, os pais luteranos procuraram ajuda na igreja em que frequentavam, diferente da igreja católica a igreja luterana tem um pensamento diferente de Deus e do diabo, fazendo algumas orações e encaminhando o menino a médicos para ser examinado psicologicamente, nada adiantou para que mudasse o rumo da história que estava se seguindo naquela casa, lembrem-se que não abordarei muito as temáticas das igrejas apresentadas no livro, porque muitos tem pensamentos diferentes e mexer com religião tem um certo índice de complexidade, ainda mais eu não tendo nenhuma religião praticamente.
“Phyllis Mannheim estava aturdida demais para perceber que o corpo de Robbie agia como um tabuleiro Ouija.”
Após um caso mais grave em que a passagem de medo para pavor surgiu, os pais novamente procuraram ajuda, desta vez na igreja católica, o garoto já estava sendo marcado por aquilo que não se via, arranhões e palavras marcadas na carne, se tornando exatamente o jogo de tabuleiro que o encantou no início.
Depois de um exorcismo malsucedido deixando um padre inexperiente machucado, foi necessário a saída da cidade para uma igreja qualificada para fazer a expulsão do demônio do garoto. Eis que agora sim o livro fica interessante, aprecio a forma como foi tratado o caso, mesmo sendo algo sobrenatural, todos tiveram a razão no tratamento de tal, não é simplesmente ir e fazer um exorcismo, aqueles feitiços de trazer o amor em sete dias, aqui não se expulsa um demônio estalando os dedos, não é tão simples.
Todo o processo demorou alguns dias para finalmente o padre agir, Bowdern ficara encarregado de tal fardo , junto com mais dois responsáveis a luta começou, foram dias a fio tentando de toda forma fazer com que aquilo não chegasse ao fundo da alma de Robbie, tudo foi em vão, nada adiantava, era uma luta nula, em que o que quer que estivesse dentro do garoto seguia ganhando.
“A possessão é o cativeiro do mal. Tanto culturas primitivas quanto desenvolvidas de todas as eras acreditaram nela. E todas as culturas que acreditavam em possessão encontraram maneiras de aplaca-la. Para os católicos, essa maneira era o ritual do exorcismo. Ritter agora segurava a chave para esse exorcismo.”
Não vou dizer para você que todo esse processo foi cansativo, todas as forças estavam esgotadas e mesmo assim a pobre criança continuava a sofrer, senti o fardo do exorcista a cada sessão, tive que parar a leitura diversas vezes para tomar ar e decidir se parava de ler ou não, muitas partes me deixaram confusas que eram coisas técnicas da igreja que eu nunca imaginei ter. Fui criada no cristianismo, passei por vários processos de aprendizado até chegar a ser coroinha e tudo, mas depois de crescida praticamente abandonei a igreja, rezo pra Deus em casa com as minhas palavras e olhe lá, então mesmo tendo um conhecimento prévio do que a igreja católica fazia, ter esse aprofundamento no tema foi algo surpreendente e muito, mas muito teórico, precisou de tantas autorizações para que finalmente pudessem colocar o menino em um lugar seguro e começar de fato o exorcismo.
“A voz do diabo riu e disse: Isso não é suficiente. Ele tem que dizer mais uma palavra, uma palavrinha. Quer dizer, uma palavra GRANDE. Ele nunca vai dizê-la. […] Ele nunca dirá a palavra. Estou sempre com ele posso não ter muito poder o tempo todo, mas estou dentro dele. Ele nunca dirá a palavra.”
Sinto por Robbie, como é ver sua vida se transformar em um inferno sem ter noção do que acontece dentro de si, mas sentir as dores o medo, a sensação de perda, aquilo foi esgotante para um adulto, imagina então para uma criança.
Tenho que finalizar dizendo que toda luta não foi em vão, que o bem prevaleceu acima de tudo, mas com muita fé, aquela que faz milagres, aos responsáveis por todo esse processo tenho uma admiração enorme, se fosse comigo já teria desistido, mas a força principalmente no padre Bowdern foi o que fez com que tudo se resolvesse no fim.
Nas últimas páginas temos as cópias reais do diário, cada detalhe documentado até finalmente o ponto final, Thomas B. Allen também comenta sobre o livro, seu processo de pesquisa e se acredita ou não que possa ser real a possessão.
“Robbie era um típico garoto norte-americano daquela época. O que aconteceu a ele, acredito, ocorreu sem qualquer ação ou provocação da sua parte. Ele parece ter sido uma vitima inocente do terror. Robbie foi, acredito, uma vitima de um evento estranho e incompreensível, um fenômeno de outro mundo cujas raízes culturais e psicológicas são mais profundas do que as do cristianismo.”
A DarkSide fez uma edição maravilhosa como sempre, o tabuleiro Ouija foi o mais perfeito e fiel possível, ganhei deles uma ecobag com a mesma arte e é realmente espetacular, confira o resto da fotografia no blog.
Espero que tenham gostado da resenha, foi super difícil escrever e ainda acho que não tenha ficado naquele ponto, mas espero que entendam.
Xoxo
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