Tami 16/01/2018 — Meu nome é Justin Lynch, sr. McKay. Se me... — Como sabe o meu nome? — Se me deixar entrar e falar com o senhor dez minutos, eu explico. Mate o Próximo é aquele tipo de história que confunde a gente do início ao fim. A proposta do livro é super promissora, mas achei que o autor acabou se perdendo quando, intencionalmente ou não, começou a enveredar para um caminho mais fantasioso, que ofuscou um pouco a verossimilhança da narrativa.
Infelizmente, para falar os motivos pelos quais não curti os personagens eu teria que soltar spoilers em relação ao enredo, mas adianto que apenas Laura conquistou de fato minha simpatia. Ted é um bom personagem, mas a partir de determinado momento ele perde força e chega a parecer uma caricatura, algo super forçado, resultado do tal caminho fantasioso... já Justin Lynch pode não ser ninguém, mas pode ser todo mundo, então #ficaadica!
Toda a história da organização de suicidas é super bugante. Quando li sobre a motivação do tal grupo eu fiquei meio chocada e achei uma sacada muito louca do autor, uma pena isso ser apenas o ponto de partida da história. Entretanto, apesar dos pesares, tudo é muito interessante e original, um enredo que, no mínimo, desperta nossa curiosidade por sua absurdez. O final, entretanto, acaba não sendo tão surpreendente assim, mas o caminho que nos leva até ele é tortuoso, confuso e angustiante. Não saber o que é real e o que não é deixa tudo ainda mais instigante.
A história é narrada em terceira pessoa, possui folhas amareladas, diagramação confortável e encontrei poucos erros de revisão, nada muito grave. Os direitos do livro foram vendidos e até onde eu sei eles já tinham até contratado o roteirista, agora é só esperar.
O ruim de resenhar livros assim é que sempre tenho que falar pouco, pois o risco de soltar um spoiler é grande. Tenho que me controlar para ser o mais sucinta possível, e vocês não sabem o quanto isso é complicado pra mim! Mate o Próximo é um livro para ser degustado. Lê-lo de uma lapada só não é uma boa ideia, aconselho tomar doses homeopáticas dessa história maluca, mas super bem intencionada.
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