Karol 28/09/2011
I see a red door and I want to paint it black...
Acabei agora de ler As Terras Devastadas, 3º volume da série A Torre Negra e cheguei a uma conclusão: o Stephen King vai me levar à falência. Sério, meu salário não vai dar conta dos R$90,00 que custam ou próximo livro e dos 60 e tantos que custam os seguintes.
Papai do Céu, responda-me, por favor: por que eu tive que nascer pobre sendo que gosto tanto de ler? Livros são caros, Papai. E eu não tenho mais condições de sustentar esse vício! E também não tenho condição nenhuma de NÃO LER o próximo livro. Está totalmente fora de cogitação.
Entenderam o drama? Pois é. O único defeito que encontrei até agora na série A Torre Negra foi o preço. De resto, é tudo absurdamente perfeito, fazia um bom tempo que eu não lia nada tão instigante... Mas enfim! Sem mais enrolação, vamos ao livro!
Como eu já informei lá no primeiro parágrafo, a cobaia da vez é o 3º volume da série A Torre Negra, do Stephen King, As Terras Devastadas. Esse livro foi incluído de última hora na minha lista do Desafio Literário depois de eu decidir que não estava nem aí pro amor impossível de Tristão e Isolda (e depois, uma passada rápida no TOC me informou que tomei uma ótima decisão).
Pra quem não acompanhou a série até aqui já aviso que postarei alguns spoilers sobre os livros 1 e 2.
Até agora, então, acompanhamos a jornada de Roland de Gilead em busca da Torre Negra. Roland não mediu esforços para ser bem sucedido em sua busca e fez algumas escolhas que o deixaram um tanto quanto perturbado das idéias. Pra que não lembra, no primeiro livro ele deixou Jake Chambers, garotinho de 11 anos a quem o Pistoleiro vê como um filho, cair de um precipício em sua pressa para alcançar o homem de preto. Porém, no segundo livro, Roland, em uma das suas incursões no nosso mundo, encontra o assassino de Jake em Nova Iorque e o impede de matar o garoto, de maneira que ele não vai parar no mundo médio após a sua morte – pois ele não está mais morto.
Com Jake vivo e em Nova Iorque, as mentes de Roland e do garoto começam a ficar confusas. Jake sabe que morreu, foi pro mundo médio e conheceu Roland. Mas ele também sabe que não morreu, que continua em seu mundo e que não conhece Roland algum. O drama do Pistoleiro é semelhante: ele sabe que conheceu um garoto num posto de parada na estrada e que o deixou cair. Mas sabe também que ficou sozinho no posto de parada e que não havia garoto nenhum. A primeira parte do livro é totalmente dedicada à solução desse impasse, afinal, Jake existe ou não? Roland irá enlouquecer? E Jake, estará ficando louco?
A resolução da confusão criada pela viagem no tempo de Roland é absolutamente fundamental para o seguimento da história e cada detalhe dado no início do livro tem significância no final. A literatura de Stephen King é assim: nada passa em branco.
Quanto a Susannah e Eddie, eles estão mais apagados nesse livro do que no anterior. As Terras Devastadas é completamente dedicado a Roland e Jake e, por mais que os outros dois sejam importantes, eles não são o foco aqui. E ficamos conhecendo também um novo membro da comitiva, Oi, um trapalhão - um tipo de cachorro com algumas esquisitices – que é a criatura mais fofa que aparece na história até então. Não tem como não dar risada quando ele começa a repetir as últimas palavras que as pessoas falam.
Nesse terceiro livro, podemos notar novas referências do nosso mundo no de Roland: canções do ZZ Top, referências nazistas... Comentei que o Stephen King cita a si próprio? Algo relacionado a algum personagem lendo O Iluminado – não lembro bem – e também cita uma música dos Rolling Stones que, para mim, é uma das mais sombrias da história do Rock’n Roll:
“I see a red door and
I want to paint it black
No colors anymore
I want them to turn black”
A cada novo volume eu morro de curiosidade para saber o que diabos quer dizer “Um mundo que seguiu adiante”. Nesse livro há algumas dicas, mas são sugestões relativamente fracas. Tenho minhas teorias, mas são tão surreais que nem vou postar aqui para não passar vergonha. De qualquer maneira, de todos até agora, esse foi o livro que mais me fez pensar.. Creio que seja essa a tendência: quanto mais evolui a série, mais teorias a serem criadas.
Para concluir, recomendo milhares de vezes a leitura deste livro – e também dos outros dois. Uma coisa eu garanto: a adrenalina é constante. Pra não curtir a gente tem que se esforçar muito! E no próximo livro o passado misterioso de Roland finalmente será contado... Mal posso esperar!
*-*
PS: Nada a ver com o tema maaaas, saiu a data de lançamento de Herança, o último livro do Ciclo da Herança do Chistopher Paolini: 8/11/11, nos States. Quase tive um treco quando vi! Mal posso esperar![2] *-*