Mari 02/12/2023
"Não é lutar bem que importa, é se você vence ou não a última batalha."
Excalibur dá sequência e finda a trilogia de As crônicas de Artur. O livro se inicia com Artur enfim descobrindo a traição da Guinevere, o que o deixa solitário, irritadiço e raivoso, o divo simplesmente decide descontar em todo mundo o chifre. O pobi segue sem paz, se me permitem a piadoca, pois os dois principais reis saxões decidem unir forças em uma ameça contra a Britânia. Enquanto isso Merlin continua na sua esperançosa saga de invocar os deuses, em posse de todos os tesouros da Britânia ele arma todo um ritual para chegar ao seu objetivo. Continuamos a acompanhar as duas guerras paralelas, a guerra humana, por posse de terras e a religiosa, ambas bem violentas, diga-se de passagem.
Artur, para mim, é claramente um agnóstico, ao mesmo tempo que ele não cultua e não tem fé em nenhum deus ele também não exclui ou desrespeita as crenças. Ele acredita nas pessoas e não em forças "superiores". Altamente estrategista, ele segue a dança e age conforme a situação, sempre pensando e buscando o melhor para a Britânia na totalidade.
Cornwell tem uma escrita incrível e que te prende do início ao fim, ele transforma Derfel em um baita narrador. As cenas de guerra são muito bem descritas, são de tirar o folego de tão frenéticas e bem desenhadas, eu amo a forma de guerra com a barreira de escudos.
Com o término da história descobrimo como Derfel chegou à posição que hoje ocupa e "presenciamos" o nascimento da lenda, a qual me fez chorar de tão lindamente descrita.
Amei acompanhar essa versão do Artur e creio que não lerei nenhuma outra além dessa. O rei sem coroa, o homem que acima de tudo almejava a paz e simplicidade, porém estava destinado à grandes feitos, sendo naturalmente um líder.
Eu sou suspeita para falar e até mesmo indicar essa trilogia, pois não só a li, a devorei e acima de tudo a amei.