Vanessa 01/08/2020
BANG-BANG
Voltar pra esse universo foi incrível. Sempre tive a curiosidade de saber como elementos tão fantásticos como os da série Mistborn seriam tendo que dividir espaço com um ambiente moderno cercado de metal. Afinal foi muito bom acompanhar os poderes alomanticos, feruquemicos e hemalurgicos no período medieval, mas imagina em uma época steampunk, com uma sociedade mais evoluída e com características tão marcantes. O resultado não esperava nada menos do que foi apresentado em “A Liga da Lei”, ou seja, muito bom.
Em uma mistura de Sherlock com faroeste e uma boa dose de pegada cômica com personagens mais velhos e mais experientes, acompanhamos o Wax, o nosso novo Kelsier. Algo a destacar em relação a essa personagem é o fato dele ser um cara extremamente altruísta, quer dizer, ele é bom até demais. Já o Wayne, seu Watson, é o típico personagem estereotipado para ser o alívio cômico e parceiro da trama ( vide suas “trocas” marca registrado do personagem). Então não tem como não gostar dele, ele foi construído para ser admirado então espere isso. Observando a personalidade destes dois personagens eu vejo um Kelsier dividido em dois, afinal ele era bom (mas não exagerado, apesar do que acontece aqui) e sempre tentando ser engraçado apesar das circunstancias. Desculpe voltar a comparar um personagem da série anterior mas é que vai ser difícil o autor construir outro que tenha me prendido tanto quanto o Kelsier.
Confesso que ao iniciar essa leitura e perceber que os Nascidos da Bruma estão praticamente extintos me fez pensar se a estória ficaria tão legal apenas com Brumosos, um pensamento tolo eu sei. Mas é aí que dá pra perceber o talento do autor em transformar os personagens tão legais quanto aqueles que tinham a capacidade de queimar todos os metais. E a mistura da alomancia com feruquemia realmente foi algo a acrescentar no universo.
Iniciar uma nova era e deixar os personagens que estávamos tão acostumados pode ser uma experiência... estranha... mas aqui a forma como o autor abordou essas figuras do passado e como elas reagem com a passagem do tempo_ se tornando lendas, mitologia, figuras populares e até tendo sido homenageados como nomes de cidades/ coisas, ou sendo distorcidas_ foi uma forma muito interessante que tornou a história, cultura e religião de Scandrial muito mais rica. Sem contar todas as referencias que quem leu a primeira era fica feliz em encontrar.
A escrita de Sanderson continua ótima com cenas muito visuais de tirar o fôlego, dignas de serem vistas das telonas. As divagações diminuem e o livro se torna mais curto mas nem por isso menos denso. A criatividade da narrativa também merece destaque, aqui temos a inclusão de armas com balas voando pra todo lado, inclusive pro chão, pra serem impulsionadas ( muitoo bomm).
Vi muita gente decepcionada por o livro não ter a mesma grandiosidade da era anterior, principalmente quanto à problemática. Eu particularmente não vi por esse lado, até por que realmente não queria que as temáticas se repetissem, e procurei esse livro pra, principalmente, poder conhecer como se relacionaria os elementos fantásticos em uma nova ambientação. Então achei sim um bom começo, que tem muito espaço pra crescer, e que não merece tanta comparação quanto aos livros anteriores visto que é uma estória diferente.
Termino dizendo que é uma boa pedida pra quem vem acompanhando o universo de Mistborn. Universo esse com muito potencial pra se tornar uma série ainda maior do que já é.
Ps: SURTANDO COM UMA APARIÇÃO, ESPERADA, NO FINAL DO LIVRO. AHHHHHHHHHHHH...