@refugionasestrelas 06/02/2021
O retorno de Mistborn
300 anos após os acontecimentos da trilogia original, Scadrial deixa de ser uma sociedade medieval e agora encara sua revolução industrial: armas e tecnologias mais avançadas ganham espaço, carros começam a surgir nas ruas e trens são um meio de transporte cada vez mais utilizado. Waxillium, o protagonista, é um vigilante das Terras Brutas que retorna à cidade para assumir seus deveres como herdeiro da casa Ladrian. O que ele não imaginava é que os problemas enfrentados nas duras planícies não se comparariam aos dias que seguirão...
Na minha opinião, um dos pontos mais fortes do livro são os protagonistas. Wax, Wayne e Marasi são carismáticos, inteligentes e bem trabalhados. Foi incrível ver o raciocínio aguçado de Marasi em ação, bem como o jeito analítico de Wax unido a sua exímia habilidade de combate. Mesmo assim, o maior destaque vai para Wayne: Sarcástico e divertido, é ele quem tira a tensão do momento e levanta a moral da equipe. Sua habilidade com vozes e disfarces é impressionante, bem como seu poder, e até agora é meu personagem favorito!
Outra coisa que eu simplesmente amei foram as referências à primeira era. Surtei com cada "Elendel", “Lorde Nascido da Bruma”, “Sobrevivente”, ou “Harmonia”, quase chorei com agumas menções à "Guerreira Ascendente". Falando em Harmonia, ele agora tem sua própria religião, o Caminho, que me deixou encantada.
E não tem como falar de Mistborn sem citar a alomancia. Mesmo com o surgimento de tecnologias avançadas, a magia continua firme e forte. Novos metais foram descobertos – o poder do Wayne é sensacional – e alguns, como o atium, deixaram de existir. E, aleluia, a ferruquemia finalmente foi mais explorada! Mesmo que no terceiro livro ela tenha tido uma boa participação com o protagonismo de Sazed, senti que faltou algo a mais. Essa carência foi curada na segunda era, com o surgimento dos Duplonatos – portadores tanto da alomancia quanto da ferruquemia.
Como nem tudo são flores, então não pense que eles são super poderosos Nascidos da Bruma e com todas as habilidades ferruquêmicas. O poder se diluiu ao longo dos 300 anos, a maioria dos portadores de magia possui apenas um tipo de poder. Wax, por exemplo, é um duplonato que queima alumínio e usa mentes de ferro, o que lhe dá apenas o poder de empurrar meitais e armazenar peso. Foi interessante ver outras perspectivas de batalha (que, por sinal, renderam cenas maravilhosas), já que todas até agora tinham sido narradas por Nascidos da Bruma com acesso a todos os metais.
Sempre amei fantasia, mas Mistborn tem um espaço especial no meu coração. Não por menos, vim com expectativas altas para sua segunda era e devo dizer que, apesar de não ser exatamente como eu esperava, não me decepcionei! Sinceramente, o único motivo de eu não dar as cinco estrelas é por essa era não ser tão complexa e aprofundada quanto a primeira. Em resumo, A Liga da Lei é um livro ágil, rápido e com personagens carismáticos, perfeito para sair de uma ressaca literária ou dar uma pausa de leituras mais complexas.
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