Vinicius 04/02/2019
SOU UM ESPERMATOZOIDE VENCEDOR
Eu adquiri esse livro na Livraria Cultura do Shopping J.K Iguatemi. Queria ir na livraria e deixar-me surpreender pelos títulos que ali encontraria. Atualmente, as leituras de auto-ajuda estão cada vez mais frequentes na minha vida, então no fundo já sabia que escolheria algo do gênero. Nunca havia lido nada do Augusto Cury, embora já tivesse ouvido falar muito nele; ao me deparar com este título na livraria, no entanto, não pude deixar de levá-lo. Além desse livro, comprei o romance A Forma da Água, cuja resenha irei fazer quando finalizá-lo, o que está sendo uma tarefa complicada, haja vista que o livro possui diversos defeitos.
Apenas depois de adquirir esse livro, que eu descobri que ele faz parte da sequência O Homem Mais Inteligente da História; mesmo assim, eles podem ser lidos separadamente sem que a leitura de um ou outro seja prejudicada. Também, é a primeira vez que adquiro um livro da editora Sextante, e apesar de haver alguns desvios gramaticais ao longo livro, o formato e o tamanho das letras estão em um formato confortável de se ler.
Indo ao que interessa, o livro mistura aspectos da psiquiatria e da psicologia com romance. O livro conta a história de Marco Polo, um psiquiatra, psicologo e pesquisador de uma conceituada universidade dos EUA, que decide ir na mão contrária dos seus colegas de turma e professores. Marco Polo decidi investigar a mente do Homem Mais Feliz da História, e quem seria esse Homem?... Trinta segundos para pensar... Sim! Ele mesmo... Jesus Cristo.
Marco Polo após investigar a mente de Jesus descobre que ele é muito mais do que um personagem religioso que se sacrificou pela humanidade. Marco Polo descobre, interpretando através do Sermão da Montanha, que Jesus foi um verdadeiro professor da humanidade ao ensinar aos seus alunos a gestão da emoção, o modo pelo qual poderiam ser líderes de sí mesmos e se tornarem o autor da própria história!
"[...] O homem mais inteligente da história não escolheu os melhores currículos nem as mais notáveis notas. Seu mais forte aluno, Pedro, era ansioso, desconcentrado, irritadiço, agitado. O mais culto deles, Judas Iscariotes, tinha um gravíssimo defeito de caráter: era dissimulado, representava um personagem, não era transparente. Seu mais afetivo aluno, João, tinha uma personalidade bipolar. Num momento era amável, em outra propunha que o mestre eliminasse quem não andava com ele. Seu mais racional aluno, Mateus, tinha fama de ser corrupto. Tomé, um dos mais incisivos, era paranoico, desconfiava da própria sombra. [...] Judas o traiu. Ficaram onze alunos, depois juntou-se um aluno fora de tempo, Paulo, que era radical, passional e com baixíssimo limiar para suportar frustrações. Com esses alunos, foi formada a primeira e mais poderosa startup mundial. Uma startup para abraçar e educar a humanidade. Eles foram treinados para sonhar com a humanidade, conquistar e valorizar cada ser humano, para sempre expor e nunca impor seus ideais, para fazer a revolução do amor. Nós, por outro lado, selecionamos cérebros. Um erro inimaginável". Pag 293-294
A partir disso, Marco Polo comprimi os ensinamentos de Jesus Cristo nos chamados "Códigos da Felicidade", são oito no total, mas aqui vou citar apenas três aleatoriamente, a fim de aguçar a leitura de vocês:
-> "Felizes os transparentes, porque verão o invisível"
-> "Felizes os que têm sede de justiça, porque serão fartos";
-> "Felizes os empáticos, porque serão confortados";
E há mais cinco códigos, que aí vocês terão de ler o livro :)
Partindo desses códigos, Marco Polo, acompanhado de alguns assistentes, entre eles a adorável Dr. Sofia, parte para Jerusalém, especificamente para a região onde Jesus teria proclamado o Sermão da Montanha, e realiza uma série de debates polêmico a respeito dos Códigos da Felicidade e da mente de Jesus Cristo; debates esses que aumentam a popularidade de Marco Polo, e pasmem! O fazem viver a mesma realidade de perseguição sofrida por Jesus Cristo. Cada debate refere-se a explanação de um dos códigos, e quanto mais Marco Polo avança nos códigos, mais a sua vida começa a correr perigo. E não só a sua vida, como a de seu filho Lucas, que possui problemas com drogas, e da Dr.Sofia, grande admiradora de Marco Polo. A pergunta que fica é: Quem está tentando apagar Marco Polo da história? Será que ele terá o mesmo destino cruel de Jesus Cristo? Será que a mesma história está se repetindo?
-> "Por que estamos diante da geração mais triste de todos os tempos se temos a mais poderosa indústria para financiar o prazer da história?". Assim, angustiado, elaborou a primeira equação. Em seguida, proferiu a segunda: "Por que toda a humanidade está adoecendo emocionalmente se a medicina, a psiquiatria e a psicologia deram saltos surpreendentes? Era uma tarefa dificílima compreender as causas que entristeciam a humanidade e que nutriam altos índices de ansiedade, esgotamento cerebral, depressão, suicídios e violência social". Pág 11
O livro aborda diversas questões relacionadas ao processo de formação do pensamento e da gestão do Eu -> Os 4 copilotos do Eu (Gatilho Mental; Janelas da Memória; Âncora; e Autorefluxo); Síndrome Predador-Vítima; Homo sapiens VS Homo bios; Pensamento dialético-imaginativo VS Pensamento lógico/racional; Síndrome dos Cárceres Mentais; AT = Aversão ao Tédio; GEEI (Gasto Energético Emocional Inútil); Janelas Killer (traumáticas) VS Janelas Lights (saudáveis).
Além de algumas ferramentas para a gestão do Eu -> Técnica DCD (Dúvidar; Críticar; Determinar), e a Mesa Redonda do Eu.
-> [...] E Marco Polo comentou um episódio interessante: - Hoje o motorista do táxi que nos trouxe aqui dirigia em altíssima velocidade. Estava colocando a minha vida e a de Sofia em risco. Como corrigi-lo?
Muitos chamariam a atenção do motorista com rispidez, outros com gentileza. Mas Marco Polo foi muito além, deslocando a âncora da memória.
- Eu poderia lhe dar uma bronca como qualquer consumidor, mas reforçaria o que ele tem de pior. Se ele tivesse tendência suicidas, eu estaria estimulando-as. Então, num momento raro em que ele diminuiu a velocidade, eu o exaltei: "Parabéns por dirigir bem e devagar!"
- Imediatamente ele agradeceu e começou a dirigir com serenidade" - Comentou Sofia". Pág 240.
O livro também se atém a questões de suicídio; relacionamentos; dinheiro VS Felicidade; perca de alguém que ama; problemas de auto-estima; entre outros. O autor também embarca na tentativa de demonstração da infância do menino Jesus, e a forma como ele aprendia e compreendia a vida através de metáforas. A maior luz que esse mundo já viu entendia, desde pequeno, que a felicidade está nos lírios do campo, no esvaziamento do próprio ego, e na transparência de sí mesmo.
Os únicos pontos negativos do livro, e acredito que muitos também se incomodaram, é que o livro, em alguns momentos, torna-se um tanto utópico nas horas dos debates. A forma como as pessoas se deixam envolver pelo debate, e a forma como desabafam sobre as suas vidas, é algo que dificilmente veríamos na vida real em um debate ou em uma palestra - Ainda assim, enquanto tiver o livro em mãos, por um momento, você até acredita que é possível haver uma única família: A humanidade. Outro ponto que incomoda, é a forma que o livro se torna repetitivo em alguns aspectos, como o fato de que em todo debate ser citado que há milhares de pessoas online assistindo ao evento, o que força uma fama de Marco Polo que dificilmente aconteceria no mundo real; além dos efeitos dos debates dele, que chega a fazer com que todos os presentes, no final do evento, mesmo que não se conheçam, se abracem; o que a gente sabe que seria algo bastante improvável na vida real.
No mais, o livro vale muito a pena não só ser lido, mas relido! Não é o tipo de livro para ser mastigado, mas sim, saboreado! Afinal de contas, há muitas coisas nesse livro que é necessário e interessante que demos uma pausa para refletir. Ler este livro me fez sentir vontade de ler outras obras do Augusto Cury, e já adquiri o último livro dele: "Prisioneiros da Mente: Os Cárceres Mentais"; não é atoa que o Cury chegou onde chegou, ele tem uma capacidade enorme de compreender o que sentimos, ainda que em alguns momentos apele para o nosso emocional.
Nota: 05 estrelas de 05 estrelas
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